Análise

Com SBT e Record fora do páreo, Netflix e Max prometem concorrência às novelas da Globo

Títulos como Pedaço de Mim, Beleza Fatal e Dona Beja podem suprir carência de bons folhetins no mercado

Juliana Paes e Vladimir Brichta em Pedaço de Mim; Camila Pitanga e Caio Blat em Beleza Fatal; e Grazi Massafera em Dona Beja - Fotos: Divulgação/Montagem NT
Por Walter Felix

Publicado em 24/05/2024 às 06:11:00

A Netflix e a Max (ex-HBO Max), gigantes do streaming em todo o mundo, estão prestes a ingressar no mercado de novelas brasileiras. Com produções de peso já engatilhadas, as empresas internacionais prometem competir, por aqui, com as tramas da Globo, que hoje dominam o segmento sem concorrentes à altura.

Tanto a Max quanto a Netflix serão novatas nessa área no Brasil, mas ambas já têm um público cativo e foram capazes de reunir profissionais com o devido know-how. Consolidadas na produção de séries, até demoram a investir em atrações originais do gênero de ficção mais consumido por aqui.

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Com elencos de estrelas, majoritariamente formados por nomes conhecidos da emissora carioca – como Juliana Paes, Camila Pitanga, Giovanna Antonelli e Grazi Massafera –, as novelas das duas empresas prometem dividir as atenções com as tradicionais tramas das 18h, 19h e 21h.

A duração, mais curta, ao contrário das longas e por vezes enroladas histórias da TV, deverá ser uma grande vantagem. Enquanto Renascer, atual novela das nove, chegará perto dos 200 capítulos, Beleza Fatal, da Max, terá 40, enquanto Pedaço de Mim, da Netflix, pretende dizer a que veio em 18.

Globo deve continuar nadando de braçada na TV aberta

Marcos Palmeira e Juan Paiva em Renascer - Foto: Divulgação/Globo

É claro que o domínio da Globo seguirá na TV aberta, ainda que as produções exclusivas para o streaming sejam, um dia, exibidas em outro canal – já se fala em uma parceria entre a Max e a Band, por exemplo. A princípio, a concorrência será indireta, em termos de repercussão e qualidade.

SBT e Record, que poderiam fazer frente à Globo no Ibope, seguem fora do páreo. Os canais estão há tempos sem oferecer um produto de teledramaturgia que incomode a líder de audiência. Além disso, foram pouquíssimas as vezes em que conseguiram reunir tantos nomes de peso para suas tramas.

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As emissoras seguem acomodadas com números ínfimos, focadas em públicos nichados: respectivamente, com novelas infantis e bíblicas. Houve um tempo, já distante, em que esses títulos alcançavam boa repercussão, caso de Carrossel (2012) ou Os Dez Mandamentos (2015), por exemplo.

Com essas novas investidas, as plataformas de streaming vêm atender ao público noveleiro carente de boas histórias – considerando que nem sempre as três inéditas da Globo suprem essa necessidade. Será, enfim, um ganho não só para um mercado, mas para o próprio telespectador.

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Camila Pitanga, Giovanna Antonelli e Camila Queiroz: protagonistas de Beleza Fatal - Foto: Divulgação/Max

A Netflix lança em breve sua primeira "série de melodrama" brasileira, com um estilo bem próximo às novelas, mas mais concisa em tramas e números de capítulos. Pedaço de Mim contará a história de Liana (Juliana Paes), que está grávida de gêmeos, e cada um dos meninos é filho de um homem diferente.

O elenco também tem Vladimir Brichta, Felipe Abib, Palomma Duarte, João Vitti, Jussara Freire e Antônio Grassi, todos já conhecidos por trabalhos na TV. A trama é escrita por Angela Chaves, com direção de Maurício Farias, outros veteranos da Globo.

Já a Max prepara para janeiro de 2025 o lançamento de Beleza Fatal, de Raphael Montes, com direção de Maria de Médicis. Sofia (Camila Queiroz), ainda criança, viu a mãe ser presa por um crime que não cometeu. Já adulta, ela busca vingança contra a tia, Lola (Camila Pitanga), a grande vilã da história.

O remake de Dona Beja, com Grazi Massafera, também está nos planos da Max. A história real é de Ana Jacinta de São José, que, após uma desilusão amorosa, abre um famoso bordel em Araxá, no interior de Minas Gerais. A primeira versão, com Maitê Proença, foi ao ar na extinta Manchete em 1986.

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