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A maturidade de Grazi Massafera em "Bom Sucesso"

Atriz vem com uma das melhores composições do ano na dramaturgia

Grazi Massafera convence com traços reais de personagem em "Bom Sucesso" - Fotos: Divulgação/TV Globo
Por Thallys Bruno

Publicado em 23/08/2019 às 05:50:39

Rosane Svartman e Paulo Halm vêm colecionando merecidos elogios pela trajetória da atual novela das 19h. Prestes a completar um mês no ar, “Bom Sucesso” tem mantido médias frequentemente acima dos 30 pontos, elevando o ibope da faixa a índices que não se viam há anos – mesmo beneficiada pela ótima entrega da antecessora “Verão 90”. E um dos pontos mais determinantes do sucesso é sua protagonista, a carismática Paloma – vivida por uma Grazi Massafera em puro estado de graça.

A mocinha tem uma história de fácil identificação na vida real: grávida, foi abandonada pelo antigo noivo Ramon (David Junior), se casou com outro homem e teve mais dois filhos. Com a morte deste, criou os herdeiros sozinha, até se deparar com algo ironicamente assustador: a notícia de que teria apenas seis meses de vida. Prestes a morrer, Paloma chuta o balde e faz loucuras, como transar com um desconhecido – que vem a ser Marcos (Rômulo Estrela) - e rasgar o vestido de uma cliente.

Quando ela descobre que o exame foi trocado com o do milionário Alberto Prado Monteiro (Antônio Fagundes), executivo do setor literário, ela vai atrás desse homem para conhecer sua história, enquanto seus caminhos se cruzam com o de Ramon, de volta ao Brasil para reconquistar a família; e de Marcos, que reencontra aquela mulher por quem se encantou.

Rica e humana, a personagem é cheia de carisma e envolvente. É fácil encontrar os traços de Paloma na vida real, seja a mulher apaixonada dividida entre a reconquista do antigo amor e uma nova e promissora relação; seja a mãe amorosa que sabe manter o pulso firme na criação dos filhos; seja a amiga dedicada que traz leveza e desperta o melhor dos sentimentos. Se os autores foram muito felizes na criação e no desenvolvimento do perfil, tudo isso se torna ainda maior graças ao talento de sua intérprete: Grazi Massafera.

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A atriz paranaense esbanja uma impressionante segurança e competência ao viver a costureira. Dona de um raro carisma, Grazi é praticamente uma unanimidade, querida pelo público e pela imprensa. A experiência adquirida ao longo dos anos também joga a favor de seu excelente desempenho e é visível como ela se entrega em todos os dilemas, vivências, dores e delícias de Paloma, tornando o conjunto da protagonista ainda mais agradável – algo que tem sido raro nos últimos tempos, onde vilões costumam roubar a atenção de mocinhos.

Ao lado do brilhante Antônio Fagundes, Grazi faz crescer ainda mais o mote da novela, sobre a leveza da vida. A dobradinha é muito gostosa de se ver e enriquece a costureira como o ponto de humanização do empresário, que vive em conflito com os filhos Marcos e Nana (Fabiula Nascimento). A grande sacada dos autores através da relação de Paloma e Alberto, além de mostrar sobre o sentido de valorizar os pequenos prazeres, é evidenciar que também pode existir uma amizade sincera entre homem e mulher, sem precisar de outros interesses.

Tanto que, para o viés mais romântico da história, ela conta com dois parceiros que também dão conta do recado. Grazi apresenta uma impressionante química tanto com David Junior, cujo Ramon representa o grande amor nunca esquecido e que tenta reaver esse sentimento; quanto com Rômulo Estrela, através de Marcos, despojado e sedutor sem grandes preocupações com a vida, que encontrou em Paloma uma mulher inesquecível. A boa parceria dos atores já vem dividindo torcidas a favor de Marcos e de Ramon, que disputam argumentações para defender quem julgam ser mais merecedor do amor da mocinha – algo já ocorrido em “Malhação Sonhos” (2014-15) e “Totalmente Demais” (2015-16), da mesma dupla Svartman e Halm.

Agora, vivendo um tipo popular, Grazi Massafera confirma o acerto de sua escolha. A adorável Paloma é um dos maiores acertos da ótima “Bom Sucesso” e a atriz tem grande parcela de mérito nisso, pois aliou sua maturidade cênica e seu carisma ao excelente enredo dos autores Rosane Svartman e Paulo Halm e à competente direção de Luiz Henrique Rios. Não é exagero dizer que, até aqui, Grazi apresenta uma das melhores composições do ano.

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