Opinião

Em vez de Rachel Sheherazade, Galisteu e PlayPlus é quem deveriam ser expulsos de A Fazenda

Saída da jornalista escancara mais uma vez uma série de problemas no reality show da Record

Adriane Galisteu em A Fazenda; apresentadora anunciou expulsão para o público - Foto: Reprodução/Record TV
Por Thiago Forato

Publicado em 20/10/2023 às 10:19:38,
atualizado em 20/10/2023 às 10:51:26

Rachel Sheherazade foi expulsa de A Fazenda 2023 nessa quinta-feira (19) e o público só assistiu o motivo disso ter acontecido no programa da noite, ao vivo. Com toda pompa, Adriane Galisteu, em mais um dos seus discursos encaixotados, avisou que o público veria a cena da suposta agressão depois do assunto dominar as redes sociais e imprensa especializada.

O que se viu foi uma "agressão" bastante discutível para uma expulsão. Para alguém sair do programa com esse motivo, é preciso convicção. Partindo do pressuposto que a direção teve essa certeza, vida que segue e faz parte do jogo. Rachel descumpriu uma das regras, mas quem mais descumpre as regras ao longo de 14 anos de A Fazenda é a própria Record.

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Sem dizer se Rachel Sheherazade deveria ter sido expulsa ou não, o que jamais poderia ter acontecido é a Record guardar essas imagens para a exibição quase 12 horas depois. Muitos assinantes do PlayPlus, não por acaso, cancelaram suas assinaturas. Não deveriam sequer ter assinado dado o histórico do reality.

A Record não respeita - e nunca respeitou - quem paga para ter o serviço de pay-per-view 24 horas por dia. Já relatei diversas vezes esse ponto neste espaço. Entra ano e sai ano, a emissora entrega algo porco. É inexplicável como a cada vez que as coisas esquentam, a produção opta por exibir uma vaca mugindo ou então a vista da sede numa completa desconexão ao que está acontecendo.

Tudo isso pra tentar angariar alguns pontinhos a mais de audiência? Certamente o público que sintonizou no intuito de ver a confusão, dificilmente voltará.

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Como desgraça pouca é bobagem, a Record também resolveu interromper a votação da Roça que vinha sendo disputada por André Gonçalves, Nadja Pessoa e Kally Fonseca. Ou seja, toda a dinâmica do ciclo semanal caiu por terra, invalidando completamente quem ganhou a Prova do Fazendeiro, Prova de Fogo e os próprios peões que se organizaram para votar. Sem contar o público, que mais uma vez foi feito de idiota pela Record. Votou por horas, mas simplesmente resolveram cancelar tudo, o que abre um precedente perigoso: de imaginar o que queremos imaginar.

Nadja Pessoa estava liderando as parciais nos sites para deixar o programa. Até que ponto isso teve influência na decisão para cancelar a votação? Não teve? Uma decisão tão abrupta e sem alguma explicação minimamente plausível abre justamente essa brecha. 

Como sempre, falta transparência. A Record erra - pela enésima vez - na condução do caso e deixa o lado principal da história (o público) a ver navios.

Não por acaso, a cada ano que passa a audiência de A Fazenda diminui consideravelmente. E a tendência é isso se acentuar. Só com o telespectador procurando outra opção e abandonando o reality de vez é que a Record vai por a mão na cabeça e refletir sobre as bobagens que fez ao longo dessa uma década e meia.

Falta respeito e transparência com quem assiste e quem paga o PPV.



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