Publicado em 19/10/2021 às 04:00:00,
atualizado em 19/10/2021 às 10:53:15
No ar desde agosto, o The Masked Singer Brasil termina sua primeira e vitoriosa temporada na noite desta terça-feira (18). Renovado para uma nova leva de episódios para 2022, a competição musical comandada por Ivete Sangalo acumula uma média de 19,3 pontos até o momento. E isso enfrentando concorrentes de peso, como jogos decisivos da Libertadores no SBT e noites de formação de Roça em A Fazenda 2021, na Record. Mas como uma fórmula simples deu tão certo?
As regras são simples. Os competidores vestem fantasias extravagantes e performam no palco. Cabe ao público adivinhar quem está por trás da máscara. Os menos aprovados semanalmente são descobertos. O formato importado da Coreia do Sul, King of Mask, foi lançado em 2015 e se tornou um sucesso mundial em países como Tailândia, Alemanha, Austrália, França e Estados Unidos. Isto é, a Globo já tinha isso validado e a esperança de repetir algo parecido por aqui, o que fatalmente aconteceu.
Nos Estados Unidos, ainda que a audiência do programa venha caindo, ele continua sendo o mais visto da Fox. Na última temporada, exibido entre março e maio, sempre conseguiu cerca de 5 milhões de espectadores. Na Inglaterra, a final da segunda temporada, em fevereiro, conseguiu atrair 8,6 milhões de pessoas, 2,2 milhões a mais que na anterior.
Na Terra do Tio Sam, aliás, a Fox recebeu inúmeras reclamações quando o The Masked Singer não foi exibido para dar lugar a World Series, torneio de beisebol, o que corrobora o êxito do formato. Como explicar?
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Um dos motivos do sucesso certamente é o segredo da identidade dos mascarados. Em tempos de vazamentos e spoilers, vários nomes pegaram o público de surpresa e derrubaram as famigeradas listas dos famosos que possivelmente integrariam o programa.
A Globo montou uma super operação para evitar vazamentos. O "sigilo" foi um fator bastante importante, fazendo com que o jogo de adivinhação ficasse verdadeiramente vivo no jogo. Os ares de superprodução, com fantasias espalhafatosas e esmeradas, também ajudam na composição de tornar a brincadeira atrativa aos olhos do público.
Em um momento que as pessoas estão cansadas do ciclo de notícias relativas a pandemia ou políticas, o The Masked Singer surgiu como uma opção de entretenimento sem compromisso nenhum. É "fun for fun".Ivete Sangalo sempre foi um fermento de Ibope e o quarteto de jurados (Rodrigo Lombardi, Taís Araújo, Simone e Eduardo Sterblitch) deu liga.
A fuga da realidade que a atração proporciona, ainda, fez frente a concorrentes de peso, como jogos decisivos da Libertadores no SBT e A Fazenda, em dia de formação, na Record. É bom lembrar que o The Voice Brasil, no ano passado, virou freguês do reality rural. Ou seja, se o The Masked Singer não caísse no gosto do público, poderia ser simplesmente atropelado pelos concorrentes.
A aprovação do telespectador, aliás, surpreendeu a mídia de praticamente todo o mundo onde o formato fez sucesso. O The Masked Singer já foi temas de artigos importantes no Buzz Feed, The Guardian, Variety, The Nation, dentre outros.
Mas, sejamos honestos: será que o The Masked Singer faria tanto sucesso se não fosse na Globo? Difícil imaginar que sim, ainda que nunca saibamos de fato o que aconteceria. Será que seria tratado como mais uma competição e passaria sem tanto brilho? Seria taxado de brega e ridículo, como até adjetivado assim em outros países?
A primeira temporada está terminando. Com ela, também o fator novidade. Com uma segunda temporada encomendada para 2022, provavelmente no domingo à tarde, o The Masked Singer terá o objetivo que o Zig Zag Arena não conseguiu e dificilmente conseguirá: fazer a Globo liderar sem sustos.
Thiago Forato é jornalista, assina a coluna Enfoque NT desde 2011, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Forato também é autor do blog https://parlandodepalmeiras.com.br. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br ou no Twitter, @tforatto
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