Jorge Lordello compara Operação de Risco ao Chaves: "Em qualquer horário dá audiência"
Sob o comando de Lordello há oito anos, Operação de Risco está em alta nos sábados da RedeTV!
Publicado em 16/06/2022 às 07:15
No comando do Operação de Risco há oito anos na RedeTV!, Jorge Lordello virou dor de cabeça para seus concorrentes. Nas noites de sábado, vem conseguindo bons números de audiência chegando a ficar em segundo lugar no Ibope, desbancando as novelas da Record e os realities do SBT. Ao NaTelinha, recorda que seu sucesso tem lastro. "O programa faz tanto sucesso que a RedeTV! resolveu colocá-lo de sexta à noite, há quase um ano. Na sexta à noite entramos às 22h30. E na sexta à noite eu gravo o programa, que chamamos o programa de Melhores Momento e no sábado o inédito, ocorrências inéditas. No ano retrasado, nós colocamos os Melhores Momentos no final de tarde da RedeTV!. E o programa dava uma resposta também muito grande, era melhores momentos. E o programa às vezes é exibido no domingo bem cedo. E também responde a audiência. E aí, gerou na RedeTV! em algumas pessoas na mídia e em outros canais uma brincadeira que diz o seguinte: 'O Operação de Risco é que nem o Chaves do SBT'. Em qualquer horário dá audiência", orgulha-se.
"Isso é verdade. Entendeu? É um programa que a gente achou ele de manhã cedo. No final da tarde no meio da semana incomodava muito os concorrentes do horário. Sexta à noite estamos com uma bela audiência e sábado à noite com bela audiência. Esse formato agrada, é um formato muito vencedor. E outra coisa que ajuda é o seguinte, nós tratamos o tema com muita seriedade. A gente não leva em nenhum momento com brincadeira e sensacionalismo. E o outro fato que agregou no programa é por eu ter sido delegado de polícia, acho que eu gero credibilidade que o apresentador tem que ter para esse modelo e formato de programa", explica.
Na internet, Lordello diz que o sucesso é ainda maior. "Acho que somos o primeiro lugar. Se formos comparar os programas, onde eu sou segundo, terceiro, na internet aí eu te garanto que somos primeiro, porque tenho um programa visto por 65 milhões de views. É muito forte na internet. É a garotada que vê na TV aberta. Ele descobriu o programa e assiste pelo YouTube", surpreende-se.
Exibido nas noites de sábado na faixa das 22h10 desde o dia 14 de maio, o Operação de Risco acumula uma média de 2,5 pontos nos quatro programas mais recentes. No último sábado, cravou 2,7 de média (assim como na semana anterior) , 4,6 de pico e 3,9% de share. Desde então, vence a Band semanalmente e mais recentemente, ainda, conseguiu abocanhar a vice-liderança por alguns minutos.
Operação de Risco pode ganhar "filhote" na RedeTV!, diz Jorge Lordello
Satisfeita com o sucesso do programa, a emissora tem um projeto de uma espécie de spin-off do Operação de Risco. Lordello não dá muitos detalhes do que pode vir por aí, mas o formato terá algumas mudanças para ser ao vivo e ter uma aproximação maior com o público. "Seria um programa a mais. Tem um nome [título] que eu não posso te revelar. Existe um projeto, piloto. Você sabe que televisão é grade. Às vezes você tem um projeto que você não tem grade", ressalta.
No entanto, Lordello garante que o projeto já foi aprovado pela direção. "Precisa encontrar a grade para colocar no ar. É um projeto que a gente tem e torce para que vingue", deseja.
Na opinião do apresentador, ser delegado de polícia ajuda na condução da atração. "Eu consigo enxergar uma ocorrência com uma capacidade de informação maior de quem simplesmente é um jornalista de área policial. A profundidade que eu tenho de conhecimento prático, técnico e específico faz com que eu aprofunde aquele tema e o aprofundamento gera essa curiosidade do público. Sempre digo o seguinte: o especialista em determinada área tem que ser tratado como especialista quando ele fala alguma coisa que o público não conseguiu enxergar. Esse é o meu grande diferencial, trabalhando como delegado me ajudou. Eu trago a informação que o público fala: 'Caramba! Isso eu não sabia'. E trouxemos dicas de segurança que o programa antigamente não tinha. É uma orientação de segurança para que o telespectador minimize esse risco de ser vítima de crime."
"Outro segredo [do sucesso], é que nos outros programas da área policial, eles contam uma narrativa que já aconteceu. No nosso programa nós estamos embarcados numa viatura policial, com câmeras na viatura, câmeras no peito do policial, o nosso câmera e nós acompanhamos o trabalho. É completamente diferente. O ineditismo do programa, do formato, é o carro-chefe. O programa mostra uma realidade, não tem corte, não tem sensacionalismo, não tem enganação. As pessoas não sabiam a dificuldade do trabalho policial. É o policial correndo, perseguindo, sendo agredido, sendo xingado e como o policial reage a tudo isso."
Jorge Lordello sobre o sucesso do Operação de Risco
"Fui o primeiro comentarista de segurança na TV", recorda Lordello
Lordello relembra que seu lançou seu primeiro livro na área de segurança em 1998, intitulado de Como Conviver com a Violência. Depois disso, a Globo lhe telefonou em uma segunda-feira de manhã e não parou mais. A primeira entrevista aconteceu para o SPTV 1ª Edição (hoje, SP1), que na época era apresentado por Mariana Godoy e Chico Pinheiro. "Fui assustado porque nunca tinha entrevistado em um set de TV", confessa.
Saindo de lá, seu telefone não parava de tocar. Passou a semana toda rodando programas de TV, além de internet, rádio e jornais. "A partir dali, viro uma referência inicialmente sobre especialista de segurança pública e privada que falava de prevenção a crimes, coisa que a mídia não havia se atentado. E fiquei um bom tempo falando de dicas de segurança."
O grande divisor de águas, no entanto, aconteceu no caso Isabela Nardoni, em 2008. "Eu comecei a ser chamado inicialmente pelo programa da Sônia Abrão. As pessoas queriam entender o que estava acontecendo numa investigação. Foi o caso até hoje que mais repercutiu na mídia" conta.
Naquela época, Mônica Pimentel era Superintendente da REdeTV!. Foi ela que contratou Lordello, inicialmente para ficar três meses, tempo imaginado por eles sobre quando duraria o caso. O caso durou três anos. "E eu fui ficando. Então, eu fazia a Sônia, o programa matutino da Olga Bongiovanni, depois com a Daniela Albuquerque, o RedeTV! News... Na RedeTV!, nós fizemos uma grande cobertura do caso Isabela Nardoni. E foi o divisor de águas sabe por quê? Porque a TV em geral veio a perceber que poderia existir um modelo de cobertura de interesse para a população, de crimes que geravam grande repercussão. E esses crimes podem ser gerados por uma pessoa famosa, como no caso do goleiro Bruno, mas na maioria deles, por pessoas desconhecidas", diz.
"Fui o primeiro comentarista de segurança da TV. Os canais não tinham isso. Os canais tinham comentarista de esporte, economia. Hoje, as outras emissoras tem gente."
Maioria do público do Operação de Risco é feminino
De acordo com Lordello, que recebeu dados do Ibope, a maioria do público do seu programa é feminino. "Quem assiste? Nós temos basicamente a dona de casa, 54% do público é mulher. E dá a impressão que é o masculino, mas não é. A maioria é feminino. Eu descobri isso na rua, fazendo palestra e pessoas que me abordam. As pessoas passaram a ter interesse de como é o trabalho policial. A mulher tá lá, o marido, os filhos. As pessoas pegam os filhos de 8, 9 , 10 anos pra assistir porque eles aprendem a realidade e a distinguir o certo do errado", explica.
"Outro público são os profissionais de segurança pública e privada. Porteiro, vigilante do banco, o segurança de condomínio e policial. É outro público que nós temos. Outra coisa que nós temos: que é aquela pessoa que tá tão indignada com a violência urbana que sente prazer o bandido ser preso. A pessoa sabe que no programa o bandido vai ser preso. E existe uma outra categoria que talvez seja a maior categoria que é o público jovem. O público jovem eu descobri o seguinte: o jovem ele é meio avesso a ver televisão por causa do horário. Ele não gosta de ter horário. Onde ele assiste? No YouTube da RedeTV!", reforça.