De Bolsonaro a Dilma: 7 vezes que Faustão criticou a política e causou na Globo
Faustão causou no Domingão opinando sobre política
Publicado em 25/06/2021 às 05:37
Faustão nunca se furtou em se posicionar sobre política no seu Domingão. Nos últimos anos, mesmo com a polarização e a divisão do país entre esquerda e direita, o comunicador de 71 anos que deve estrear na Band nos próximos meses, continuava dando seus pitacos, e houve vezes em que foi até mal interpretado, como quando disse que "o imbecil que está lá, e não devia estar, pode até ser honesto, mas é um idiota". Muitos acreditaram ser indireta para Jair Bolsonaro, mas ele negou.
Em 2013, no auge da efervescência política contra Dilma Roussef (PT), Faustão também se posicionava, quebrando o protocolo de seu dominical e fazendo uma manifestação dentro do programa. A reclamação que começou por conta do aumento de passagem de ônibus ganhava o país.
Em outro momento mais recente, Faustão falou sobre meio ambiente e cultura, dois pontos que são criticados na gestão Bolsonaro. Na ocasião, o ex-apresentador da Globo afirmou que um país sem cultura, é um país sem alma. Relembre abaixo as indiretas e posicionamentos de Faustão.
Manifestação no Domingão
Em junho de 2013, Faustão abriu seu programa com um discurso de apoio aos protestos que tomavam conta do país. "Muitas vezes eu ouvia falar que o jovem brasileiro fica na internet, o jovem brasileiro é alienado… Alienado é o cacete! Esses garotos foram inteligentes, foram corajosos, motivaram todo mundo. Começou com a passagem de ônibus. Mas isso é um pingo de água que transbordou. Aqui cada um tem um assunto pra falar, contra a corrupção, pela honestidade e competência… Outra coisa: acabou aquele negócio no ano que vem: ganha a Copa, você ganha a eleição. Copa do Mundo é uma coisa, eleição é outra coisa. Tem que ter proposta", iniciava ele.
"E agora, com essa virada da página do Brasil, todo mundo vai se informar mais para votar melhor. Por isso eu falo aqui há 500 anos: urna não é penico. Se todo mundo tiver consciência, como a grande maioria que foi às manifestações, vamos fazer o Brasil um país digno para todo mundo", opinou o comunicador, arrancando aplausos da plateia.
Faustão e o almoço de Michel Temer
Muitos não se lembram, mas Faustão chegou a pagar o almoço do ex-presidente Michel Temer (PMDB). A notícia foi publicada pelo colunista Ancelmo Gois, no Globo. Faustão esclareceu os fatos posteriormente, em nota enviada ao jornalista. "Não teria nenhum problema em pagar. Seria um prazer. Mas, na verdade, o presidente estava almoçando com um amigo meu, em uma mesa ao lado. E este amigo pagou a conta na última vez em que almoçamos juntos. Agora, eu quis apenas retribuir a gentileza deste amigo", explicou.
Críticas à Temer
Apesar disso, Faustão havia criticado o ex-presidente que herdou o cargo de Dilma Roussef após o impeachment. Em 2016, detonou o projeto de reforma do ensino médio anunciado. "Então, o país que mais precisa de educação faz uma reforma com cinco gatos pingados que não entendem porra nenhuma, que não consultam ninguém e aí, de repente, tiram a educação física, que é fundamental na formação do cidadão", analisou.
Faustão foi aplaudido pelo auditório. E continuou: "Aí, quando você percebe, um país como esse, que tem uma saúde de quinta (categoria), não tem segurança, não tem emprego, não tem respeito a profissões básicas. O país que não respeita professor, pessoal da polícia e pessoal da área de saúde e um país que não oferece o mínimo aos seus cidadãos".
País sem alma
Em novembro de 2018, Faustão falava sobre cultura e meio ambiente, temas criticados na gestão Bolsonaro. Ao anunciar que Christiane Torloni fazia parte do júri artístico daquele dia, tomou a palavra: "Lembrando que um país que não cuida do meio ambiente, da natureza, e principalmente da cultura, é um país sem alma".
A crítica chegou depois de air Bolsonaro e sua equipe anunciarem a fusão do Ministério da Agricultura com o Ministério do Meio Ambiente. A ação, criticada por ambientalistas, acabou recuando.
O Brasil vai pelas pontas, diz Faustão
No final de 2019, quando Jair Bolsonaro estava prestes a completar o primeiro ano na presidência da República, Faustão chegou a criticar os rumos que o país vinha tomando em função dos extremismos adotados pelos eleitores e povo.
"O Brasil ou vai para a esquerda ou vai para a direita. É sempre assim, ou vai para as pontas", resumiu Faustão.
Faustão critica sem citar nomes
No início de 2019, logo que Bolsonaro foi eleito, Faustão fez um longo desabafo que deixou o público intrigado. "Na hora do Carnaval e da seleção, o brasileiro, e nós sabemos muito bem, é um povo que tem união, tem solidariedade, tem uma integração. Por que isso não acontece nas coisas sérias? Lutar por educação, saúde pública, contra a corrupção, contra a incompetência. O imbecil que está lá, e não deveria estar e pode até ser honesto, mas é um idiota que está ferrando com todo mundo", detonou.
"Você paga imposto e o que você recebe? Então, vamos ver se esses novos ares vão mudar. Vamos ver. Tem que rezar para dar certo, não adianta rezar contra", acrescentou. Depois, Faustão negou que tenha sido uma indireta a Bolsonaro.
Xingamento ao COB
Faustão também chegou a criticar o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em 2016. Tudo porque ele ficou irritado com o cancelamento da participação do ginasta Diego Hypolito em seu programa. Ao vivo, disse que "um imbecil" do COB havia vetado o esportista.
"O Diego estava aqui para entrar. Pouco antes de entrar no palco, ele recebeu telefonema de alguém do Comitê Olímpico dizendo que não era para entrar, que ele seria expulso das Olimpíadas", falou.
E criticou ainda mais: "Manda ligar para o Arthur Nuzman para dar resposta à sociedade brasileira por que este tipo de censura e punição a um atleta do nível do Diego, que vem para um programa de televisão para uma competição musical e acaba ameaçado".
No final do programa, mais calmo, botou panos quentes na própria crítica e mandou Nuzman um abraço com o esclarecimento de que ele não vetou nada. A notícia verdadeira que o novo técnico da ginástica olímpica, pediu que seu atleta ficasse concentrado às vésperas da Olimpíada.