Análise

De Chaves no SBT a Tieta na Globo: Clássicos garantem boa audiência na TV

Resultado alcançado pelas produções dos anos 1970 e 1980 pegou de surpresa até os mais otimistas


Chaves volta ao horário nobre do SBT, e Tieta é a aposta do Vale a Pena Ver de Novo, na Globo
Chaves volta ao horário nobre do SBT, e Tieta é a aposta do Vale a Pena Ver de Novo, na Globo: sucessos do passado ainda têm espaço - e público cativo - na TV brasileira - Foto: Reprodução/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 18/12/2024 às 05:27,
atualizado em 18/12/2024 às 10:23

Neste fim de ano, a Globo e o SBT trouxeram de volta à TV, respectivamente, a novela Tieta, produzida entre 1989 e 1990, e os seriados mexicanos Chaves e Chapolin, veiculados desde a década de 1970. Os resultados alcançados por essas atrações pegaram de surpresa até os mais otimistas.

Reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, Tieta voltou ao ar com bons números em 2 de dezembro, impulsionada pela reta final de outro clássico, Alma Gêmea (2005). A trama protagonizada por Betty Faria se manteve em alta ao ocupar sozinha a faixa de reprises no fim das tardes da Globo.

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Na semana passada, entre 9 e 13 de dezembro, a atração teve média de 15,7 pontos na Grande São Paulo, segundo dados do Kantar Ibope. É o maior índice alcançado desde 2020 por uma reprise em sua primeira semana “solo” no Vale a Pena Ver de Novo – ou seja, sem a “dobradinha” com a novela que está acabando.

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O desempenho é o melhor desde Laços de Família (2000), que em sua segunda semana no ar registrou 18,5 – era o auge da pandemia da Covid-19. Os números também chamam atenção porque em dezembro, tradicionalmente, a audiência da TV costuma cair em função das viagens de férias e das festas de fim de ano.

Tieta carrega um título honroso: é uma das novelas de maior audiência da história da Globo. Foi reprisada na TV aberta apenas uma vez, entre 1994 e 1995, e também no Canal Viva, em 2017. Agora, quebra uma crença que perdurou por anos: a de que o público rejeitaria tramas mais antigas, por conta das limitações técnicas.

Chaves e Chapolin sempre provaram o contrário nessas últimas décadas – antes de serem tirados do ar, em 2020, e ficarem quatro anos impedidos de serem exibidos em todo o mundo. Figuras fáceis entre os títulos mais vistos do SBT, as séries têm reafirmado sua força desde o retorno à grade, em horário nobre.

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Logo na reestreia, em 9 de dezembro, Chaves se tornou o programa mais visto do SBT, com 4,8 pontos. No dia seguinte, chegou a 5,3, e o bom desempenho se manteve desde então. Tanto o menino do barril quanto Chapolin têm superado a audiência da novela infantojuvenil A Caverna Encantada, que é inédita.

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As imperfeições de imagem dessas produções têm sido contornadas com novas tecnologias, o que inclui o uso controverso da inteligência artificial. É uma tentativa de dar cara de novidade a algo que ganha o público justamente por remeter ao passado – e, vez ou outra, dialogar naturalmente com o presente.

Ao contrário do que muitos poderiam pensar, Chaves, Chapolin, Tieta e afins não causam grande estranhamento do telespectador, o que se comprova com os bons números de audiência. Ao contrário, são produções que despertam nostalgia e, mais do que isso, mantêm um poderoso apelo popular, como costuma acontecer com os clássicos.

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