Tieta ocupou vaga de novela “rebaixada” para as 18h na Globo
Relembre novela de Glória Perez que foi tirada do horário nobre por Boni
Publicado em 12/12/2024 às 06:54
No ar em Vale a Pena Ver de Novo, Tieta foi exibida originalmente às 20h, entre 1989 e 1990. Na época, a novela ocupou a vaga de uma trama que estava programada para ir ao ar no horário nobre, mas que acabou “rebaixada” para a faixa das 18h: Barriga de Aluguel, escrita por Glória Perez.
Em 1986, a ideia da emissora era adaptar o romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado (1912-2001) como minissérie. O projeto não foi adiante por conta do valor exigido pelo autor. Em 1988, Betty Faria comprou os direitos da obra, vendidos à Globo sob a condição de ser a protagonista.
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Em março de 1989, o Jornal do Brasil noticiou que a Globo faria uma versão do livro, sem revelar o formato. Já a Folha de S.Paulo revelou, em junho de 1989, que Tieta seria a próxima “novela das oito”.
Boni, então vice-presidente das Organizações Globo, havia paralisado a produção de Barriga de Aluguel, primeiro título cogitado para substituir O Salvador da Pátria às 20h.
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A trama de Glória Perez já estava em fase de pré-produção há duas semanas antes de ser suspensa. “O estilo folhetinesco da novela foi o motivo alegado pelo vice-presidente para a suspensão. A rede planeja abolir os excessos dramáticos do horário”, dizia a reportagem da Folha.
A trama estava na gaveta desde meados dos anos 1980, quando já havia sido “substituída” na programação da Globo pelo remake de Selva de Pedra (1986). No ano seguinte, Gloria assinou com a Manchete, onde fez outra novela, Carmem (1987), retornando à primeira emissora logo depois.
Relembre a trama de Barriga de Aluguel, que perdeu vaga para Tieta
Fora da fila de novelas das 20h, Barriga de Aluguel foi então programada para entrar no ar às 18h. Em julho de 1989, outro título chegou a ser anunciado na imprensa: Novos Tempos. Entretanto, a trama voltou a ter o nome inicialmente pensado e entrou no ar em agosto de 1990.
Na trama, Ana (Cassia Kis) e Zeca (Victor Fasano) têm um casamento perfeito, mas não conseguem ter filhos, apesar dos vários tratamentos a que se submetem. Para realizar o sonho de serem pais, o casal contrata a jovem Clara (Cláudia Abreu) como mãe de aluguel.
Com o avanço da gravidez, as relações entre eles se complicam. Ana sofre por não viver as sensações da gestação. Clara, por sua vez, começa a se envolver com o bebê que cresce dentro dela e sofre por saber que terá de abrir mão da criança. Em meio aos conflitos, Zeca se envolve com Clara.
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A disputa sobre quem seria, de fato, a mãe do bebê perpassa os 243 capítulos da história, que só chegou ao fim em maio de 1991. Na última cena, Ana e Clara aparecem de mãos dadas com o filho, dispostas a encontrar uma solução, independentemente da decisão da Justiça.
Com uma abordagem pioneira, Barriga de Aluguel registrou boa audiência e é lembrada como uma das “novelas das seis” mais marcantes da Globo. Também consolidou Glória Perez no time de autores das 20h da emissora.
Assista à abertura de Barriga de Aluguel, exibida entre 1990 e 1991 na Globo:
