Filha de Edir Macedo assume função de escolher reprises de novelas na Record
Ela tem tirado poderes de Marcelo Silva
Publicado em 26/02/2021 às 04:30,
atualizado em 26/02/2021 às 09:56
Filha de Edir Macedo, Cristiane Cardoso, responsável pela dramaturgia da Record, decidiu sozinha por uma mudança no organograma da emissora do pai, barrando da programação e pegando para si a escolha das reprises de novelas nas tardes do canal. A primeira decisão dela, inclusive, já foi tomada ao decidir que Belaventura (2017) substituirá A Escrava Mãe.
Segundo apurou o NaTelinha, o esqueleto de comando da Record era de que Cris Cardoso cuidava da dramaturgia bíblica da emissora por ordem direta de Edir Macedo, ao mesmo tempo que a programação e a direção artística seriam responsáveis por aprovar as reprises e também eventuais produções contemporâneas e que não tivesse a Bíblia como base. Mas nada disso está mais valendo.
O primeiro momento em que Cris teria desautorizado a área de entretenimento e artística, de acordo com fontes do canal, ouvidas pela reportagem, aconteceu durante Amor Sem Igual. A novela estaria debaixo do guarda-chuva do diretor, mas a filha de Edir Macedo se aproveitou por ter boa relação com a autora Cristiane Fridman para palpitar sobre os rumos da história e, inclusive, teria feito exigências para que a protagonista terminasse seus dias como fiel da Igreja Universal do Reino de Deus. A panfletagem da igreja não agradou o chefe artístico da Record e teria gerado um clima de animosidade.
Mas a relação azedou de vez recentemente, quando Cristiane Cardoso, sem consultar ninguém e sem passar por reunião, decidiu enviar um comunicado à programação que, a partir de agora, a escolha das reprises na tarde da emissora ficarão por conta dela exclusivamente. Ela teria já enviado a ordem para iniciar a edição de Belaventura e teria deixado vazar para a imprensa que a próxima novela reprisada deverá ser Os Dez Mandamentos.
Record queria outra reprise
O NaTelinha ouviu de um funcionário da Record que a intenção da programação e do artístico era reprisar outra trama porque o desempenho de audiência de A Escrava Mãe já não havia agradado. Se dependesse da programação, possivelmente iria ao ar nas tardes do canal Luz do Sol (2007) ou Poder Paralelo (2009). Pesava contra a última o fato de que setores da emissora mantém uma espécie de veto contra as obras de Lauro César Muniz desde que ele deixou a Record, mesmo assim, com o distanciamento do tempo, a novela vinha ganhando força para receber uma edição especial com cortes.
Mas nada disso adiantou porque Cris Cardoso, que já vinha aterrorizando o elenco da Record há tempos, decidiu sozinha que faria tudo diferente. Ela preferiu escolher uma trama épica, embora não bíblica, para preparar o terreno para reprisar as bíblicas que já ocupam a faixa do horário nobre. O fato de Gustavo Reiz ter saído do canal após desentendimentos com ela durante a concepção de Gênesis e migrado para a Globo não pesou na decisão.
Debandada geral
O NaTelinha apurou que há muita insatisfação dos executivos e funcionários da área de dramaturgia da Record com o comportamento da filha de Edir Macedo. Eles estariam se sentindo desprestigiados, já que Cardoso toma todas as decisões e não utiliza o trabalho de ninguém, nem mesmo para contribuir com leituras de sinopses e de capítulos para avaliação.
A segunda temporada de Topíssima já vem sendo debatida entre Fridman e Cris Cardoso pessoalmente e sem passar pelo crivo do diretor artístico. Por isso, muitos funcionários planejam deixar a emissora se surgir oportunidade no mercado.
Procurada, a Record não se manifestou.