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Quanto Mais Vida, Melhor tem virada eletrizante e mostra que há saída para novelas

Novela apresentou um fôlego que há tempos não se via no formato


Cena de Quanto Mais Vida, Melhor com os protagonistas
Novela Quanto Mais Vida, Melhor teve mudança surpreendente - Foto: Reprodução/Globoplay
Por Daniel César

Publicado em 03/03/2022 às 04:44,
atualizado em 03/03/2022 às 12:02

A mais recente semana de Quanto Mais Vida, Melhor mostra que as novelas não estão perdidas, enquanto formato, no Brasil. O autor Mauro Wilson deu um fôlego importante na virada da história protagonizada por Giovanna Antonelli, Vladimir Brichta, Valentina Herszage e Mateus Solano ao obrigar o quarteto a trocar de corpo, num movimento arriscado, mas que prova que há espaço para a criatividade.

A própria trama, cheia de qualidades, vinha derrapando pela completa falta de capacidade de fugir do senso comum, mesmo problema visto em basicamente todas as novelas da Globo dos últimos seis anos - para dizer o mínimo. Até as melhores tramas, quase sempre se seguravam pelo carisma das personagens ou nem isso, apenas nos obrigavam a assistir catatônicos sequências de mais do mesmo.

Se a máxima "quem viu uma, viu todas" sempre foi dita sobre novelas de forma preconceituosa, ela passou a ser uma verdade universal nos últimos tempos e com a nova geração de novelistas. Rock Story (2016), Haja Coração (2016), Totalmente Demais (2015), Bom Sucesso (2019) e tantas outras são sempre a mesma novela. Vai dizer que você não tem sempre a sensação de que está assistindo a mesma coisa no horário em muito tempo?

O problema não é obrigatoriamente da faixa das 19h, já que a mesma dinâmica se repete no horário das 18h e até no das 21h, em menor escala porque ainda restam os medalhões sobreviventes. Mas especificamente na segunda faixa, tudo fica ainda pior porque o público foi educado a produções inventivas e fora da casinha, como Kubanakan (2003) e Cobras e Lagartos (2006), para citar duas.

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Desde Cheias de Charme (2012) o público não acompanha uma virada tão corajosa por parte de um folhetim no horário. Embora Sangue Bom (2013) tenha tido grandes capítulos, ela não foi movida por coragem o tempo todo - ainda que o final seja um exemplo. Quando Mais Vida, Melhor já era um acerto, com alguns pequenos problemas em sua jornada, mas agora ficou, além de tudo, charmosa.

Quando o autor dá a oportunidade para seu elenco brilhar e confia nos protagonistas a tarefa de viver um no corpo do outro, ele não cria apenas situações engraçadas, mas toma duas atitudes louváveis. A primeira é abraçar o realismo fantástico, que deveria ser o pano de fundo constante da história. A segunda é oferecer uma virada de verdade, não essa sucessão de bobagens que as últimas novelas vinham entregando.

É impossível prever o que acontecerá nos próximos capítulos de Quanto Mais Vida, Melhor e a novela pode até se perder completamente. Mas a tirar pelos mais recentes capítulos, Mauro Wilson merece aplausos por fazer o que parecia impossível: dar vida a um formato que sucumbia.

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