Ingrid Gaigher opina sobre final de Lucimar e avalia papel em Vale Tudo: "Mudou minha vida"

Na primeira versão de Vale Tudo, a faxineira Lucimar, então interpretada por Maria Gladys, surgiu no último capítulo rica e esnobe, como uma “nova Odete Roitman”, após ganhar uma fortuna no jogo do bicho. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Ingrid Gaigher comenta a reta final da personagem, a de maior visibilidade da carreira da atriz até agora. “Mudou minha vida, com certeza”, diz.

Ingrid Gaigher conta que recebeu um recado carinhoso de Maria Gladys, que no ano passado disse ao NaTelinha não ter intenção de assistir ao remake. A intérprete de Lucimar na nova versão relata ter acompanhado as últimas notícias sobre a veterana, que passou por dificuldades recentemente, e revela que o único contato entre as duas se deu por meio de sua mãe, Ana Paula Machado.

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“Isso foi muito inusitado, porque elas se encontraram por acaso e minha mãe me contou que ela me desejou boa sorte. Falou que acha muito legal os atores da nova geração estarem prosperando e fazendo Vale Tudo. Foi uma mensagem ótima, mas eu não falei diretamente com ela”, detalha.

A atriz, é claro, foge de revelar qual será o final de Lucimar no remake, mas entrega sobre a relação com Vasco (Thiago Martins) nos últimos capítulos: “Os conflitos agora vão estar em torno do casamento”.

A trama do casal na novela das 21h levantou uma abordagem sobre pensão alimentícia. Em maio, uma cena da trama fez a busca pelo aplicativo da Defensoria Pública do Rio de Janeiro bater recorde. Na história, Lucimar passou oito anos sem receber os direitos do filho Jorginho (Rafael Fuchs).

Nos últimos capítulos, Lucimar e Vasco acertaram as diferenças e se casaram. O entrecho rendeu críticas à novela: nas redes sociais, internautas rejeitaram o fato de a mulher ter perdoado os erros do ex-parceiro. “Acho interessante ter esses contrapontos, e as pessoas discutirem isso. Mostra que evoluímos nesse assunto”, opina a atriz.

Ela já havia feito uma novela, Quanto Mais Vida, Melhor (2021), além de ter participado de séries, como Segunda Chamada (2019), filmes e peças. Agora, com o fim de Vale Tudo, pretende voltar a se dedicar ao cinema e ao teatro.

Leia a íntegra da entrevista com Ingrid Gaigher, a Lucimar de Vale Tudo

NaTelinha: Vale Tudo foi o seu trabalho de maior visibilidade na TV até o momento. Qual resumo você faz da sua experiência?

Ingrid Gaigher: Vale Tudo foi meu trabalho de maior visibilidade, com toda certeza. As novelas têm um poder tão grande no nosso país, estão entre as nossas propriedades culturais mais enraizadas. Percebi o poder que a novela tem, tanto pela força que a minha personagem teve com as mães que se identificaram com ela, quanto pelo carinho nas ruas.

Além disso, percebi o meu progresso como artista, porque é muito diferente fazer teatro, fazer série, fazer filme e fazer novela. São técnicas completamente diferentes. Eu estava muito curiosa e também com muito medo dessa hiperexposição e das comparações, que vivemos durante todo o processo, com Vale Tudo de 1988. É um misto de sensações muito intensas.

Foi um trabalho coletivo com pessoas que são referências para mim de artistas. Matheus Nachtergaele, Taís Araujo, Karine Teles, Paolla Oliveira, Débora Bloch, Malu Galli, Renato Góes… Foi uma surpresa a maneira que fui recebida e a forma como nos unimos. Recém-saída da novela, posso te dizer que foi muito intenso, e o saldo foi muito positivo. Mudou minha vida, com certeza.

NaTelinha: Na nossa primeira conversa, antes da estreia, você disse que tinha muitas expectativas sobre a reação do público. Elas foram atendidas? Quais respostas você recebeu nesses últimos meses?

Ingrid Gaigher: Acho que as expectativas foram superadas. Foi muito melhor do que eu imaginei. Sinceramente, não esperava uma reação tão carinhosa e intensa do público, talvez por ser minha primeira novela e eu não estar acostumada com esse impacto.

Independentemente dos desenhos que se formaram na trama, todo mundo que veio até mim falar comigo, na internet, nas ruas, tinha uma torcida pela personagem. É muito bonito de ver, porque construímos um personagem para que o público tenha empatia.

NaTelinha: Você concordou com o destino da Lucimar? A trajetória dela te agradou completamente ou há algo que você mudaria?

Ingrid Gaigher: A Lucimar me surpreendeu desde o início. Eu não sabia o que esperar. A trajetória dela me contempla porque é o que eu tenho que defender. Muita gente tem opiniões diversas, mas fui muito feliz defendendo essa trajetória. Não sei exatamente o que eu mudaria, sinceramente.

NaTelinha: Notei que parte do público não gostou do fato de a Lucimar ter perdoado os erros do Vasco e voltado para o ex. Como você avalia a trajetória do casal?

Ingrid Gaigher: Lucimar e Vasco são um casal muito popular e que causa muita identificação. Acontece demais das mulheres quererem reatar, por muitos motivos. Por acreditarem na família, na mudança dos homens, na força de transformação que a família pode ter na vida delas, tanto financeiramente quanto socialmente. Ainda vivemos numa sociedade que vê na mulher a responsabilidade de continuar a família. Então, muitas mulheres têm a expectativa de que o sucesso delas está na família.

“Por construirmos narrativas de emancipação, quando a mulher volta para um homem que errou muito, existe essa reação contrária. Mas acho que o Vasco apresentou, em ações e em palavras, que ele queria mudar e mudou, sabe?”

Acho interessante ter esses contrapontos, e as pessoas discutirem isso. Mostra que evoluímos nesse assunto. Não é unânime que a mulher é responsável pela família ou que deve estar à disposição da mudança do homem. Nem sempre ela deve estar. A trajetória do casal foi positiva por levantar todos esses questionamentos.

NaTelinha: Os dois ainda vão ter conflitos nos últimos capítulos? Pode nos dar alguma pista sobre o que vem por aí?

Ingrid Gaigher: Os conflitos de Lucimar e Vasco agora vão estar em torno do casamento. É bonito ver eles conseguirem construir uma relação saudável depois de tanto conflito e ainda se gostarem, com todos os erros, falhas e desencontros.

NaTelinha: Na primeira versão, a Lucimar terminou rica, como se virasse uma “nova Odete Roitman”. Podemos esperar algo assim no final do remake?

Ingrid Gaigher: Olha, sobre o futuro de Lucimar, eu não sei, sinceramente, se eu posso te adiantar, porque é um tipo de spoiler muito caro (risos). Você me desculpa, mas eu não posso te adiantar isso.

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NaTelinha: Durante a novela, saíram muitas notícias sobre a Maria Gladys, que interpretou a personagem na primeira versão. Você acompanhou? Teve algum contato com ela antes ou depois da estreia?

Ingrid Gaigher: Acompanhei todas as notícias que saíram sobre o que o primeiro elenco de Vale Tudo falou sobre o remake.

“O contato que tive com ela foi indireto, pela minha mãe. Isso foi muito inusitado, porque elas se encontraram por acaso e minha mãe me contou que ela me desejou boa sorte. Falou que acha muito legal os atores da nova geração estarem prosperando e fazendo Vale Tudo. Foi uma mensagem ótima, mas eu não falei diretamente com ela.”

NaTelinha: Fale sobre os seus planos agora com o final das gravações da novela.

Ingrid Gaigher: Estou em preparação para um longa-metragem chamado Um Rio de Janeiro, inclusive com um elenco muito legal, Drica Moraes, Regina Casé, Humberto Carrão e Alejandro Claveaux, com a direção do Angelo Defanti. Temos previsão de estreia para o ano que vem, e estou muito animada. Também pretendo voltar ao teatro.

Vale Tudo é escrita por Manuela Dias e tem direção artística de Paulo Silvestrini. O remake é baseado na novela exibida entre 1988 e 1989, criada por Gilberto Braga (1945-2021), Aguinaldo Silva e Leonor Bassères (1926-2004) e que teve direção de Dennis Carvalho e Ricardo Waddington.

O NaTelinha divulga todos os dias os resumos dos capítulos, detalhes dos personagens, entrevistas exclusivas com o elenco e spoilers da novela Vale Tudo. Confira!