Análise

SBT sai do marasmo e aposta em fenômenos da internet para afastar crise de audiência

Com contratação de Luccas Neto e Virgínia Fonseca, emissora mira em novos públicos


Luccas Neto e Virgínia Fonseca
Consolidados na internet, Luccas Neto e Virgínia Fonseca estreiam programas de TV em breve - Foto: Reprodução/Montagem NT

O SBT está apostando alto em fenômenos da internet. Só em novembro, a emissora anunciou a contratação de dois dos maiores influenciadores digitais brasileiros, Luccas Neto e Virgínia Fonseca. O objetivo é sair da crise de audiência deflagrada em 2023.

Acompanhada por mais de 44 milhões de seguidores só no Instagram, Virgínia Fonseca deve apresentar um programa de variedades nas noites de sábado. O objetivo, de acordo com informações da Folha de S.Paulo, é ser uma alternativa mais popular ao Altas Horas.

+ 5 desafios que Virginia Fonseca precisa superar para dar certo no SBT

A boa atração de Serginho Groisman não tem hoje um concorrente à altura, o que lhe permite tocar seu programa de auditório sem grandes novidades há algum tempo. Se fizer barulho, a novidade do SBT tende a fazer a concorrência se mexer, beneficiando o telespectador.

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A contratação de Luccas Neto também já soa como um grande acerto. Entre os principais canais da TV aberta no Brasil, o SBT é o que mais se preocupa com o público infantojuvenil. O ator, roteirista e empresário, irmão de Felipe Neto, tem números impressionantes nesse segmento.

São mais de 40 milhões de inscritos e 23 bilhões de visualizações acumulados em seu canal no YouTube. Sua estreia na TV terá fácil repercussão, possivelmente maior do que A Infância de Romeu e Julieta, trama inédita que não caiu no gosto da criançada.

Almejar um novo público, de olho em quem impacta multidões nas redes, é um acerto. Hoje, o SBT enfrenta uma crise de audiência – não muito diferente de Globo e Record. Só que o caso parece mais grave: em julho, o canal chegou a dividir o quinto lugar de audiência com a TV Cultura.

Influencers na TV já renderam shows de horrores, como o Casa Kalimann

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A Globo também já reconheceu a força dos influenciadores digitais, mas mostra grande dificuldade em estabelecer um diálogo com eles. Cada tentativa – como a desastrosa participação no show de Roberto Carlos, ano passado – mostra dissonância da criação de conteúdo da TV e da internet.

São linguagens diferentes, e a falta de aptidão das estrelas da web no tradicional veículo também impede novas empreitadas. Foi o que sinalizou o constrangedor Casa Kalimann, de Rafa Kalimann, produzido em 2021 para o Globoplay, mas com formato de televisão aberta.

A teledramaturgia também já começa a dar atenção aos fenômenos midiáticos. O caso mais notório foi o de Jade Picon, escalada para um dos papéis principais de Travessia (2022). A novata não escapou das críticas, mas gerou buzz e impulsionou a parca repercussão da novela.

No caso de Luccas Neto e Virgínia Fonseca, há grandes chances do “intercâmbio” entre plataformas dar certo, a depender de vários fatores – da equipe escalada para as produções à dedicação dos apresentadores. Contudo, já é positivo perceber que a atual gestão do SBT trocou a inércia pelo movimento.

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