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"Chiquititas" chega ao fim consolidando dramaturgia infantil do SBT

A coluna "Enfoque NT" analisa o fim da novela "Chiquititas" após mais de dois anos no ar


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História das crianças do Orfanato Rio de Luz chega ao fim nesta sexta (14) - Divulgação/SBT
Quando “Chiquititas” estreou em julho de 2013 no SBT, ela não tinha uma das tarefas mais fáceis de realizar. A missão era substituir o fenômeno “Carrossel”, que havia alavancado o horário das 20h30 e fazer com que a emissora continuasse brigando efetivamente pelo segundo lugar mais uma vez.
 
Um programa pode até mudar a audiência de uma faixa, mas quem muda a posição de um canal são as telenovelas. E “Chiquititas”, apesar de ser um remake bastante recente, “apenas” 16 anos depois de sua exibição original, surpreendeu.
 
Surpreendeu pela franca evolução em fazer dramaturgia infantil. Pela produção, pelos atores cirurgicamente escolhidos - como Manuela do Monte para viver Carolina, um grande acerto -, mas teve alguns percalços no meio do caminho. Afinal, com 545 capítulos em mais de dois anos de exibição isso seria inevitável. 
 
“Chiquititas” carrega o título de a segunda novela mais duradoura da televisão brasileira, perdendo apenas para “Redenção”, da extinta TV Excelsior, de 1966, com 596 capítulos.
 
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Travada
 
Entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014, a trama teve problemas. Os índices caíram e os dois dígitos viraram apenas um, em virtude de um foco diferente dado na história. Os adultos começaram a ganhar espaço para desgosto dos pequenos, aliado também à falta de publicidade excessiva que tinha em programas da casa como o “Programa do Ratinho”, “Eliana” e “Domingo Legal”. Ao contrário de “Carrossel”, onde as crianças do elenco batiam ponto nessas atrações quase todas as semanas.
 
"Chiquititas” poderia ter sido até encurtada caso a situação permanecesse, já que ficou quase dois meses sem saber o que era dar dois dígitos de média.
 
Reviravolta
 
 
A direção da novela percebeu isso, assim como Iris Abravanel, que souberam dar a volta por cima, focando novamente nos conflitos infantis, e assim “Chiquititas” retomou os dois dígitos e a vice-liderança isolada, que vinha sendo alternada com a Record.
 
Apesar da oscilação de audiência, o remake sempre foi um sucesso comercial. A trama termina com cerca de 350 produtos licenciados e com uma vendagem de discos que bateram as 300 mil cópias.
 
Consolidação
 
A novelinha teve seus momentos, ainda que poucos, de baixa, mas soube se reerguer e acima de tudo, veio para consolidar a dramaturgia infantil do SBT. Não foi um fenômeno como “Carrossel”, mas foi um sucesso que ajudou a emissora a se manter na briga pelo segundo lugar, sendo competitiva no tempo que esteve no ar.
 
Entregou em alta para que “Cúmplices de um Resgate” possa dar sequência à este segmento e formou novos talentos como Giovanna Grigio, Lívia Inhudes, dentre outros. Um verdadeiro celeiro de boas descobertas.
 
A direção, é claro, teve papel fundamental nesse sucesso. Reynaldo Boury mostrou sua sensibilidade e talento para trabalhar com crianças mais uma vez (já havia dirigido “Carrossel” e também dirige “Cúmplices”).
 
A mulher do patrão, Iris Abravanel, teve grande participação nesse sucesso, com seu time de colaboradores. Adaptar uma novela de 1997 e trazer ao universo de 2015 com toda essa tecnologia e tendo a missão de prender a criançada na frente da televisão, no horário nobre, também não é fácil. 
 
 
Thiago Forato é jornalista, escreve sobre televisão há dez anos e assina a coluna Enfoque NT há quatro, além de matérias e reportagens especiais no NaTelinha. Converse com ele: thiagoforato@natelinha.com.br  |  Twitter e Instagram: @tforatto
 
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