Opinião

Lula tem péssima comunicação e esquece de ser popular na TV

Comunicação do terceiro governo do presidente está elitizada


Lula usando terno e falando ao microfone
Lula tem graves problemas de atingir as camadas mais pobres da população - Foto: EBC
Por Sandro Nascimento

Publicado em 19/04/2024 às 04:05,
atualizado em 19/04/2024 às 13:57

Pesquisas divulgadas em março expuseram que a administração de Lula (PT) sofreu uma queda na popularidade em seu segundo ano de governo. Posteriormente, nos bastidores, o atual presidente atribuiu esse resultado à falta de comunicação, dentre outros fatores. E ele está absolutamente correto. Em seu terceiro mandato na presidência, Lula tem tido uma comunicação desastrosa, concentrando apenas na GloboNews e se distanciando do público da massa.

É óbvio que é relevante o presidente ter acesso à GloboNews, por dois fatores: primeiro, porque é o principal canal de notícias, de maior audiência e credibilidade no país; segundo, porque permite a comunicação direta com o mercado financeiro e Brasília.

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A dificuldade surge quando o Governo acredita que, apenas concentrando e intensificando a presença de ministros e representantes do PT na GloboNews, teria força para reverter a queda de popularidade. Isso não ocorrerá.

Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito com base em um eleitorado popular e precisa se comunicar com esse público de maneira eficaz. Esse segmento de eleitores está carente de notícias do governo. Em seus dois primeiros mandatos, o presidente sempre privilegiou as rádios das principais cidades com sua visão de política, sendo ouvido em todos os cantos do país. Agora, de volta ao posto, deixou essa estratégia de lado. 

A péssima comunicação de Lula

Lula tem péssima comunicação e esquece de ser popular na TV

Os erros grotescos na comunicação de Lula são tão evidentes que, geralmente, em um governo, algum ministro se destaca e acaba sendo colocado como candidato à presidência nas próximas eleições. No entanto, isso não está acontecendo.

Por que a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, não participa de programas populares na televisão, como o Programa Silvio Santos, Domingão e Ratinho, para esclarecer a importância da vacinação contra a gripe ou a dengue? Ou por que o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não explica como a população pode ter acesso ao Programa Desenrola?

Como ponto de comparação, em março, segundo a Kantar Ibope Media, o programa Domingo Legal, apresentado por Celso Portiolli, alcançou o expressivo número de 33,6 milhões de pessoas em todo o Brasil. É muita gente.

Em 1994, percebendo a necessidade de dialogar com as classes mais populares, Fernando Henrique Cardoso, então Ministro da Fazenda, compareceu ao auditório do programa dominical de Silvio Santos no SBT para explicar o que era o Plano Real. E funcionou. Eram tempos diferentes, sem internet, mas mesmo com o avanço das plataformas digitais, a televisão aberta continua sendo a líder absoluta na preferência de consumo de entretenimento.

Cinco minutos no Domingão ou no Programa Silvio Santos têm muito mais valor para quem busca votos do que 30 minutos na GloboNews. Não estou, mais uma vez, tentando diminuir a importância do veículo, longe disso, mas utilizo o canal de notícias do Grupo Globo como um exemplo de que a comunicação de Lula é elitizada em seu terceiro governo. Pobre assina TV paga?

Assista ao vídeo de Fernando Henrique Cardoso no Programa Silvio Santos:

Imagem da thumbnail do vídeo

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