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Mistura confusa do "É de Casa" assusta e não funciona na estreia

Programa tem qualidades e pode se ajustar para reverter problemas


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Divulgação/TV Globo

Se nem o "Programa do Jô" tem mais o seu sexteto, era de se duvidar que o formato adotado na estreia do "É de Casa", com seus seis apresentadores reunidos, fosse dar certo. Mais simbólica que prática, a ideia, claro, rendeu apenas uma boa dose de confusão mental ao público.

Não é por acaso que a partir das próximas semanas "somente" quatro dos apresentadores se revezarão no palco enquanto os outros gravam reportagens. Assim, quem estiver no programa poderá ter voz ativa em vez de fazer pura figuração, como aconteceu neste último sábado (08) com André Marques, por exemplo.

É indiscutível que cada nome tem seu valor individual. O próprio André, em dupla com Cissa Guimarães no "Mais Você" durante as férias de Ana Maria Braga, se destacou recentemente.

Mas a junção de todos eles no mesmo espaço ao mesmo tempo mais do que de um time passa a ideia de um bando reunido aleatoriamente.

Nesse cenário, é como se um programa de esportes do Tiago Leifert, um de moda da Ana Furtado ou um de viagens do Zeca Camargo individualmente tivesse chances maiores de êxito.

Mas é claro que um programa monotemático sozinho não aguentaria as três horas de duração no ar. 180 minutos que passam com tranquilidade, diga-se. O longo tempo não torna a atração cansativa e sim dá a possibilidade dos temas serem bem mastigados, sem a correria para a troca de pauta presente nos programas diários.

A presença de convidados como uma astróloga e uma nutricionista no grandioso e bonito cenário não se justifica. Os temas abordados com elas seriam melhor dispostos em matérias ouvindo um leque mais amplo de especialistas.

Entratanto, as perspectivas são boas apesar dos deslizes habituais de um lançamento que tenta contemplar de tudo ao mesmo tempo. Com as alterações naturais, o "É de Casa" deve começar a entender o seu público e se tornar cada vez mais agradável. É o mesmo processo por que passou o "Encontro".

Aliás, agradibilíssimo é ver Patrícia Poeta novamente em alto nível de apresentação. Ela, que ficou por três anos no "Jornal Nacional" sendo criticada pelo perfil pouco identificado com a bancada, logo de cara já mostrou que não esqueceu a excelente apresentadora que era no "Fantástico". O entretenimento é mesmo a casa dela.
 
E Zeca Camargo, seu ex-parceiro no "show da vida", também tem de tudo para dar a volta por cima depois de também sair rapidamente e com rejeição significativa de um programa (no caso dele, o "Vídeo Show", hoje em grande fase) - mas isso é assunto para outra coluna, assim como a boa integração com o jornalismo/esporte para a cobertura do Mundial de Esportes Aquáticos, que já abre o precedente de esquema similar nos treinos da Fórmula 1 ou jogos de vôlei, por exemplo.
 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

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