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Convocação antecipa clima de Copa do Mundo na programação televisiva

Confira mais uma análise da coluna "Território da TV"


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Reprodução

Se Galvão Bueno está no ar ao vivo na Globo e não se trata de corrida de Fórmula 1 ou partida em si da Seleção Brasileira, já sabemos que o evento é importante.

E como! Se todo brasileiro tem seu lado técnico, dia de convocação para Copa do Mundo é quando esse lado mais se amplia. Por mais questionáveis que sejam os 23 escalados, sempre acabamos torcendo por eles. E nos redimindo pelas ofensas prévias, como após os protestos pela ausência de Romário em 2002, ou estufando no peito que ir contra a voz do povo não deu certo. Caso do problemático Felipe Melo, bancado por Dunga em 2010 e que acabou expulso no jogo que rendeu a nossa eliminação.

Dessa vez a presença de um campeão mundial no comando nos gerou menos desconfiança. E a previsível falta de surpresas diluiu parte do interesse na lista divulgada nesta quarta (07). Se a convocação de 2010 rendeu 16 pontos para Globo, a de 2014 não passou dos 11, o que já rende uma grata elevação de 4 pontos na média habitual do “Encontro com Fátima Bernardes”.

Globo que, como sempre, estava preparada para todas as possibilidades. Mal Felipão leu sua lista, lá estava a animação personalizada. Os comentaristas Júnior e Casagrande fizeram suas observações rapidamente, já que apesar de ter alardeado a transmissão nos programas que a antecederam, foram reservados somente 45 minutos para ela, dos quais 15 antes da leitura dos nomes. Da coletiva do técnico, apenas a primeira pergunta feita por Tino Marcos (que vai para sua sétima cobertura de Copa) foi exibida ao vivo.

Tanta pressa atrasou o “Praça TV” em somente dois minutos. E os telejornais locais seguiram repercutindo os convocados. São Paulo colocou César Tralli ao vivo direto da arena que abrirá a Copa. No Rio, foram 10 minutos entre links e reportagens com a opinião popular.

Divisão de praças que seguiu no “Globo Esporte”, ao contrário do habitual em dias de pautas nacionais dominantes. Para SP, sem prioridade com o link de Tino Marcos que ficou para o Rio, a mesa tática de Caio Ribeiro com os esquemas possíveis foi o grande destaque e a principal repercussão ficou por conta do ex-São Paulo Hernanes e do ex-Palmeiras Henrique. Afinal, pela primeira vez desde 1930 não há nenhum jogador atuando atualmente em equipes paulistas convocado, apesar de o estado ter sido o berço de 9 dos atletas.

O “GE” Minas recebeu Victor, o goleiro do Atlético-MG, para entrevista com Maíra Lemos, que se destacou como repórter na Copa das Confederações e tem de tudo para brilhar nacionalmente também agora.  

A Band traçou caminho contrário. O “Jogo Aberto” de SP prevaleceu para a rede e Renata Fan comandou a cobertura desde 10h50, 20 minutos antes da faixa habitual do programa. Caminho inverso ao global também na exibição da coletiva, que foi ao ar ao vivo e na íntegra, rendendo até picos de vice-liderança. Na sequência, “Os Donos da Bola” também teve uma edição para todo o país sob o comando de Neto, quase onipresente, que ainda foi ao “Brasil Urgente” e “Jornal da Band”.

Dentre os grandes canais abertos, a RedeTV! também mostrou trechos diretamente do auditório montado pela CBF em um centro de convenções do Rio de Janeiro, mas chamou destaque pela falta de qualidade de suas imagens.

Felipão no “Jornal Nacional”

Tente lembrar quantas vezes o "Jornal Nacional" já teve um terceiro elemento na bancada. A lista histórica é mínima. Dentre os destaques, Ronaldo antes da Copa de 2002, Guga após anunciar sua aposentadoria, Bernardinho após ser eneacampeão da Liga Mundial, Patrícia Poeta no dia da despedida de Fátima Bernardes e as tradicionais entrevistas com os líderes das pesquisas presidenciais.  

Ontem foi um desses raros dias. A posição de honra foi atribuída para Luiz Felipe Scolari, o que justifica o pouco interesse da Globo nas palavras dele para os mais de 700 jornalistas horas mais cedo. Afinal, ele ficou diante de somente 2: William Bonner e Patrícia Poeta.

As questões foram generalistas, como sobre a pressão de jogar em casa e quais devem ser os 11 titulares. Tom bem ameno que é útil para ambos os lados. Afinal, antes um treinador falando pouco do que um xingando profissionais da emissora, como ocorreu na clássica briga entre Dunga e Alex Escobar na África do Sul.

Entre agradecimentos mútuos e pedidos de apoio da torcida, foram 20 minutos consecutivos sobre a convocação e sua repercussão. Felipão assistiu a estreia da série que mostrará os perfis de todos os atletas e realizada por Tino Marcos. O escolhido da primeira matéria foi o zagueiro David Luiz, que emocionou seu comandante.

A partir de agora, a exibição das reportagens especiais passa a ser diária, garantindo o Mundial na escala de matérias do “JN”, numa proporção que só deve crescer até o começo de Junho, quando Patrícia Poeta passa a apresentar o telejornal ao lado de Galvão Bueno de onde a Seleção estiver.

 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix irá mostrar um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)


 

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