Publicado em 13/08/2022 às 07:15:00,
atualizado em 13/08/2022 às 08:26:47
No ano de 1997, Silvio Santos anunciava uma parceria milionária com os estúdios Walt Disney que levou dois anos para ser fechado. Tratava-se de um acordo inédito na história do SBT, da televisão brasileira e da Disney. Tudo isso só foi possível porque o conglomerado estava de "saco cheio" da Globo.
A revelação partiu de Ricky Medeiros, ex-braço direito de Silvio Santos, numa longa entrevista concedida ao NaTelinha em 2016. "A Disney veio porque eles estavam de saco cheio da Globo, porque lá eles só colocavam desenho dentro do programa da Xuxa e eles queriam fazer um programa deles", contou o estadunidense, que acabou falecendo em dezembro de 2020.
Como o SBT era mais flexível, Ricky ajudou a costurar o acordo, mas não abriu mão dos filmes. As cifras ultrapassaram um negócio que envolveu US$ 15 milhões por três anos. Detalhe: a emissora já exibia alguns filmes da produtora desde a década de 80, tendo até uma sessão de filmes intitulada de Cine Disney, mas nada perto do que estava por vir.
A partir de 1997, o SBT teve exclusividade no Brasil sobre as produções Disney, principalmente os desenhos. Os filmes não ficaram de fora, e com a exclusividade de um grande volume de blockbusters, a rede se viu obrigada a criar uma sessão de filmes no horário nobre. Nascia a Tela de Sucessos.
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Na época, foi o maior acordo em volume de dinheiro fechado entre a Disney e uma emissora brasileira. O SBT passou a ter direito a blockbusters da época logo em 1997, como Jamaica Abaixo de Zero, Quando um Homem Ama Uma Mulher e Mudança de Hábito.
Posteriormente, o canal emplacou Pocahontas, Duro de Matar 3 - A Vingança, Pulp Fiction, A Rocha, 101 Dálmatas, dentre vários outros, caminhando para o slogan da "TV dos filmes milionários", quando sacramentou um acordo exclusivo com a Warner em 2000.
Ainda no acordo firmado em 1997, a Disney ficou de produzir um programa infantil para o SBT e o fornecimento de cerca de 120 filmes, além de mais de 100 horas de desenhos animados para compor a programação infantil com seriados como TV Quack, A Turma do Pateta, dentre outros.
O programa prometido seria o nostálgico Disney Club, que teve como diretor Cao Hamburguer, o mesmo de Castelo Rá-Tim-Bum, que logo se tornou um sucesso nos fins de tarde do SBT, atingindo excelentes índices no Ibope e tendo uma enorme repercussão com a garotada.
Em dezembro de 1999, o SBT prorrogou o acordo com a Disney por mais quatro anos, até 2004, onde a emissora chegou a ter um pacote de filmes superior até mesmo que o da Globo, com a chegada da Warner Bros, Paramount e MGM.
No entanto, em 2004, a Globo já tentava seduzir a Disney para tê-la de volta, depois de perder dois estúdios para a concorrente (MGM e Paramount) e ver sua programação de filmes enfraquecida.
De 2005 em diante, sobraram apenas alguns filmes que estavam para ser exibidos como Pearl Harbor e seriados infantis que a Globo não quis, como a reprisada Eu, a Patroa e as Crianças - estes que permaneceram com os direitos atrelados ao SBT até 2015.
Entre 2015 e 2018, as duas empresas voltaram a fazer parceria, mas em um modelo diferente. O negócio foi feito por arrendamento. Ou seja, a Disney adquiriu o horário (de segunda a sábado das 10h às 12h e domingo das 11h às 13h), montava o bloco e entregava ao SBT.
Tudo que a faixa de duas horas diárias faturava ia direto para os cofres da Disney. Para a rede de Silvio Santos, ficou a qualidade e o prestígio ao exibir produtos da maior produtora infantil do mundo.
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