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Narrador do SBT, Luiz Alano relembra racismo no início da carreira: "Ficava destruído"

Luiz Alano também revela que já registrou BO em um caso, mas não deu em nada

Luiz Alano lamenta episódios racistas na carreira e também na Libertadores - Fotos: Divulgação/SBT Lourival Ribeiro
Por Thiago Forato

Publicado em 25/05/2022 às 05:03:00,
atualizado em 25/05/2022 às 08:27:37

Um dos grandes nomes do Esporte do SBT atualmente, Luiz Alano vem acompanhando com pesar os casos recentes de racismo na Libertadores. Para ele, o tema não é tratado com seriedade no continente e revela que já sentiu isso na pele de todas as formas. "No meu início de carreira já ouvi todo o tipo de piada e falas preconceituosas. Ficava destruído, abalado. Isso há mais de 20 anos", conta ao NaTelinha. "Minha reação era a pior possível. Nas redes sociais, aconteceu um caso em Porto Alegre que não tornei público, registrei boletim [de ocorrência], mas não deu em nada", recorda Alano.

Para o narrador, hoje o racismo vem sendo entendido cada dia mais como uma causa da sociedade, e não somente apenas dos pretos. "Para mudar, é preciso primeiro reconhecer as desigualdades e aceitar que você é parte da mudança", analisa.

Sobre os constantes episódios de racismo ocorridos em partidas da Libertadores, Alano lamenta que os casos não venham sendo tratados com seriedade. "O Brasil não é exemplo para nada, mas pelo menos o debate aqui está aberto e existe lei para punir. A nossa indignação quando vemos atos racistas de torcedores não é a mesma da imprensa sul-americana, das equipes e muito menos da Conmebol."

Questionado sobre quais punições a entidade deveria aplicar aos clubes, sugere: "Jogar sem torcida e, e em caso de reincidência, punição com pontos. O que me chama atenção é a passividade das federações da América do Sul e da própria Conmebol".

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Luiz Alano inaugura a Conference League na TV aberta

Além de ter os direitos da Champions League e Europa League, o SBT também pode transmitir a Conference League, torneio criado pela UEFA nesta temporada para atender federações com menos espaço nas principais competições e clubes menores. No entanto, o certame trará o gigante Roma na final desta quarta-feira (25), clube italiano dirigido pelo português José Mourinho. "Estou muito empolgado com essa final", avisa ele.

Contra o time italiano, entrará em campo o holandês Feyenoord, tornando a decisão mais atrativa, aliás, que a da Europa League na última semana, entre Frankfurt e West Ham. "É uma competição nova, vale um título europeu. De fato, Roma e Feyenoord são dois times com mais história e tudo leva a crer que teremos uma final mais interessante que a Europa League", reconhece.

Quem ganha com isso, segundo ele, é o público. Alano também projeta uma maior importância para o torneio na TV aberta na próxima temporada. "Times grandes e tradicionais, como Roma e Tottenham, já disputam a competição. Muita gente torceu o nariz quando o torneio foi anunciado, mas ele premia também muitos clubes de países menores que passam a ter mais chance de disputar competições europeias. A UEFA conta com 55 federações. Mas é claro que, para a TV aberta no Brasil, a transmissão da final é adequada nessa primeira edição. Quem sabe, nos próximos anos, ela não ganhe mais espaço?", vislumbra.

"Projeto esportivo só cresceu", diz Luiz Alano sobre o SBT

Agora com os direitos da Copa Sul-Americana a partir da próxima temporada, Luiz Alano cresceu com o projeto esportivo do SBT nos últimos dois anos. "Fiquei muito feliz com o convite na época, em 2020, e foi tudo muito rápido. Acertei com o SBT em um sábado para estrear na quarta-feira. De lá pra cá, fiz grandes jogos da Libertadores, Copa América, Champions e agora vem a final da Conference League", diz ele, que também apresenta o SBT Sports nas manhãs de domingo e se motiva para o novo torneio que a emissora transmitirá.

"Essa motivação não é só minha, é um desafio e um compromisso de toda a equipe. A Copa Sul-Americana vai mudar de patamar a partir de 2023."

Torneio pouco valorizado pelos clubes até então, a Conmebol reformulou recentemente seu modo de disputa, incluindo fase de grupos, na tentativa de torná-lo mais atraente. Para Alano, a Conmebol pode fazer mais. "Por exemplo, os líderes dos grupos se classificarem direto às quartas e os segundos enfrentarem quem vem da Libertadores", sugere.

Em 2021, Luiz abriu uma barbearia com o filho em Santa Catarina, na cidade de Tubarão. O projeto continua de pé, mas esclarece que ele apenas ajudou no investimento inicial. "Hoje meu filho Otávio administra 100%. De longe, acompanho apenas como pai vendo um filho crescer com o seu empreendimento. A barbearia vai muito bem", encerra.


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