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Téo José faz balanço da Libertadores: "O SBT mostrou que o torcedor pode ser melhor tratado"

Narrador do SBT analisa o mercado e fala sobre saída da Libertadores da emissora, além da chegada da Sul-Americana


Téo José segurando o microfone ao lado da Taça Libertadores da América
Téo José comemora trabalho da Libertadores no SBT e espera que torneio tenha tratamento prioritário na Globo - Foto: Reprodução/Instagram
Por Thiago Forato

Publicado em 18/05/2022 às 04:00,
atualizado em 18/05/2022 às 17:26

Téo José é a voz dos principais jogos da Libertadores no SBT desde setembro de 2020, quando a emissora, em uma oportunidade de mercado, acabou fechando os direitos de transmissão do torneio de clubes mais importante do continente por três temporadas. Para o próximo ciclo, que compreende entre os anos de 2023 a 2026, a competição volta para a Globo, coisa que Téo enxerga com naturalidade no mundo dos negócios.

O que o fez ficar orgulhoso da emissora que o contratou foi o esforço para lutar pela manutenção da Libertadores. "Ela [Libertadores] sai maior do que entrou. Os números da licitação mostram isso. Nunca foram feitas duas finais da Libertadores na TV aberta como o SBT fez. Isso é fato. Não é propaganda, não é nada. Foram as maiores coberturas de TV aberta em finais de Libertadores", ressalta ele em longa entrevista exclusiva ao NaTelinha.

O narrador espera que agora a Globo mantenha a competição no mesmo patamar. "Estamos numa prateleira bem alta. O sarrafo aumentou. Não por uma questão de SBT, concorrência, nada disso. O torcedor merece isso. O SBT mostrou que o torcedor pode ser melhor tratado", diz.

Ao longo do bate-papo, Téo José assegura que o SBT está aberto a outras competições esportivas que não envolvam futebol, fala sobre Ibope, concorrência e projeta uma trajetória vitoriosa para competições como a Liga dos Campeões e a Liga Europa, cuja primeira temporada do acordo com a UEFA vai chegando ao fim neste mês de maio.

Confira a entrevista de Téo José na íntegra:

Téo José faz balanço da Libertadores: \"O SBT mostrou que o torcedor pode ser melhor tratado\"

NaTelinha - Exatamente quando você recebeu a notícia de que o SBT transmitiria a Sul-Americana e não a Libertadores a partir de 2023? Como você viu essa licitação e qual foi sua reação a princípio, e claro, depois, analisando mais friamente?

Téo José - Com relação a primeira pergunta, o SBT através da sua diretoria, fez todos os esforços possíveis pra manter a Libertadores da América. E foi uma licitação, na licitação a Conmebol achou por bem voltar com os direitos pra Globo. Mesmo com o SBT tendo acolhido a competição, no momento que a Globo desistiu no meio de uma pandemia, o SBT acolheu e fez a competição ficar maior ainda do que era em todos os sentidos, em valor de mercado. Mas isso é normal no mundo dos negócios.

O que eu fiquei feliz e muito orgulhoso, é de ver o esforço que o SBT fez de uma forma coerente, tranquila, dentro das regras. Digo que depois do que aconteceu, mesmo a gente perdendo o evento, estou muito orgulhoso de estar no SBT com o esforço que foi feito.

NaTelinha - Como você acredita que a Libertadores deixa o SBT?

Téo José - Ela sai maior do que entrou. Os números da licitação mostram isso. Nunca foram feitas duas finais da Libertadores na TV aberta como o SBT fez. Isso é fato. Não é propaganda, não é nada. Foram as maiores coberturas de TV aberta em finais de Libertadores.

Os números mostram que ela sai do SBT maior do que ela entrou! Graças ao trabalho de uma equipe, graças ao trabalho de uma filosofia e graças principalmente a ideia do SBT, que é primeiro entregar. A gente tinha o objetivo de entregar um excelente produto para as pessoas que estavam assistindo o SBT, os amigos do SBT e entregar um excelente produto para o mercado publicitário. E depois receber. E acabou dando certo, e a Libertadores sai maior do que ela entrou.

O que eu espero, é que quem agora tenha a responsabilidade transmitir a competição, que ela mantenha o mesmo patamar. Estamos numa prateleira bem alta. O sarrafo aumentou. Não por uma questão de SBT, concorrência, nada disso. O torcedor merece isso. O SBT mostrou que o torcedor pode ser melhor tratado.

NaTelinha - Você é um cara ligado em audiência? Como observa os números do Ibope que o torneio vem rendendo à emissora? Acredita que isso esteja dentro do esperado? A concorrência tem sido dura. Até final do BBB 22 vocês enfrentaram com um jogo entre Corinthians e Boca...

Téo José - Exatamente isso em cima do que você falou: não é só uma concorrência do BBB, ela é pesada. A gente tem uma concorrência da Band com a chegada do Fausto, da Record com as novelas, e eu acho que dentro desse patamar, dentro desse tempo que a Libertadores ficou dentro do SBT, a gente atingiu os números que a gente gostaria. Se você pegar nos últimos tempos, um ano e meio, dois anos, as maiores audiências sempre foram do futebol. E é do futebol. Não é uma audiência dessa ou daquela competição.

A Liga dos Campeões vai começar a mostrar isso também. Os números vão aumentar. Você chega, você implanta e as pessoas acostumam. Então, acho que os números são extremamente satisfatórios. Tanto pelo número de patrocinadores que nós temos hoje, tanto na Libertadores como nas competições europeias. Os números são extremamente satisfatórios.

NaTelinha - O departamento de Esportes continua vivo no SBT. Você acredita que o que o SBT tem hoje é suficiente ou vê potencial em alguma outra competição para angariar público? Qual sua análise de mercado?

A visão do SBT e da nossa diretoria é ter cada vez mais bons eventos na nossa programação. Não só eventos de futebol, bons eventos esportivos. O esporte hoje é uma realidade dentro do SBT. E tenho certeza que isso não para por aqui. Não foi possível continuar com a Libertadores, pegamos a Sul-Americana. Estamos com a Liga dos Campeões da Europa que é o maior torneio de clubes do mundo e estamos com os outros dois campeonatos importantes da Europa, a Conference e a Liga Europa. Existe uma vontade, um empenho pra que a gente tenha outras grandes competições na nossa grade de programação. O esporte é uma coisa que tem uma relevância muito grande dentro da programação do SBT. E é uma realidade.

Téo José

NaTelinha - Você se refere muito ao jeito SBT de transmitir futebol. Qual é o jeito SBT?

Téo José - O SBT é uma televisão que faz do esporte, jornalismo e entretenimento. A gente não faz só entretenimento, a gente tem jornalismo também. Falando um português bem claro, a nossa transmissão é honesta com as pessoas que estão nos vendo, com o nosso público.

É uma transmissão descontraída porque tem muita informação, emoção, mas não perde o lado do entretenimento com jornalismo. A gente não tem rabo preso. O SBT é isso. É alegria com verdade e jornalismo. E isso a gente passa pro futebol.

O jeito SBT é esse: alegre, tem que ter na cabeça que a gente tá fazendo todo um trabalho, com todos os departamentos, pra levar diversão à família SBT que está nos assistindo em todo o Brasil. Sem se esquecer que o esporte é jornalismo e sem se esquecer que nós temos essa responsabilidade. Esse é o jeito SBT, levar alegria, levar diversão, entretenimento, sem esquecer que existem produtos que tenham jornalismo. E a gente não vai se afastar do jornalismo nunca.

Téo José faz balanço da Libertadores: \"O SBT mostrou que o torcedor pode ser melhor tratado\"

NaTelinha - Nos anos 90, o SBT mudou o patamar da Copa do Brasil. Acredita que pode acontecer mais ou menos a mesma coisa com a Sula?

Téo José - Nos anos 90, a gente mudou o patamar da Copa do Brasil e a gente mudou o patamar da Fórmula Indy. O SBT tem essa característica de pegar eventos bem relevantes e transformar esses eventos em ainda mais relevantes.

Não tenho nenhuma dúvida que a gente vai transformar a Copa Sul-Americana. Ela chega no SBT de um tamanho e vai passar pelo SBT, e daqui dois, três anos, estará de um tamanho muito maior. Não tenho nenhuma dúvida disso. E eu também tenho isso na minha carreira. Eu tenho isso com a Fórmula Indy, com a Liga dos Campeões da Europa, que ela começou a crescer dentro da RedeTV! e os melhores momentos, num passado recente, foi na Band. Eu estava junto, tenho isso com a Fórmula Truck, tenho isso com a Fórmula E no Fox Sports, hoje ninguém mais fala de Fórmula E. Tenho convicção, certeza e motivação pra isso.

NaTelinha - Agora sobre a Champions League, o SBT está dando um tratamento à competição que ela jamais teve na TV aberta. Agora, vem a final no dia 28 de maio. Como você analisa essa primeira temporada na emissora como um todo? Qual o balanço?

Téo José - Acho que a gente está num processo de crescimento com a Liga dos Campeões. E um passo importante vai ser essa final em Paris, que a gente vai fazer in loco. A gente tá prometendo a melhor cobertura de transmissão da TV aberta em uma final de Liga dos Campeões, e isso a gente vai ter.

Acho que a gente tá andando degrau a degrau. O passo maior vai ser com a final no dia 28 entre o Real Madrid e o Liverpool. Não tenho nenhuma dúvida que a Liga dos Campeões também, temporada a temporada, vai crescer dentro do SBT e criando a cara do SBT.

É uma competição que fiz 12 anos em outras emissoras, estou no meu 13º ano de Liga dos Campeões e isso é muito claro pra mim. É muito claro que ela está crescendo. E vai continuar.

NaTelinha - O SBT exibiu apenas a fase mais aguda da Europa League, a partir das semifinais. Para o azar da emissora, o Barcelona acabou caindo fora antes, nas quartas de final. Você já sentiu que as partidas mesmo de semifinais transmitidas poderiam não gerar tanto interesse assim? A motivação para narrar uma partida que supostamente não gera tanto impacto é o mesmo?

A Europa League é uma novidade em termos de TV aberta no Brasil. Teve essa história que o Barcelona estava acabou caindo nas quartas para o Frankfurt, que está na final. Todo mundo sabe que o Barcelona tem mais apelo, mas é uma questão de construção. O que a gente viu? A gente viu o Frankfurt derrotando o Barcelona com grande festa da torcida, e é isso que a gente vai ver nesta quarta, em Sevilha, uma festa de torcida. Tanto do Frankfurt como do Rangers que é uma das torcidas mais fanáticas do mundo.

Téo José

 

NaTelinha - Acredita que haverá uma audiência melhor, que a conquistada nos últimos jogos?

Téo José - Estou prevendo um jogo com uma atmosfera muito boa. Acho que a gente vai ter um acréscimo de audiência, já que se trata de uma final. Os números que nós alcançamos nas semifinais, se a gente fizer uma análise fria, foram números muito bons. Tivemos mais de 1 milhão de pessoas assistindo às semifinais.

Pra você imaginar em uma semifinal entre Frankfurt e West Ham, são números pra se comemorar. Lógico que não são números de Liga dos Campeões e Libertadores da América. Aí que está nosso desafio e aí que entra o trabalho da equipe do SBT: melhorar cada vez mais esses números. Tenho muita confiança que a gente vai conseguir.

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