Publicado em 15/03/2022 às 04:00:00,
atualizado em 15/03/2022 às 09:27:55
Não é mais segredo para ninguém o fato da Globo estar apostando todas as suas fichas no remake de Pantanal, que estreia no próximo dia 28. Considerada a prima rica da teledramaturgia da emissora, a adaptação de Bruno Luperi teve investimentos muito superiores aos que costumam ser feitos em produções contemporâneas do horário das 21h.
Segundo apurou o NaTelinha, o gasto tem razão de existir. Antes mesmo do primeiro capítulo ir ao ar, a trama já dá lucro para a emissora carioca, com direito a fila de patrocinadores e merchans. Toda essa expectativa gerou uma grande missão para o folhetim: alavancar a audiência dessa faixa horária. Isso porque Um Lugar ao Sol não está rendendo bons números de audiência e o canal precisa reverter a situação.
De acordo com fontes ouvidas pela nossa reportagem, se Pantanal, que é o primeiro remake no horário das 21h, cumprir esse papel com maestria, abrirá portas para que outras novelas ganhem adaptações e voltem ao horário nobre da Globo. A primeira trama que está na mira da emissora é Roque Santeiro (1985-1986). Porém, a intenção do canal é que novos autores estejam à frente desses projetos, fazendo a adaptação dos clássicos para que eles sejam reexibidos.
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A Globo já encomendou até mesmo uma pesquisa para verificar a aceitação de Pantanal e os resultados empolgaram a direção de dramaturgia. Boa parte da população brasileira tem interesse em acompanhar o folhetim, cuja obra original foi ao ar em 1990. 90% dos entrevistados identificam o nome Pantanal como uma novela de sucesso e outros 88% sabem que a emissora carioca irá produzir um remake, enquanto 70% garantiram que querem acompanhar ao primeiro capítulo.
Procurada, a Globo não se manifestou sobre a reportagem até o momento da publicação.
De Dias Gomes (1922-1999), Roque Santeiro foi baseada na peça teatral O Berço do Herói, também de autoria do novelista baiano. A trama marcou época com uma sátira à exploração política e comercial da fé popular, apresentando uma cidade fictícia chamada Asa Branca.
No pequeno município, os moradores vivem em função dos supostos milagres de Roque Santeiro (José Wilker), um coroinha e artesão de santos de barro que teria morrido como mártir ao defender o local do bandido Navalhada (Oswaldo Loureiro). O falso santo, porém, reaparece em carne e osso 17 anos depois, ameaçando o poder e a riqueza das autoridades que lá vivem.
Entre os que se sentem ameaçados com a volta de Roque estão o conservador padre Hipólito (Paulo Gracindo), o prefeito Florindo Abelha (Ary Fontoura), o comerciante Zé das Medalhas (Armando Bógus), que é o principal explorador da imagem do santo, e o temido fazendeiro Sinhozinho Malta (Lima Duarte), amante da pretensa viúva do santo, a fogosa Porcina (Regina Duarte).
Incentivada por Sinhozinho, Porcina, que sequer conhecia Roque, espalhou a mentira de que havia se casado com ele e acabou se transformando em patrimônio da cidade. Quando o conhece de verdade, apaixona-se de fato por ele, formando com Sinhozinho e o santo o principal triângulo amoroso da trama.
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