Publicado em 09/10/2020 às 15:05:55
Quem assistiu nesta sexta-feira (9) aos jornais SE1 e Balanço Geral, das afiliadas da Globo e Record em Sergipe, respectivamente, se deparou com uma cena chocante. Ambos os telejornais mostraram um vídeo que viralizou ontem (8) de um caso de estupro de menor de idade, flagrado por um homem na cidade de Nossa Senhora do Socorro (SE), na região metropolitana de Aracaju. A intenção dos noticiários foi mostrar a identidade do homem, que ainda é procurado pela polícia.
Na TV Sergipe/Globo, o jornal já começou com as imagens. A apresentadora Priscilla Bittencourt anunciou a história, sem aviso de cenas fortes, e alardeou exclusividade para uma entrevista com o homem que flagrou a situação. A reportagem foi feita por Carla Suzanne, repórter de rede da Globo em Sergipe.
Por diversos momentos, o vídeo foi exibido com poucas edições, sendo possível até ver o ato criminoso e os gritos de socorro da menor. O telejornal também entrou ao vivo diretamente do local onde aconteceu o estupro de vulnerável, com o repórter Rafael Carvalho, que entrevistou um policial que estava envolvido nas buscas pelo homem, ainda não encontrado.
Houve também um apelo para que, se a população tivesse informações sobre o criminoso, ligasse para o disque-denúncia, pelo número 181. O vídeo foi repetido por pelo menos nove vezes entre reportagens e falas ao vivo de Priscilla Bittencourt entre 11h45 e 12h10, no horário inicial do jornal.
A exibição de uma cena chocante e forte fere os Princípios Editoriais do Grupo Globo, conforme a Seção II, parágrafo 2, letra d, que diz que, para cenas chocantes como um estupro, o jornalismo da emissora dará "o tratamento devido de acordo com as características do público-alvo. Quanto mais indistinto o público, mais cuidados são necessários. Nesses casos, o público deve ter sempre a confiança de que não será surpreendido por cenas que afrontem os valores médios presumidos da sociedade".
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Na TV Atalaia/Record, a situação foi ainda mais grave. O programa Balanço Geral exibiu a cena do estupro na edição matutina e na hora do almoço do programa, apresentadas por Tamires Franci e Sérgio Cursino, respectivamente. Em ambos os casos, o vídeo foi repetido mais de uma vez com palavras de indignação dos apresentadores, que pediram repetição da imagem.
Assim como na Globo sergipana, a Record de Sergipe também entrou com um link diretamente do local da violência criminosa na hora do almoço. Coube a repórter Jéssika Cruz mostrar onde o homem abusou da menor e dar detalhes da situação. Enquanto isso, o vídeo foi novamente reprisado para o telespectador.
Exibir imagens de estupro de menores de idade na televisão, com efeitos ou não, pode causar sanções às emissoras. Se investigadas pelo Ministério Público, as TVs Sergipe/Globo e Atalaia/Record podem ter de pagar uma multa ou até sair do ar por determinadas horas por violar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que impede exibição de imagens degradantes de crianças em rede regional, estadual ou nacional - por degradantes, podem ser violência de qualquer tipo, inclusive sexual.
Por questões editoriais e por considerar as imagens fortes, o NaTelinha não irá mostrar os vídeos das reportagens feitas pelas parceiras de Globo e Record em Sergipe. As comunicações da Globo e Record foram procuradas, mas ainda não se posicionaram sobre o assunto.
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