Publicado em 26/10/2020 às 07:36:00
Tainá Müller estrela Bom Dia, Verônica, série brasileira da Netflix que se tornou febre nas últimas semanas tratando de temas delicados, como suicídio e violência contra a mulher. Desde a estreia, o thriller figura entre os títulos mais procurados da plataforma de streaming no Brasil e já está disponível para mais de 100 países. “É uma experiência inédita para mim, em termos de alcance do trabalho”, avalia a atriz em entrevista exclusiva ao NaTelinha.
Em Bom Dia, Verônica, Tainá Müller dá vida a uma escrivã da polícia civil que investiga uma série de crimes cometidos contra mulheres. Certo dia, ela é procurada por Janete (Camila Morgado), que sofre com as agressões do marido, Brandão (Eduardo Moscovis). Para ajudá-la, Verônica coloca a própria vida em risco e se vê envolvida em uma rede de mistérios.
Dirigida por José Henrique Fonseca, a série é uma adaptação do livro homônimo de Ilana Casoy e Raphael Montes pela produtora Zola. “Pirei com a Verônica já na leitura do livro, assim como a maioria dos leitores. É uma personagem multifacetada, surpreendente e bastante dona de si. Fiquei fascinada. O desafio de dar vida a uma personagem literária é entendê-la com profundidade e ao mesmo tempo acrescentar algo de pessoal”, comenta Tainá.
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Ela observa que o sucesso de Bom Dia, Verônica tem contribuído para o combate ao feminicídio e à violência de gênero. “Já estamos vendo o desdobramento do assunto da série nas redes sociais, nas ONGs de apoio à mulher, na imprensa... Mesmo tratando-se de uma ficção, de um thriller, é impossível virar as costas pra temática, justamente por ser um assunto tão urgente no Brasil cuja problema se intensificou na pandemia.”
Os planos da gaúcha de 38 anos incluem outras duas séries policiais, para o Globoplay e a Universal – produções suspensas por conta da pandemia da Covid-19. No ar com a reprise de Flor do Caribe (2013), na Globo, Tainá aponta as diferenças entres os formatos de novela e seriado. Dedicando-se à pós-graduação em Filosofia, ela também fala sobre a influência desse estudo em seu trabalho como atriz.
Bom Dia, Verônica já está entre as séries brasileiras de maior sucesso da Netflix. Como a repercussão tem chegado a você desde a estreia?
Tainá Müller: A resposta da crítica e do público tem sido ótima e eu estou muito feliz com a repercussão. Entramos no top 10 de vários países. Essa é uma experiência inédita para mim, em termos de alcance do trabalho. A mensagem que a série passa é importante e, infelizmente, uma realidade mundial, não só do nosso país. Espero que a gente espalhe o debate sobre a violência contra a mulher.
Como você encarou o desafio de estrelar uma série com temas tão densos e importantes como suicídio e violência contra a mulher? Houve alguma sequência mais difícil de gravar?
Tainá Müller: Procurei encarar com a maior dedicação, entrega e seriedade possível. Sabia desde o início da importância da temática e não quis em qualquer momento me poupar desse mergulho.
Me preparei muito para viver essa personagem e, sim, houve momentos difíceis emocionalmente falando, pois além da tragédia social que a série retrata, Verônica carregava consigo uma tragédia pessoal. Fora algumas cenas mais leves do núcleo familiar, a maior parte do trabalho foi denso. Não posso reclamar, pois gosto de personagens fortes e com esse nível de desafio.
Sua personagem tem conflitos e fragilidades, mas é uma mulher muito forte. Onde você foi buscar a Verônica? Como foi o processo de composição?
Tainá Müller: Pirei com a Verônica já na leitura do livro, assim como a maioria dos leitores. É uma personagem multifacetada, surpreendente e bastante dona de si. Fiquei fascinada. O desafio de dar vida a uma personagem literária é entendê-la com profundidade e, ao mesmo tempo, acrescentar algo de pessoal.
Então quando iniciei o processo de preparação com o Sérgio Penna, entendi que eu teria que criar a minha Verônica, me entregar por inteira para alcançar a verdade dela. Escrevi muito durante esse processo, acordava e ia dormir tentando pensar como Verônica, sentir como ela, criar esse laço sensorial com sua dor e suas angústias.
Fiz preparação de luta e defesa pessoal com Chico Salgado, laboratório com vários policiais da delegacia de homicídios do Rio, associado a esse processo de atriz também muito interno, como o Penna sempre propõe. Aos poucos, foi surgindo a Verônica da tela, que é o resultado do trabalho de muita gente nessa adaptação.
A arte tem o potencial de evocar discussões, colocar assuntos em pauta. Além do entretenimento, acredita que essa série tem esse lado mais acentuado?
Tainá Müller: Com certeza. Já estamos vendo o desdobramento do assunto da série nas redes sociais, nas ONGs de apoio à mulher, na imprensa... Mesmo tratando-se de uma ficção, de um thriller, é impossível virar as costas pra temática, justamente por ser um assunto tão urgente no Brasil e que se intensificou na pandemia.
Nas redes sociais, você cita sua pós-graduação em Filosofia em algumas publicações. Os estudos auxiliam seu trabalho como atriz?
Tainá Müller: Com certeza ajudam. A filosofia ocidental e o teatro têm o mesmo berço grego, então nada mais natural do que encontrar interseções entre os dois. Mas, fora isso, o meu interesse pela filosofia contemporânea parte também do mesmo princípio que me faz desejar ser atriz, que é a vontade de interpretar o mundo à minha volta, as pulsões humanas, o pensamento e os caminhos de construção constante da civilização.
Como tem sido a experiência com a Netflix? Quais as diferenças em relação ao trabalho em uma novela na Globo, por exemplo?
Tainá Müller: A experiência com a Netflix tem sido a melhor possível. Admiro o caminho das escolhas, os posicionamentos e a contemporaneidade da curadoria.
A diferença da série para a novela é basicamente que a primeira é uma dramaturgia fechada e a segunda aberta. Enquanto na série posso estudar o arco da personagem, na novela vou construindo organicamente junto com o público e os autores.
Foi anunciado que você estará em outras duas séries policiais. O que se pode esperar dessas produções?
Tainá Müller: Uma é para o Globoplay, que começaria a ser filmada neste ano e parou por conta da pandemia. A outra é uma conversa iniciada com a Universal, mas sem nada definido ainda pelo mesmo motivo, a pausa nas produções por conta do coronavírus.
Podemos contar com uma segunda temporada de Bom Dia, Verônica?
Tainá Müller: Tomara que venha uma segunda, eu torço!
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