Publicado em 28/03/2022 às 05:00:00,
atualizado em 28/03/2022 às 13:07:48
Em 1990, estreou a primeira versão de Pantanal, na TV Manchete, que revolucionou a televisão brasileira e mudou o patamar de Benedito Ruy Barbosa na dramaturgia. A história foi apresentada para a Globo na década de 1980, mas o projeto foi engavetado. O canal sugeriu que a produção se tornasse uma minissérie ou fosse gravada em uma fazenda no Rio de Janeiro ou São Paulo, algo que o autor não aceitou. Ele então saiu da emissora e seguiu para a concorrência.
Benedito foi responsável por grandes sucessos na faixa das 18h, como Cabocla (1979) e Sinha Moça (1986). No entanto, a trajetória de Juma Marruá teria que ser contada no horário das 20h, na opinião do novelista. A empresa concordou, levou os diretores Herval Rossano e Atílio Riccó até a região, só que o local estava apenas com água e mato, o que fez a direção da emissora engavetar a obra.
Incomodado, Barbosa conversou com Boni e foi autorizado a procurar um novo lugar para trabalhar. “Foi um erro”, revelou o ex-diretor-geral da Globo sobre ter rejeitado Pantanal. Ele colocou a responsabilidade do episódio em Herval.
“Chamei o Daniel Filho, que era responsável pelas novelas, e ele mandou o Herval ao Pantanal. Herval disse que era época de cheias. Fizemos outras tentativas depois, mas ele mantinha a informação de que a produção teria um custo inestimável. Ele apresentou um orçamento inviável, e as gravações demandariam uma semana de produção para cada capítulo em uma época em que a gente conseguia gravar três capítulos no mesmo tempo”, contou.
Benedito saiu da Globo, porque Boni não acreditou que o autor fosse para outro canal. Ele quase fechou com o SBT, mas Silvio Santos preferiu apostar em Cortina de Fumaça. Então o novelista fechou um acordo com Jayme Monjardim e escreveu a trama na TV Manchete.
“Para convencer o Benedito, eu disse: ‘produzo a sua novela no Pantanal, exibo no horário nobre e você vem para a Manchete'”, recordou o diretor responsável pelas gravações da produção.
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A TV Manchete optou por colocar Pantanal às 21h30, logo após a exibição de Rainha da Sucata (1990). A história de Silvio de Abreu começava às 20h30 e garantia tranquilamente o primeiro lugar, mas o sucesso da história de Benedito Ruy Barbosa na concorrente chamou mais a atenção da imprensa.
“A partir da quarta semana, ultrapassamos a Globo e ganhamos uma visibilidade jamais vista na Manchete”, explicou Monjardim a Flávio Ricco e José Armando Vannucci, para o livro “Biografia da Televisão Brasileira”.
“As duas nunca concorreram, mas a imprensa só publicava comparações. Tinha noites que eu chegava aos 70 pontos de pico e mais tarde o Benedito atingia 40. Aí só falavam dele!”, lamentou Silvio de Abreu no livro.
Pantanal conseguia alcançar a marca dos 30 pontos de pico, tendo uma média superior aos 20 pontos, de acordo com números do Ibope da Grande São Paulo, logo nos primeiros capítulos. A novela fechou com 34 pontos de média geral, o melhor desempenho da Manchete.
Como a trama vencia facilmente a linha de shows da Globo, Boni resolveu tirar Dias Gomes das 20h, que preparava uma sinopse para substituir Rainha da Sucata, e criou um novo horário de novelas para enfrentar Pantanal. Não deu resultado, já que a Manchete seguiu em primeiro lugar.
Já Rainha da Sucata teve como substituta Meu Bem Meu Mal, escrita por Cassiano Gabus Mendes, considerado um dos maiores nomes da emissora na época. Desta forma, a Manchete parou de esperar o término da novela das 20h, concorrendo diretamente com a principal atração da Globo. Era uma forma de prejudicar a audiência do canal da família Marinho.
Além de fazer os folhetins da concorrência sofrer, programas de sucesso se tornaram vítima de Pantanal. Uma delas acabou sendo TV Pirata, que saiu do ar em 1990 por perder diversas vezes para a obra de Benedito Ruy Barbosa.
“O público adorou conhecer a paisagem de um lugar pouco conhecido do Brasil. O espectador relaxou na frente da tevê com paisagens deslumbrantes e uma história simples.”, refletiu o novelista na época.
Após o fim de Pantanal, Benedito retornou para a Globo com outro status. Ele ocupou a faixa das 20h, escrevendo Renascer (1993), O Rei do Gado (1996) e Terra Nostra (1998). As temáticas dessas produções eram diferentes das que o público da emissora estava acostumado no horário, já que as obras tinham como pano de fundo o eixo Rio-São Paulo ou histórias no interior que usavam e abusavam do realismo fantástico.
Renascer alcançou excelentes índices de audiência (61,0 pontos), mas foi o Rei do Gado que se tornou um furacão de repercussão, tornando-se uma obra icônica e lembrada até hoje pelos telespectadores. Terra Nostra também foi um sucesso, mas com menor impacto que as outras duas histórias.
Benedito ainda escreveu Esperança (2002) e Velho Chico (2016), no entanto, passando longe de ter o mesmo êxito que conquistou em outros trabalhos.
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