Publicado em 21/02/2021 às 06:38:37,
atualizado em 21/02/2021 às 12:46:40
A Netflix segue na liderança entre os streamings brasileiros e investindo cada vez mais em conteúdo original, embora ainda não tenha produzido uma única telenovela. Ainda. Ao menos é o que garante Francisco Ramos, vice-presidente de conteúdo da empresa para a América Latina, em entrevista exclusiva ao NaTelinha. Paco, como é conhecido no ambiente de trabalho, conta que é uma pretensão da plataforma ter o principal formato brasileiro, mas não dá prazo para isso e também não revela como deve acontecer.
Na conversa com a reportagem, Francisco, inclusive fez questão de elogiar as novelas brasileiras e garantir que foi educado na TV pelas tramas nacionais. "Particularmente, adoro as novelas brasileiras. Sou mexicano e cresci assistindo às novelas mexicanas e brasileiras. Já fizemos algumas no México, a primeira, Desejo Obscuro, que foi muito bem recebida no Brasil. Claro que produzir uma novela brasileira é uma ambição e parte do nosso plano, mas não tenho mais informações para compartilhar neste momento", revela fugindo de qualquer detalhe ou negociação.
O NaTelinha chegou a publicar reportagem sobre a difícil relação da empresa com novelistas, quase todos saídos da Globo, que não gostaram do modelo de trabalho da Netflix no Brasil. Para o vice-presidente de Conteúdo da empresa na América Latina, não existe nenhuma espécie de resistência por parte da plataforma com os roteiristas mais experientes.
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Questionado sobre uma possível resistência, ele é taxativo. "Pelo contrário, acreditamos que esta experiência é um elemento importante para se produzir conteúdo de qualidade e o Brasil é conhecido por seus incríveis novelistas. Eles criaram histórias que moldaram a narrativa da TV no Brasil e estamos ansiosos para uma parceria em um futuro próximo", promete, sem contudo revelar nomes de uma possível negociação.
Recentemente o NaTelinha fez uma entrevista com a presidente da Associação de Roteiristas, que defendeu a sala de roteiro, formato usado pela Netflix no Brasil. Francisco Ramos explica o processo criativo adotado. "Acredito que não podemos retratar adequadamente uma cultura se não houver representatividade na sala de roteiro. A representação real na tela começa com a representação real atrás da tela. É, portanto, nossa responsabilidade construir com roteiristas negros e negras e tenho orgulho de trabalhar na Netflix onde isso é existencial. Dito isso, não é uma questão de cotas, é parte da nossa busca pela excelência e pela verdadeira representação do mundo real em nossas telas", diz.
E sobre futuros roteiristas, o chefão da Netflix na América Latina dá um conselho prático. "Meu conselho para roteiristas ou qualquer pessoa que queira trabalhar por trás das câmeras no cinema ou na televisão é que a experiência é o único caminho e nenhum trabalho é pequeno. Para roteiristas em início de carreira, eu diria: escreva curtas-metragens, aceite empregos como assistente de salas de escritores estabelecidos, faça o máximo possível de cursos - agora existem masterclasses incríveis online dos melhores escritores do mundo -, leia romances, poesia, assista filmes clássicos, veja e reveja as melhores séries já feitas, como Os Sopranos e A Escuta, ou qualquer série de Aaron Sorkin. Séries e filmes nacionais, para saber como capturar a cultura. E continue tentando".
O chefão da empresa na região também faz questão de mostrar muito carinho pelo Brasil e lembrar que a expansão da plataforma começou justamente no país. "A América Latina foi a primeira região onde começamos a produzir originais fora dos Estados Unidos. Club de Cuervos, no México, e 3%, no Brasil, foram nossas duas primeiras produções originais de língua não inglesa. O impacto que elas tiveram nos motivou a continuar investindo em indústrias locais para oferecer aos nossos assinantes não apenas o melhor conteúdo americano, como também o melhor conteúdo de todos os cantos do mundo. Tenho muito orgulho do que conquistamos na América Latina até agora, mas especialmente empolgado com o que está por vir", diz.
E Paco já dá algumas dicas do que está sendo feito para os próximos meses. "Bom Dia, Verônica e Sintonia têm novas temporadas confirmadas, e também temos novos projetos incríveis como uma minissérie sobre Ayrton Senna, Temporada de Verão e De Volta aos 15,que acabamos de anunciar. Além de outros projetos de séries em desenvolvimento: comédias, dramas, melodrama, conteúdo juvenil, infantil e familiar. Também estamos investindo ativamente em filmes originais, como Tudo Bem No Natal Que Vem e Pai em Dobro; séries documentais, como É o Amor e especiais de stand-up", revela.
A reportagem questionou Paco sobre as críticas que as produções de conteúdo original da plataforma receberam por especialistas brasileiros e ele é enfático em defesa dessas séries. "Eu acredito que Bom Dia, Verônica, Sintonia, Ninguém Tá Olhando, Irmandade, Coisa Mais Linda e Cidade Invisível são séries lindamente criadas e executadas - e estou citando apenas algumas. O reconhecimento vem dos fãs e também da indústria".
Ele porém faz uma mea-culpa e reflete sobre o que ainda pode crescer. "Mas sempre há espaço para melhorias, para ir mais longe, não apenas em qualidade, mas especialmente em autenticidade. Queremos que nossas produções brasileiras pareçam realmente brasileiras e é nisso que mais investimos: contar histórias que representem de maneira coerente e honesta a cultura brasileira através das lentes de contadores de histórias brasileiros", promete.
Como todas as empresas, a Netflix foi afetada pela pandemia e Francisco Ramos explica que sempre priorizou cuidar da equipe e dos funcionários. "A segurança de nossos elencos e equipes é fundamental. Nossa primeira tarefa foi trabalhar com as autoridades locais dos países onde estamos produzindo para definir protocolos rígidos de higiene e segurança. E fizemos isso com sucesso", garante.
"No Brasil, já concluímos dois filmes e iniciamos a produção de uma série de novos projetos, entre eles Temporada de Verão e a segunda temporada de Sintonia", revela Francisco especificamente sobre o país. A Netflix também confirmou com exclusividade para o NaTelinha a renovação de A Irmandade para uma nova leva de episódios.
A plataforma vem investindo em filmes no mundo todo, inclusive ganhando prêmios, como o Oscar. No Brasil, no entanto, a Netflix tem produzido histórias voltadas aos jovens, mas Paco promete que não ficará só nisso. "Continuaremos produzindo tanto filmes para famílias e jovens, como Tudo Nem No Natal Que Vem e Pai em Dobro, como o novo filme Lulli e o longa baseado no livro “Confissões de Uma Garota Excluída, Mal-Amada e (Um Pouco) Dramática”, de Thalita Rebouças", enumera.
"Também faremos, como você os chama, filmes “cabeça”. Os longas demandam muito tempo para serem desenvolvidos e produzidos e nossos filmes originais estão só começando, então temos tempo", diz com tranquilidade.
O chefão da Netflix na América Latina revela ainda que reality show não vem sendo fruto de um investimento por coincidência, mas prática da estratégia da empresa. "Amamos esse formato de série e acreditamos que ele mostra uma visão panorâmica da sociedade. A ficção e a não-ficção combinadas nos permitem representar todos os tipos de histórias e públicos", conta.
Paco também fala sobre o futuro da empresa e os investimentos para o Brasil. "Mudamos nossa estratégia de séries há cerca de 15 meses, com o objetivo de incorporar perspectivas locais em nossas histórias, o que leva tempo para desenvolver e executar. Estou confiante de que, quando formos capazes de colocar em produção tudo o que estamos desenvolvendo agora, o escopo de nossa ambição ficará claro para você e para os nossos assinantes".
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