“A gente se dedica, estuda e trabalha como qualquer outra pessoa. Não é porque somos LGBTs que devemos ser tratados diferente no mercado de trabalho. Pelo contrário: temos que ser tratados por iguais.”
Publicado em 04/08/2022 às 11:35:00
Silvero Pereira, o Zaqueu de Pantanal, relatou surpresa ao saber da existência de peões gays. Foi o que o ator revelou em entrevista divulgada nesta quinta-feira (4). Ele revelou ainda que a experiência com funcionários de fazendas na vida real, em uma espécie de laboratório feito antes da novela, ajudou na concepção de seu personagem na trama da Globo.
“Eu conversei com vários peões que me falaram da existência de peões gays. E foi muito bonito, porque eu não sabia disso, foi uma surpresa pra mim. Foi muito bonito da parte deles dizerem: 'Ah, tem uns peões aqui que são diferentes, mas não deixam nada a desejar no trabalho. Nos momentos de descontração eles têm a vida deles, mas sobre trabalho não temos nada a falar'”, relatou Silvero Pereira ao podcast Papo de Novela, do Gshow.
A experiência ajudou o ator a trabalhar na construção do personagem Zaqueu. “Ele tem a vida dele. E na lida, no trabalho, é uma outra história. Isso é importante pra todos os ambientes, que a gente perceba que todo local de trabalho é assim – que nossa vida pessoal, sexual e amorosa não tem nada a ver com nossa vida profissional.”
“A gente se dedica, estuda e trabalha como qualquer outra pessoa. Não é porque somos LGBTs que devemos ser tratados diferente no mercado de trabalho. Pelo contrário: temos que ser tratados por iguais.”
Silvero Pereiracontinua depois da publicidade
Na entrevista, o artista deixou no ar a possibilidade de o ex-mordomo ter um caso com Alcides, interpretado por Juliano Cazarré. Desde que chegou ao Pantanal, Zaqueu se encantou pelo amante de Maria Bruaca, vivida por Isabel Teixeira. O intérprete adiantou, contudo, que o rapaz deve se tornar um dos melhores peões da fazenda de José Leôncio, papel de Marcos Palmeira.
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Em participação no Encontro em junho, Silvero Pereira falou sobre seu papel em Pantanal. O ator revelou, na ocasião, que teve certa rejeição ao personagem há 32 anos, quando a primeira versão da trama foi ao ar na Manchete, em 1990. Na época, ele tinha apenas 8 anos de idade.
“Estou muito feliz com esse personagem e agradeço imensamente pelo convite. Fui espectador de Pantanal em 1990, e o Zaqueu foi feito brilhantemente pelo João Alberto Vieira, mas eu tinha uma outra identificação com aquele Zaqueu”, revelou Silvero Pereira no Encontro.
“Como eu era muito pequeno e ele era muito afeminado, e ele sofreu com essa questão, eu resolvi rejeitar um pouco o Zaqueu do João Alberto. Lembro de não querer me parecer com o personagem exatamente por aquelas questões que ele sofria.”
Silvero Pereira
O ator fez um paralelo entre o personagem antigo e aquele a que dá vida na novela da Globo. “Esse Zaqueu de agora é o contrário. É uma outra perspectiva, é um outro tom. Esse Zaqueu chega ao Pantanal mais empoderado, chega pedindo respeito e orgulho”, observa Silvero, sem ignorar que o funcionário de Mariana (Selma Egrei) também sofre homofobia no remake.
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