Publicado em 29/10/2020 às 07:44:55
Depois de sair do Bem Estar (2011-2019) e da Globo, onde trabalhou por 30 anos, Fernando Rocha não sabia o que fazer. Com uma avalanche de acontecimentos, o jornalista passou a gerir seu próprio tempo e trabalho, engatando uma carreira de podcaster na internet [ele apresenta o Na Medida do Possível e Macho Detox] e agora lança o livro Como Ser Leve em Mundo Pesado pela editora Rocco. Mas avisa: quer voltar à televisão.
Segundo ele, o título do livro que está lançando é a resposta do encontro com seu propósito. "O meu propósito é esse: ser leve em um mundo pesado. Fazendo algo que sei fazer e o mundo precisa. Uma frase dita pelo Aristóteles há quase 2500 anos. Fazer algo que você saiba fazer que o mundo precise. É a pergunta que tento responder no livro. Isso vai te tornar uma pessoa mais feliz, mais íntegra e te fazer acordar com brilhos nos olhos, como se fosse um sábado", destaca em entrevista ao NaTelinha.
"Quando a gente não entende o que a gente tá fazendo no trabalho, porque estamos ali, na zona conforto e pronto, né? Fica mais difícil ver o lado B. O que você gosta de fazer? E o que o mundo precisa? Não é tão difícil encontrar isso, né? Todo mundo tem algo que gosta, que sabe e percebe uma necessidade", reflete.
Depois que saiu da Globo no ano passado, Fernando relembra que passou a se fazer pergunta e como poderia começar um processo de reconstrução e sem caminhar para um vitimismo. "Sem me achar o coitado, porque isso não leva a nada", brada ele.
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"Quando saí da TV no início de 2019 já comecei a pensar no que ia fazer, no que ia me reencontrar. Onde estava, onde estava indo, quando você cai de um caminhão de mudanças... Eu saí de um lugar muito comportado, onde eu estava muito à vontade. E o livro foi um processo que tive que aprender na marra, e foi uma consequência natural dessas reflexões todas. Naturalmente sou um cara que gosta de escrever, palestrante, comunicador, isso tudo está em mim. Faz parte da minha própria personalidade. Como me enxergo no mundo? Me comunicando com as pessoas, levando algo legal. E é natural que fosse sair uma palestra, um aprendizado bacana desse terremoto todo", recorda.
O Como Ser Leve em Mundo Pesado é o segundo livro do jornalista, que se define como um contador de história, e essa é mais uma. Rocha afirma também que não é preciso que exista um colapso ou ruptura para que cada um descubra seu propósito. "Não é preciso um drama como aconteceu comigo, pra você se encontrar com seu propósito, ter uma percepção maior do que estamos fazendo aqui. Não precisa ser com tanta dor, pode ser com mais amor."
Fernando relembra também o fim do Bem Estar e o próprio desgaste da atração: "Eu não saí pra outra pessoa entrar e continuar o programa. O que existe hoje é um quadro. A Mariana saiu, a estrutura foi desmanchada, tudo mudou. Não que saí de um programa que continua funcionando. O desgaste era muito".
"Voltar pra televisão é uma consequência natural, é o meu veículo. É onde me formei. É uma questão de tempo. Mas a Globo tá com um processo de reestruturação. Não é pra lá que voltaria, mas se vou voltar pra TV, é uma questão de tempo", enfatiza.
E prazer não faltou enquanto comandou o programa por oito anos nas manhãs da emissora carioca: "Eu nunca imaginaria que fosse feliz fazendo um programa de saúde. A minha alma se transformou fazendo esse programa. Pude ajudar as pessoas. Nunca imaginava que seria tão feliz fazendo".
Na Globo, Fernando foi repórter, repórter esportivo, do Globocop e realizou desde matérias policiais até as de cultura. "A vida de um repórter, de um jornalista de TV tem esse dinamismo. É muito bacana você se surpreender com as possibilidades", diz ele, a
Agora um cara multiplataforma, não esconde o desejo de voltar para a TV: "Estou muito afim de voltar, só coloquei uma meta na minha cabeça que é voltar. Uma hora vou voltar, mas ainda não é a hora. Existem muitas coisas que estão sendo descobertas".
Enquanto isso não acontece, Fernando Rocha mantém seus dois podcasts, além de um programa no IGTV no Instagram. "É tanto desafio... Um jeito de encontrar um tempo perfeito, o jeito de buscar os entrevistados, o tom da voz, o jeito da fala. São desafios tão grandes que não me permitem me sonhar outros sonhos", finaliza.
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