Opinião

Tributo da Globo ao mestre Manoel Carlos é marcado por nostalgia e emoção

Autor de grandes sucessos da dramaturgia ganhou um documentário no Globoplay

Manoel Carlos completou 91 anos na última quinta-feira - Foto: Reprodução/Globoplay
Por Silvio Cerceau

Publicado em 17/03/2024 às 07:09:41,
atualizado em 18/03/2024 às 11:20:33

Um dos maiores dramaturgos, roteiristas e novelistas, Manoel Carlos, completou na última quinta-feira (14), 91 anos e, merecidamente, ganhou um tributo na Globo em sua plataforma de streaming. A homenagem, com pouco mais de uma hora, retrata a obra desse grande mestre da dramaturgia brasileira.

Foram mostrados trechos e chamadas das suas novelas que marcaram época e emocionaram grande parte do público. Cenas marcantes de toda a sua obra também foram relembradas. Quanta nostalgia vivemos através dessas histórias que mexeram com toda uma geração

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Manoel Carlos, antes de se tornar autor, foi ator, produtor e diretor, mas como autor se destacou mais e descobriu que seu dom era contar histórias. Suas Helenas, que apesar do nome em comum, eram tão diferentes umas das outras, as protagonistas perfeitas. Destaco uma peculiaridade na obra dele que é sempre criar uma antagonista na medida certa, que caminha lado a lado com a protagonista de forma bem coerente e quem mais viveu essas personagens em sua obra foi a atriz Lilia Cabral, que deu um depoimento emocionado, lendo a carta enviada pelo consagrado autor.

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Afinal, foram vários depoimentos dos que viveram esses personagens marcantes e, principalmente, das que viveram as Helenas, mulheres corajosas e de forte personalidade: Regina Duarte, Maitê Proença, Vera Fischer, Christiane Torloni, Taís Araújo e Julia Lemmertz. A primeira Helena foi vivida por Lilian Lemmertz, falecida em 1986, em Baila Comigo (1981) e Regina Duarte teve o privilégio e a responsabilidade de viver três: História de Amor (1995), Por Amor (1997) e Viver a Vida (2006).

Quem deu um depoimento muito emocionado foi Tony Ramos, que também leu uma carta enviada pelo autor exclusivamente para a ocasião. Outros depoimentos cheios de nostalgia foram de Antônio Fagundes, Gabriela Duarte, Vera Holtz, Deborah Secco, Regiane Alves, Giulia Gam, Susana Vieira, Mateus Solano, Mel Lisboa, Dan Stulbach, Carolina Dieckmann, Viviane Pasmanter, Nivea Maria, Alinne Moraes e Jayme Matarazzo; eles demonstraram gratidão ao autor e falaram de seus personagens e algumas curiosidades.

No tributo, acompanhamos recortes de várias entrevistas de Maneco, onde ele revela como criava suas novelas, seus personagens e suas histórias, são palavras memoráveis e nos acendem a memória afetiva do tempo em que valia a pena marcar qualquer compromisso somente após a exibição do capítulo.

Ele fala um pouco de sua vivência, das perdas e ganhos e, claro, do Leblon. Um ponto alto do tributo é o depoimento do autor sobre a perda dos seus pais e dos seus filhos; quando ocorreram, ele sempre estava escrevendo uma novela e não parou, seguiu o curso da vida. E declarou: ‘Eu gosto muito de escrever, realmente é muito exaustivo, mas é muito gratificante.’

Justa homenagem que deveria ter sido exibida também na TV aberta para relembrarmos toda a obra deste grande autor. Quem não viu ainda, vale a pena assistir.



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