Novelas e minisséries da Globo: quando a literatura ganha vida na TV
Descubra as produções da Globo que transformaram livros em novelas e minisséries inesquecíveis na televisão.
Publicado em 30/11/2025 às 11:00
A relação entre a dramaturgia da Globo e a literatura brasileira e internacional é antiga, sólida e extremamente frutífera. Desde os primeiros anos da emissora, adaptações de romances, contos e clássicos ganharam vida nas telas, aproximando o grande público de obras que, muitas vezes, tinham circulação restrita ao universo literário.
Ao longo das décadas, essa ponte entre livro e TV se transformou em uma das marcas registradas da emissora, revelando autores, renovando histórias e criando fenômenos culturais que atravessam gerações.
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A Globo sempre valorizou os grandes nomes da literatura nacional. Entre as adaptações mais marcantes estão: Gabriela (1975 e 2012), baseada em Gabriela, Cravo e Canela, de Jorge Amado, a novela se tornou um ícone da TV brasileira, consagrando personagens e ampliando a popularidade do autor.
Em 1989 foi a vez de Tieta, outra obra de Jorge Amado adaptada com enorme sucesso, trazendo humor, crítica social e uma protagonista inesquecível.
Senhora do Destino (2004), embora não seja uma adaptação direta, sua inspiração parcial em histórias literárias sobre coronelismo e tragédias familiares reforça essa ligação.
Nos anos 80 e 90, as minisséries da Globo ficaram conhecidas justamente por adaptarem livros com estilo cinematográfico: O Tempo e o Vento (1985) baseada livremente no livro de mesmo título, de Érico Veríssimo, Grande Sertão: Veredas (1985), baseada no clássico de João Guimarães Rosa, é considerada uma das produções mais ousadas da televisão, dada a complexidade da obra original.

Riacho Doce (1990) da obra de José Lins do Rego, O Sorriso do Lagarto (1991), baseada na obra homônimo de João Ubaldo Ribeiro, A Muralha(2000), inspirada no romance de Dinah Silveira de Queiroz, retrata a colonização brasileira com grande impacto de produção.
Presença de Anita (2001), adaptada do livro de Mário Donato, se tornou fenômeno de audiência e debate nacional, principalmente por sua atmosfera sensual e provocativa.
Capitu (2008), uma das adaptações mais experimentais da Globo, inspirada em Dom Casmurro, de Machado de Assis, com linguagem moderna e visual marcante.
Escrava Isaura (1976), embora transmitida pela Globo em outra fase de sua teledramaturgia, a novela baseada no livro de Bernardo Guimarães se tornou um sucesso mundial e uma das produções brasileiras mais exportadas de todos os tempos.
O Primo Basílio (1988), minissérie adaptada da obra de Eça de Queirós, trazendo o drama português para o público brasileiro.
A Casa das Sete Mulheres (2003), baseada no romance de Letícia Wierzchowski, mistura ficção histórica e romance durante a Revolução Farroupilha.
A Globo também tem apostado em autores mais recentes e histórias que dialogam com o presente: Dois Irmãos(2017), inspirada no livro de Milton Hatoum, a minissérie foi elogiada pela narrativa sensível e pela estética impecável. Justiça (2016), embora não seja baseada em livro, carrega forte estrutura literária e narrativa fragmentada, típica de obras contemporâneas.
As Grandes Adaptações de Walcyr Carrasco e Benedito Ruy Barbosa
O Cravo e a Rosa (2000), livremente inspirada em A Megera Domada, de William Shakespeare, a novela criou uma versão brasileira cômica e apaixonante do clássico, tornando-se um dos maiores êxitos do horário.
Pantanal (1990 – Manchete / 2022 – Globo), a versão da Globo revisitou a obra original de Benedito Ruy Barbosa, transformando novamente a saga da família Leôncio em sucesso de audiência e crítica. A releitura valorizou o texto e o imaginário pantaneiro, aproximando antigas e novas gerações.
Outros romances de Jorge Amado chegaram à TV: Tenda dos Milagres (1985), Porto dos Milagres (2001), combinação de diferentes obras do autor, Terras do Sem-Fim (1981), a rica combinação de cultura baiana, humor, crítica social e personagens vibrantes fez do autor um dos favoritos da teledramaturgia.

A força dessas obras se explica por fatores como: Narrativas profundas, com personagens bem construídos e conflitos universais.
Descubra as produções da Globo que transformaram livros em novelas e minisséries inesquecíveis na televisão.
A TV encontra na literatura, histórias já testadas pelo tempo, com estruturas narrativas fortes, personagens complexos, ideais para longas tramas; universos ricos, que se traduzem bem em cenários e figurinos.
As novelas da Globo baseadas em livros mostram que boa história é atemporal. Ao adaptar obras literárias, a televisão amplia seu alcance, atualiza discursos e renova personagens, mantendo viva a tradição da ficção nacional e internacional.
O casamento entre literatura e TV segue firme, e deve continuar inspirando novas adaptações nos próximos anos. Vamos aguardar os próximos capítulos.