O grande autor Gilberto Braga, que nos deixou em 26 de outubro de 2021, se consagrou na arte de criar e escrever novelas, dominava bem as histórias que contava. Sua última novela foi Babilônia (2015), em parceria com João Ximenes Braga e Ricardo Linhares. A trama das 21h obteve uma média de 25,8 pontos e sua estreia chegou a 33 de média. Antes de morrer, Gilberto apresentou outras obras inéditas na Globo.
A primeira novela seria para o horário das 23h, intitulada Intolerância. A trama teria 60 capítulos, que foram todos entregues, e seria uma adaptação da novela Brilhante (1981/82) que por causa da censura e diversos problemas, não foi contada como o autor queria.
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Intolerância não seria um remake porque traria novos núcleos e novos personagens. O núcleo que seria mantido na íntegra era o de Francisca Newman, vivida por Fernanda Montenegro, e o de Carlos Andrade, interpretado por Cláudio Marzo (1940-2015). 50% seria Brilhante e 50% com novos núcleos.
Outra história seria para o horário das seis: Feira das Vaidades. A novela tem coautoria de Denise Bandeira e inspirada no livro homônimo. Feira das Vaidades teve 80 capítulos escritos e entrou para a fila de produção, mas foi cancelada sob alegação que novela de época tinha um orçamento alto.
Gilberto Braga escreveu também uma minissérie em homenagem a Elis Regina. Seriam seis capítulos contando a vida de uma das maiores cantoras do Brasil. A obra não foi produzida porque o filme saiu primeiro. O diretor Dennis Carvalho foi quem encomendou esse projeto.
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Após a cancelamento de Feira das Vaidades, Gilberto Braga até se reuniu com sua equipe e pensou em fazer uma adaptação da obra Intolerância para o horário das 6, mas devido a história forte isso foi descartado, e ele faleceu algumas semanas depois.
Gilberto Braga era referência na dramaturgia
Gilberto Braga foi um dos maiores autores da sua geração, com obras que pararam o Brasil, cito Vale Tudo( 1988). Retratava a burguesia como ninguém. Suas obras tinham amor, drama, trama, humor e até o quem matou que virou uma das suas marcas. Muitas cenas icônicas que ficaram na nossa memória.
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Silvio Cerceau
A leitura do testamento em Corrida do Ouro (1974), novela em que foi colaborador, causou alvoroço. Em A Escrava Isaura (1976), destaco a cena em que ela é posta a ferros por Leôncio. Em Dancin’Days (1978), a cena em que Júlia da um show dançando na discoteca.
A morte de Odete Roitman, Raquel rasgando o vestido de noiva da filha e Heleninha bêbada dançando mambo, em Vale Tudo (1988). A surra que Laura leva de Maria Clara no banheiro em Celebridade (2002) e tantas outras que ficaram tatuadas na história da dramaturgia.
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Gilberto é um autor que faz muita falta. Ficamos na torcida que essas novelas inéditas sejam produzidas. Com certeza os noveleiros de plantão vão amar.
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