Publicado em 15/03/2024 às 10:41:00,
atualizado em 15/03/2024 às 10:55:29
A família Marinho, proprietária do Grupo Globo, principal conglomerado de mídia nacional, adotou o serviço de Family Office para capacitar as futuras gerações na administração empresarial, assegurando assim a continuidade e a gestão do patrimônio. Tal assessoria, destinada exclusivamente a famílias de alta renda, não se limita à administração de bens, nesse caso, conforme apurou o NaTelinha, estendendo-se também ao desenvolvimento profissional dos integrantes da família.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o “escritório da família” opera da seguinte maneira: quando um indivíduo dos Marinho completa o ensino médio, ele é entrevistado pelo serviço e verificam se essa pessoa tem tendência ou não para trabalhar no grupo. Caso não demonstre inclinação, os profissionais do Family Office auxiliarão a seguir sua própria carreira, sem se aproximar das empresas.
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A explicação é que manter uma pessoa sem vocação e competência para trabalhar na Globo pode causar danos significativos. Fora do grupo, o membro da família vira acionista e recebe seus dividendos, mas não ingressa na área executiva.
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Por outro lado, se o membro da família possuir habilidades úteis para a Globo, seja no âmbito artístico, de programação, financeiro, jurídico, entre outros, ou seja, qualquer área em que possa contribuir, ele será acompanhado. Para trabalhar na Globo, esse familiar precisa ingressar em uma das melhores faculdades do mundo para realizar sua graduação.
Após a conclusão, ele prossegue para uma pós e o projeto final (a monografia) deve estar diretamente relacionado à área em que deseja trabalhar e ser aplicável dentro da Globo. Depois, ele entra no grupo, mas como estagiário.
O NaTelinha apurou que mesmo depois desta etapa, o Family Office consulta os gestores do departamento se o familiar é apto a exercer o cargo.
Outra função do Family Office na Globo é manter a paz, harmonia e a união entre os parentes. Cabe a essa assessoria a responsabilidade de lembrar datas comemorativas dos membros e de organizar encontros familiares. Essa atenção justifica-se pela preocupação com a integridade da família, que sustenta o maior império de comunicação do país.
Segundo a Forbes, em 2023, Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto, filhos do jornalista Roberto Marinho (1904-2003), estão entre os 10 maiores bilionários do país. Cada um, afirma a lista da revista, teria um patrimônio aproximado de US$ 4,3 bilhões.
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A atuação do Family Office evidencia o processo de formação da nova geração da família Marinho, que já desempenha papel ativo na liderança do Grupo. Paulo Marinho, 47 anos, que assumiu a presidência-executiva do Grupo Globo em 2022, é resultado desse mecanismo de preparação, sendo internamente reconhecido como um profissional competente e se mostra um apaixonado pelas empresas.
Procurada, a Globo não se manifestou sobre a reportagem.
O serviço conhecido como Family Office estabeleceu-se firmemente no Brasil no ano de 2010. Além do Grupo Globo, outras famílias empresariais também incorporaram o serviço.
Entre estas, a família Cunha Pereira, acionistas majoritários do Grupo GRPCOM - conglomerado de mídia do estado do Paraná, englobando entidades como RPC/Globo, Gazeta do Povo, Tribuna, Rádio Mundo Livre e 98.
A família Moreira Salles, detentora de um vasto conjunto de empresas, incluindo o Itaú-Unibanco, também adotou o serviço.
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