Dono da Rede Brasil faz acordo de delação para pagar milhões por perdão judicial
Marcos Tolentino prestou esclarecimentos na CPI da Covid
Publicado em 14/09/2021 às 14:05,
atualizado em 14/09/2021 às 14:10
O empresário Marcos Tolentino, dono da Rede Brasil, firmou um acordo de delação premiada para Operação Ararath, em Mato Grosso. Ele garantiu que vai pagar R$ 3 milhões aos cofres públicos para conseguir um perdão judicial. Ele também foi ouvido pela CPI da Covid.
Segundo a Folha de S. Paulo, um terço desse dinheiro foi destinado em 2020 por um juiz federal para construção de um laboratório de testes para o coronavírus no MT. Tolentino é réu desde 2016, quando foi acusado de lavagem de dinheiro. O processo é sobre a compra de vagas no Tribunal de Contas do Estado.
Há três anos, havia fechado um acordo no qual ele não tinha permissão para sair do Brasil sem autorização judicial. Os imóveis dele já tinham sido alvo de buscas pela Polícia Federal.
O empresário prestou depoimento na CPI da Covid nesta terça-feira (14). Ele é apontado por alguns senadores como sócio oculto do Fib Bank, empresa que participou como garantidor em parte das negociações da vacina Covaxin com o Ministério da Saúde.
Porém, o depoente negou que seja sócio oculto da FIB Bank e que não participou no auxílio nos trâmites entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos. Sua alegação é que estava internado em decorrência do coronavírus no período das negociações.
Ele também falou que não sediou nenhum jantar em sua casa no qual Francisco Maximiano teria encontrado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. Perguntado quem era o dono da FIB Bank, Tolentino optou por ficar quieto.
Dono da Rede Brasil e a investigação
Segundo a investigação da comissão, o Fib Bank se colocou como garantidor em parte dos acordos da vacina Covaxin com o governo Bolsonaro. A empresa Bharat Biotech tinha como representante no Brasil a Precisa Medicamentos. É toda essa operação que a CPI tenta desvendar.
Tolentino é muito amigo do líder do governo no Congresso, Ricardo Barros. O FIB Bank tem sido acusado de ser “um banco que não é banco”. A Precisa Medicamentos depositou na conta da empresa R$ 350 mil antecipados nos negócios fraudulentos da dose indiana.
A construtora GCI abriu um processo contra a empresa e aponta Tolentino como “articulador tarimbado e profissional de uma série de fraudes e golpes com a finalidade de lesar terceiros de boa fé em benefício próprio”.