Dono da Rede Brasil passa mal e cancela depoimento na CPI da Covid
Ele é suspeito de ser sócio oculto do Fib Bank
Publicado em 01/09/2021 às 15:03,
atualizado em 01/09/2021 às 15:07
O dono da Rede Brasil, Marcos Tolentino, não apareceu no Senado nesta quarta-feira (1°) para depor na CPI da Covid. Segundo a defesa do empresário, ele passou mal e precisou ser internado na noite de ontem (31). O motivo do mal-estar seria sequela do novo coronavírus.
Segundo o executivo, ele ainda tem enfrentado “severas sequelas decorrentes de grave acometimento” da Covid-19. Por conta disso, ele compareceria ao Senado para depor com acompanhamento de enfermeiro e também de um médico. Tanto que Omar Aziz, presidente da comissão, autorizou a presença dos profissionais de saúde.
Só que o empresário teria passado muito mal na noite de ontem e sua equipe o levou para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Ele continua internado e precisou comunicar aos integrantes da CPI que não poderia comparecer ao prédio.
Para comprovar seu mal-estar, os advogados de Tolentino enviaram cópias das passagens aéreas e os documentos do hospital para comprovar a condição de saúde dele. Ainda não há uma nova data para que ele preste esclarecimentos aos parlamentares que participam da comissão.
Marcos Tolentino é apontado por alguns senadores como sócio oculto do Fib Bank, empresa que participou como garantidor em parte das negociações da vacina Covaxin com o Ministério da Saúde.
Segundo a investigação da comissão, o Fib Bank se colocou como garantidor em parte dos acordos da vacina Covaxin com o governo Bolsonaro. A empresa Bharat Biotech tinha como representante no Brasil a Precisa Medicamentos. É toda essa operação que a CPI tenta desvendar.
Tolentino é muito amigo do líder do governo no Congresso, Ricardo Barros. O FIB Bank tem sido acusado de ser “um banco que não é banco”. A Precisa Medicamentos depositou na conta da empresa R$ 350 mil antecipados nos negócios fraudulentos da dose indiana.
A construtora GCI abriu um processo contra a empresa e aponta Tolentino como “articulador tarimbado e profissional de uma série de fraudes e golpes com a finalidade de lesar terceiros de boa fé em benefício próprio”.
Dono da Rede Brasil tinha tentado adiar depoimento
Marcos apresentou um habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF) para não depor à CPI da Covid. Segundo o site Antagonista, a defesa do empresário alegou problemas de saúde. “Detém grave situação clínico-médica que impede sua exposição física e psicológica ao ambiente da CPI da Pandemia”, declarou.
Em março, o proprietário e presidente da Rede Brasil de Televisão, Marcos Tolentino, ficou internado com Covid-19 no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Apesar da preocupação, o empresário melhorou gradativamente.