Compra de Os Dez Mandamentos pela EBC vai contra Constituição, diz documento
Os Dez Mandamentos fez história em 2015
Publicado em 30/04/2021 às 10:31,
atualizado em 30/04/2021 às 11:37
A compra de Os Dez Mandamentos por parte da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), para exibição na TV Brasil, teve análise da Ouvidoria Cidadão e concluiu que a aquisição da novela da Record é contra a Constituição por "colocar o sistema público como auxiliar na divulgação de um único olhar sobre a religiosidade". A informação foi divulgada pelo jornal O Globo desta sexta-feira (30).
O documento faz menção ainda aos R$ 3,2 milhões gastos e menciona a "reprodução de conteúdos já reprisados pelo menos quatro vezes". A trama pode ser reprisada mais uma vez pela Record, aliás, depois que terminar Belaventura (2017) no período vespertino.
O Governo Federal incluiu recentemente a EBC, dona da TV Brasil, em programa de desestatização. A decisão foi publicada no dia 9 de abril no Diário Oficial. O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) havia decidido incluir a EBC no processo no dia 16 de março. De acordo com o Ministério da Economia, a desestatização permitirá excluir despesas de aproximadamente R$ 400 milhões da União.
Privatização da EBC e reprise Os Dez Mandamentos
O Ministro das Comunicações, Fábio Faria, havia defendido a privatização da EBC. "Temos um compromisso com o Governo e, junto com o @mincomunicacoes, vamos trabalhar para otimizar os serviços, reduzindo custos e aumentando receitas, com uma gestão mais dinâmica e alinhada às mudanças do mercado", disse em sua conta no Twitter.
Produzida em 2015, Os Dez Mandamentos pode vir na sequência de Belaventura pela intenção da Record em ter apenas uma novela às tardes. Além delas, outras como A Terra Prometida (2016), O Rico e Lázaro (2017) e Apocalipse (2018). Vale lembrar que a novela marcou época na Record, conseguindo vencer até uma novela das nove da Globo, A Regra do Jogo (2015). A trama foi escrita por Vivian de Oliveira com direção de Alexandre Avancini.