Wagner Montes Filho faz um ano de Record Rio tocando legado do pai: "Sinto ele comigo"
"Me sinto muito honrado de continuar esse legado que ele deixou", conta
Publicado em 07/03/2021 às 07:00
Wagner Montes Filho chegou à Record Rio há um ano. Mal entrou na emissora e já estava submetido a dois desafios gigantes: o peso do legado de seu pai, Wagner Montes, e a cobertura da pandemia da Covid-19. Mas passado um ano, as batalhas foram superadas de certa forma. "Sinto que esse caminho foi preparado por ele", avalia o jornalista, em conversa com o NaTelinha para analisar esse primeiro ano.
Ele comanda o Balanço Geral RJ Manhã, último programa apresentado por seu pai, morto em janeiro de 2019. "É uma responsabilidade muito grande apresentar o último jornal que meu pai apresentou. Acho que ele preparou esse caminho. Sinto ele comigo, como se ele estivesse lá de cima, me olhando, dando força e orientações. Ele preparou esse caminho para mim e me sinto muito honrado de continuar esse legado que ele deixou", comenta.
O apoio dos colegas de trabalho, além do carinho do público, ajudaram a diminuir a pressão da caminhada. "Para mim ficou a parte mais fácil. Já herdei um carinho que era dele. É uma grande responsabilidade e e sinto que esse caminho foi preparado por ele. Todo mundo que trabalhou com ele está cuidando de mim também. Devo muito também a minha família, minha esposa, meu filho, minha mãe 'do coração' Sonia Lima e meu irmão (Diego Montez, ator)", agradece.
Do Wagner Montes Pai, ele guarda uma lição na memória: "Meu pai me ensinou que para fazer a diferença, você tem que acordar, ir pra rua e fazer o que tem que ser feito. Nada cai do céu, ele sempre me disse".
Wagner Montes Filho também foi repórter de rua
Wagner Montes Filho ou Waguinho, como é conhecido nos bastidores, começou na Record Rio como repórter, cobrindo pautas factuais - algo inédito para ele -: "As equipes de rua me abraçaram com muito carinho, me levaram, me ensinaram a fazer". Já em estúdio, ele lembra de alguns tropeços quando estava gravando pilotos de apresentação.
"Eu comecei a acompanhar uma das câmeras, que desliza de forma lateral pelo estúdio, e comecei a andar de lado, acompanhando a câmera. O diretor de jornalismo (Marco Nascimento) mandou parar tudo e disse que eu estava andando como um siri. E de fato eu estava parecendo um siri. Caímos todos na gargalhada. Hoje já aprendi a acompanhar a câmera lateral sem deslizar daquele jeito", brinca.
O dia exato da contratação de Wagner Filho foi 6 de março de 2020. "Mas minha história com a emissora começa muito antes disso, porque foram quase 15 anos acompanhando meu pai diariamente. Neste período fiz muitos amigos e, hoje, posso dizer que 95% das pessoas que me ajudam diariamente e fazem o jornal comigo trabalhavam com meu pai. Isso meu ajudou demais na minha adaptação", conta.
"Foi muito importante também perceber que em momento algum a emissora duvidou que eu fosse capaz. Estendo meu carinho e agradecimento ao presidente Fabiano Freitas, ao vice-presidente Paulo Luzio, ao nosso diretor comercial Thomaz Naves, e ao meu diretor direto, Marco Nascimento. O Marco vem sendo incrível: todo dia depois do programa sentamos, avaliamos o programa e debatemos ideias. A gente vive num país onde infelizmente rei morto é rei posto mas a Record não agiu assim. A história do meu pai está em todos os cantos e a TV toda faz questão de relembrar isso", destaca.
Sensibilidade e equilíbrio no noticiário
A situação do país é dramática, com uma crise acumulada sobre a outra: social, sanitária, econômica e política. Buscar o equilíbrio diante desse cenário é um desafio para Wagner: "Me preocupei em usar a oportunidade que Deus está me dando de levar a informação para a casa das pessoas neste momento tão difícil. Não dá para ser alegre o tempo todo anunciando tantas mortes e sofrimento, mas tento sempre encontrar um lado mais alegre. Entendo de sofrimento. Perdi meu pai recentemente, minha mãe e este ano perdi também meu avô. Sei a dor das perdas e por isso sempre tento levar alegria para a casa das pessoas".
"A gente sente a pancada quando ela vem, claro, mas é importante tentar dar um pouco de conforto. Seja na perda de alguém, ou num processo que esteja caminhando, qualquer que seja a situação. Muito difícil noticiar a morte de uma criança, de um inocente e não se deixar abalar. Todas as reportagens trágicas têm o seu devido peso e cabe a gente administrar para não tornar o dia da pessoa muito triste. Entramos no ar muito cedo, o telespectador está acordando. Temos que ter um equilíbrio na hora de divulgar perdas, dores, desabafos de famílias, Covid, dentre outros assuntos", analisa.
"Para mim é muito importante poder falar das vacinas agora, falar de solução, de esperança. Gosto de dizer que doses de esperança estão chegando. Acho que 2021 será melhor. Ainda será um ano difícil, mas será melhor", opina.
Por fim, Wagner Montes Filho se mostra grato ao que conquistou. "Meu pai me ensinou que gratidão não prescreve. Sou muito grato e estou muito feliz de fazer parte deste time e desta família. Eu tenho certeza que 2021 vai ser um ano abençoado e de vitórias. A vacina está chegando, temos que continuar a fazer a nossa parte, mas será um ano positivo no final. Só tenho que agradecer", finaliza.