Pandemia

TV Cultura coloca contador de mortos por Covid durante jornal

Informação ficou fixada na tela, durante o Jornal da Cultura


TV Cultura
Contador somou óbitos ocorridos durante a exibição do Jornal da Cultura. Foto: Reprodução/TV Cultura

O telespectador que ligou na TV Cultura durante o Jornal da Cultura desta quarta-feira (3) se deparou com um contador de mortos por Covid-19 em tela. Segundo informado pela apresentadora, Karyn Bravo, a decisão foi tomada por conta do recorde de óbitos ocorridos no Brasil nas últimas 24 horas: 1.840, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa. É a maior quantidade desde o registro do primeiro caso no país, em 26 de fevereiro de 2020.

A informação está fixada no espaço onde, usualmente, ficam os tweets enviados por telespectadores, e contabiliza as mortes que estão sendo registradas desde que o programa entrou no ar. "1.840 brasileiros morreram de Covid-19 nas últimas 24 horas. O número foi divulgado há pouco pelo consórcio de imprensa. Isso dá uma morte a cada 47 segundos. Você está vendo na tela os óbitos registrados desde o instante que o Jornal da Cultura começou, às nove da noite", disse Karyn.

"Nós vamos seguir atualizando este número, durante todo o jornal. E por isso, excepcionalmente hoje, não vamos mostrar os tweets dos nossos telespectadores", acrescentou a jornalista. 

Às 21h, o contador da TV Cultura somava duas mortes por Covid-19. Ao final do jornal, às 22h, o número saltou para 74. Karyn voltou a comentar sobre a questão. "74 brasileiros morreram pela pandemia nessa última uma hora. Um a cada 47 segundos", ressaltou, antes de encerrar o programa, que contou com a participação da infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, e do filósofo Luiz Felipe Pondé, professor da FAAP.

Confira alguns momentos, aos 0:02:33 e 0:59:09

Jornal Nacional também criticou recorde de mortes em 24 horas

O Jornal Nacional não deixou a data passar batida. Durante a exibição de dados atualizados sobre a Covid-19 no Brasil, o repórter Alan Severiano fez um desabafo sobre a naturalização com que vem sendo tratadas essas mortes. Em comparativo, relembrou o acidente com o avião da Air France, ocorrido em 1º de junho de 2009. "Depois de um ano, tem muita gente cansada da pandemia, de tantos números negativos, mas negar a realidade e minimizar esse pesadelo não ajudam a resolver o problema", comentou.

O avião fazia a rota Rio de Janeiro-Paris. 228 pessoas morreram na queda. "Hoje, foram 1.840 mortes por Covid. É como se o Brasil tivesse, num único dia, oito acidentes como esse de avião, com todos os passageiros e tripulantes mortos. Queda de avião gera uma comoção enorme, né, pela violência, pelo impacto, pela morte instantânea de tanta gente. Na pandemia, o que temos, no Brasil, todos os dias, são mortes e enterros silenciosos, distantes de parentes e amigos. Isso talvez não sensibilize algumas pessoas, né, que já se acostumaram com a pandemia. Mas essas mortes, de 1.840 brasileiros por dia, são igualmente trágicas. Principalmente se a gente imaginar que muitas poderiam ser evitadas", criticou.

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