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Elenco caro, baixo Ibope e prejuízo: Por que a Netflix cancelou Maldivas

Série ficou muito longe das expectativas da plataforma


Elenco de Maldivas
Maldivas fracassou na Netflix - Foto: Reprodução/Netflix
Por Daniel César

Publicado em 25/10/2022 às 13:07,
atualizado em 25/10/2022 às 13:09

O anúncio do cancelamento de Maldivas pegou muita gente de surpresa, inclusive no mercado publicitário. Mas quem acompanha a nova realidade da Netflix já esperava por algo semelhante. A plataforma não mantém mais produções que não são autossustentáveis, como é o caso da série nacional. Com o elenco mais caro da história do serviço no Brasil e um resultado abaixo do esperado em audiência, a cúpula da empresa decidiu pelo cancelamento após não conseguir ajustar as contas.

A decisão foi divulgada nesta terça-feira (25), quando a Netflix comunicou que já liberou o elenco para outros trabalhos. Mas o martelo já havia sido batido há mais de uma semana e faltava apenas um OK dos executivos internacionais, o que aconteceu nos últimos dias. Os motivos são muitos, mas o principal deles é o preço para fazer uma nova temporada da série.

Pessoas ligadas à produção confirmaram ao NaTelinha que a primeira temporada de Maldivas foi a mais cara da história da Netflix no Brasil. Para se ter uma ideia, cada episódio da série custou o dobro dos valores investidos em Sintonia e cerca de 30% a mais que Bom Dia, Verônica. Embora a produção seja mais elegante, a maior parte do custos se deu por conta do elenco caro.

Bruna Marquezine, protagonista da série, ganhou o melhor salário que a plataforma já pagou a algum ator brasileiro em produções nacionais. A título de comparação, ela recebeu por episódio mais que Selton Mello ganhava em O Mecanismo. Embora com valores menores, Manu Gavassi também negociou um bom contrato, bem acima do que a Netflix costuma pagar para seus protagonistas.

Maldivas não entregou o que prometeu

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A insatisfação da cúpula da Netflix com Maldivas começou já na produção da primeira temporada. Reunir nomes importantes para o mercado publicitário como Marquezine e Gavassi, além de Sheron Mennezes, queridinha das empresas, não adiantou muito. Quando Maldivas foi aprovada, a expectativa da empresa era de conseguir milhões arrecadados em ações de merchandising para serem exibidos ainda na primeira temporada.

Não foi o que aconteceu. Mesmo que alguns patrocinadores tenham acompanhado as atrizes, o número ficou muito aquém do que se esperava. Dados internos da Netflix, segundo apurou a reportagem, indicam que o patrocínio ficou 200% abaixo do que foi calculado, o que gerou um rombo financeiro. 

Ao ser aprovada, a sinopse de Maldivas previa até três temporadas com o elenco central, mas os planos ficaram pelo caminho porque a equação financeira não fechou. Ao perceber o rombo, a plataforma de streaming até tentou a renovação, mas cortando custos, inclusive do elenco. Foi proposto um novo contrato com as protagonistas abrindo mão de 50% do salário, o que não foi aceito por nenhuma delas. Diante disso, o cancelamento ficou inevitável.

O baixo Ibope de Maldivas

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Nem todas as produções da Netflix dão lucro na relação custo x patrocínio. Mas algumas delas sobrevivem pelo alto índice de audiência, o que equilibra as contas por causa dos assinantes. Este também não foi o caso de Maldivas, que passou vergonha no quesito Ibope.

Mesmo reunindo nomes entre os mais seguidos do Brasil nas redes sociais, a série teve baixíssimo índice. Para se ter uma noção, Maldivas foi assistida por menos da metade de horas que Sintonia e pior ainda se a comparação for com Bom Dia, Verônica, a líder no quesito entre as produções nacionais de 2022. A situação foi tão grave, que a série foi menos vista até que Temporada de Verão, que custou 10% para a Netflix.

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