Lúcia Veríssimo retorna em Rensga Hits e diz: "Nunca estive afastada da música"
Nos anos 1990, atriz lançou um disco de música country; em série da Globoplay, ela vive Maria Abadia, mulher que virou “a perdida” no passado
Publicado em 04/08/2022 às 04:40,
atualizado em 04/08/2022 às 09:30
Lúcia Veríssimo está de volta em Resga Hits!, série sobre o universo da música sertaneja que estreia nesta quinta-feira (4), no Globoplay. A atriz de 64 anos, que estava envolvida em projetos longe da TV, retorna ao vídeo nove anos após seu último trabalho em novelas. Nesta entrevista ao NaTelinha, ela recorda que, nos anos 1990, teve uma breve carreira como cantora, focada no country.
“Nunca estive afastada da música. Sou filha de um músico, maestro, compositor e cantor. Minha vida foi e é permeada por música. Mas só gravei um disco e ele tinha um propósito na época. Era um fechamento de um ciclo rural que eu estava apresentando naqueles anos 1980 e 1990”, conta Lúcia Veríssimo.
Ela explica: “Era a minha cadeia de lojas, a LV Western que foi a primeira loja country do Brasil. Eram meus produtos da fazenda incluindo minha cachaça LV, minha criação de cavalos quarto de milha e os campeonatos de apartação – eu era uma atleta equestre – e os show que eu já fazia com os bailarinos e cavalos pelo Brasil”.
“Faltava o disco para completar e então fizemos, mas não gostei do resultado e tirei ele da praça”, complementa a atriz. Hoje, ela toca uma fazenda e compartilha detalhes do dia a dia em um canal no YouTube. Questionada sobre a origem de sua relação com o campo, ela diz: “Acho que de outras vidas”.
“Sou mais do sertanejo de raiz, da moda de viola”, conta Lúcia Veríssimo
Rensga Hits! pega embalo no sucesso da música sertaneja no Brasil. O estilo domina o ranking de estilos mais ouvidos do país nas plataformas de streaming. Lúcia Verissimo opina sobre os artistas atuais: “Algumas músicas que me soam bem divertidas, eu ouço. Mas sou mais do sertanejo de raiz, da moda de viola”.
Na série, ela interpreta a mãe da protagonista Raíssa Medeiros, papel de Alice Wegmann, jovem que desponta como cantora e compositora. “Bad é uma mulher abandonada grávida, numa cidade de não mais do que 1500 habitantes, no interior de Goiás, onde até hoje é um precedente para receber a alcunha de 'perdida'.”
“Então a vida não foi nada fácil para ela. Ser um arrimo de família com os dedos apontados em sua direção que determinavam que nada daria certo para ela por ser ‘a perdida’. Criou sua família sendo mecânica e luta para que a filha não tenha o mesmo destino que ela”, define a atriz.
“É uma mulher de fibra, determinada, sofrida e muito forte, que conseguiu justamente imprimir essas características na filha Raíssa.”
Lúcia Veríssimo
Longe da TV, Lúcia Veríssimo vive entre Brasil e Europa e toca projetos no cinema e no teatro
Seu último trabalho em novelas foi em Amor à Vida (2013), na Globo. Na sequência, ela dirigiu o documentário Eu, Meu Pai e Os Cariocas, que conta a história do grupo ícone da Bossa Nova por seu olhar como filha do maestro Severino Filho (1928-2016), integrante do conjunto.
“Fiz o roteiro e dirigi o meu primeiro longa e rodei com o filme por três anos, por quatro continentes, onde recebeu quatro prêmios internacionais. Pretendo que ele chegue ao Brasil e entre em alguma player ainda este ano.”
Lúcia Veríssimo
Ela segue com vários projetos: “Também escrevi um roteiro cinematográfico sobre o primeiro golpe feito no Brasil, em 1889, adaptei a peça que escrevi, Usufruto, para o cinema, e adoraria que esses projetos entrassem em produção. Acabo de escrever um programa sobre a Mulher no Campo e estou escrevendo um livro”.
“Fora isso, continuo me dividindo entre a vida na Europa e a minha fazenda no Brasil, onde trabalho no campo, com os animais e plantio orgânico. É meu parque de diversão, além do trator que é minha oficina de marcenaria, algo que me dá um imenso prazer”, conclui Lúcia.