Além da Ilusão: Olívia Araújo comemora sintonia com Rafa Vitti: "Ele tem brilho nos olhos"
Atriz conta como foi os bastidores da cena do velório de Elisa (Larissa Manoela) e ideia de incluir canção de ninar
Publicado em 04/04/2022 às 07:00
Olívia Araújo tem agradado o público de Além da Ilusão no papel da acolhedora Augusta, governanta que dedicou sua vida às herdeiras Tapajós, Elisa (Larissa Manoela) e Isadora (Sofia Budke/Larissa Manoela).
Em entrevista exclusiva ao NaTelinha (confira a versão em vídeo no final da reportagem), a atriz comenta sobre o sucesso da personagem, relembra a cena emocionante do velório de Elisa e fala sobre a parceria com Rafael Vitti (Davi), de quem é cúmplice em todas as cenas e até apoia o namoro fake dele com Olívia (Debora Ozório).
"A Augusta apoia qualquer coisa que o Davi vá fazer porque eles estabeleceram uma parceria de amizade e cumplicidade muito grande. De vez em quando ela dá uma puxada de orelha nele e às vezes é necessário porque ele está comentando um crime com uma falsa identidade para provar sua inocência. Ela vai apoiar o namoro, é uma maneira de despertar a Dorinha do que está sentindo por ele", conta.
Nos próximos capítulos de Além da Ilusão, Isadora (Larissa Manoela) desiste de negar seus sentimentos por Davi/Rafael (Rafael Vitti) e se declara. O desabafo acontece durante encontro dos dois em um evento da tecelagem. O casal dará uma escapadinha, , troca juras de amor e se beija. A mocinha chega a dizer que foi a irmã morta quem o trouxe até ela, deixando o mágico um pouco desconcertado.
"O Rafa é muito querido, é um ator muito dedicado. Conheci ele no início da preparação da novela, e quando olhei para o olho dele pela primeira vez, falei, vai dar certo. Ele tem um brilho nos olhos, uma energia contagiante, uma vibração muito grande".
Uma das cenas mais emocionantes da novela e bastante elogiada pelo público foi quando Augusta cantou uma canção de ninar durante o velório de Elisa. A ideia partiu dela que explicou ao diretor "que queria ninar essa menina", acalentá-la "de um sono que ela não iria acordar".
"Quando li essa cena, a primeira coisa que me veio foi o tratar o corpo. Antigamente era assim, quando alguém falecia, o tratar o corpo, vestir era a cargo de alguém da família. Imaginei que a Augusta, que cuidou daquela menina desde pequena, estava colocando aquela menina para dormir, esse foi o mote de eu lembrar de Alecrim Dourado para cantar. Era como se eu tivesse dizendo, está tudo bem, eu estou aqui e estou cuidando de você".
Olívia não assistiu a cena quando foi ao ar e admite que tem dificuldade de se ver atuando. "Cenas muito impactantes, levo um tempo para ver, essa foi uma delas, que vi depois. Fiquei feliz com o resultado da cena e que o público tinha entendido o que tinha proposto. O maior legado é a lembrança que a pessoa deixa, é isso que faz com que a gente ressignifique a vida", comemora.
A atriz conta que Larissa Manoela ficou horas deitada no caixão para gravar a cena. "Não sei se eu Olívia teria a mesma coragem que ela teve de ficar deitada naquele caixão com flores e tendo que segurar a respiração no momento da cena. A gente mexendo nela o tempo inteiro, é incômodo. A concentração é muito grande para que tudo saia sem ter que repetir muitas vezes. A gente está fabricando uma emoção que não existe".
Olívia Araújo opina sobre representatividade de negros na TV
Olívia Araújo traz em seu currículo papéis de destaque em Tempo de Amar, I Love Paraisópolis e Chiquititas. A atriz comenta sobre o cenário atual de representatividade para os negros na TV e diz que não se preocupa com os status dos personagens e orgulha-se de ter interpretado várias empregadas domésticas com "histórias incríveis".
"O trabalho de empregada doméstica é tão digno como qualquer outro. Como atriz, quero uma história para contar, se essa empregada tem uma história para contar, maravilhoso. Eu ser uma médica, advogada, uma socialite que só desfila um figurino bonito e não tem nada para dizer pouco me interessa".
A atriz conclui dizendo que é preciso tirar esse lugar de preconceito com essas profissionais domésticas e que a representatividade na TV está num processo de evolução.
"Estamos melhores do que foi atrás, dona Ruth de Souza, Milton Gonçalves abriram portas. A televisão não nos mostrava ou só mostrava num nicho muito curto, a gente está vendo hoje esses personagens ocupando outros lugares, a gente tem famílias, a gente não aparece do nada".
Confira a entrevista em vídeo: