José Mayer culpa último papel na Globo: "Não trouxe sorte"
Afastado da emissora após assédio, ator definiu vilão como "cruel, machista e misógino" e citou Domingos Montagner, que recusou personagem
Publicado em 09/01/2022 às 15:55
O ator José Mayer, afastado da Globo desde uma acusação de assédio sexual nos bastidores da emissora, relembrou neste domingo (9) seu último papel em novelas. Ao falar sobre o vilão Tião Bezerra de A Lei do Amor (2016), o veterano citou Domingos Montagner (1962-2016), primeiro escalado para dar vida ao personagem. Afirmou que nem ao colega, que recusou o trabalho e morreu meses depois, a escalação trouxe sorte.
“Meu último personagem nas novelas foi Tião Bezerra, um homem cruel, machista e misógino. Não trouxe sorte nem para o ator que se recusou a interpretá-lo”, escreveu José Mayer em postagem no Instagram neste domingo (9).
Em uma série de fotos, ele exibe uma reportagem da época da morte de Domingos Montagner, relatando que o falecido ator foi convidado para viver Tião Bezerra, mas optou por integrar o elenco de Velho Chico (2016). No intervalo de uma gravação da trama, Montagner morreu afogado em Canindé de São Francisco, no interior de Sergipe.
Na mesma publicação, Mayer prosseguiu: “Nem para mim, que o aceitei. Quem somos nós para saber o que nos reserva o destino, não é?”. Foi nos bastidores de A Lei do Amor que a figurinista Su Tonani relatou ter sofrido assédio sexual do ator. Depois, a Globo rompeu o contrato do artista, que não foi escalado para novas produções.
Confira a publicação de José Mayer:
Betty Faria sai em defesa de José Mayer sobre caso de assédio: "Jeito da geração dele"
Recentemente, Betty Faria saiu em defesa de José Mayer e elogiou o comportamento do colega com ela quando trabalharam juntos em Tieta (1989) e outras produções da Globo. A atriz apontou que é importante que as pessoas sejam prudentes antes de fazer acusações. A artista também revelou que passou por assédios ao longo da carreira.
“Respeito todas as bandeiras, mas tem de tomar cuidado. Não existe só mulher boazinha. A frase ‘Mexeu com uma mexeu, com todas’ é perigosa. O José Mayer, por exemplo, um ótimo colega. Trabalhei muito com ele. Tinha aquele jeito da geração dele, mas nunca me desrespeitou. De repente, acontece aquela situação”, disse, referindo-se à acusação de assédio em 2017.
Perguntada se passou por algum tipo de assédio, ela explicou que enfrentou situações machistas. “Não gosto de dizer que ‘sofri’. Vivenciei todo tipo de assédio que uma pessoa bonita e gostosa pode passar”, acrescentou.