Foi bem

Império consagrou Aguinaldo Silva e autor fez as pazes com crítica depois de Fina Estampa

Autor foi muito elogiado pela novela


Diretor e elenco de Império recebendo o troféu do Emmy Internacional
Novela Império foi bem avaliada por crítica - Foto: Divulgação/Globo

Se a reprise de Fina Estampa (2011) no ano passado quando a pandemia do coronavírus explodiu lembrou o público como Aguinaldo Silva, quase sempre, é sinônimo de audiência, a volta de Império (2014) funcionará como outro lembrete, do momento em que o novelista lavou a alma e fez as pazes com a crítica, tendo uma novela elogiada e quase unânime depois de muitos anos.

A Globo anunciou nesta semana que, por conta do avanço do coronavírus e da nova classificação de restrições no Rio de Janeiro, as gravações da próxima novela das 21h, Um Lugar ao Sol, ficará mais lenta nas próximas semanas e, por isso, ficou inviável colocar a trama no ar depois de Amor de Mãe. Por isso, a emissora anunciou a reprise de Império a partir do final de abril, em edição especial.

Império foi ao ar sob a desconfiança de especialistas e até de telespectadores das redes sociais depois que Aguinaldo Silva havia feito um sucesso torrencial com Fina Estampa, mas com críticas na mesma proporção, devido à baixa qualidade do roteiro apresentado. O autor já sofria com o nariz torcido dos analistas depois de Senhora do Destino (2005) e, com menos intensidade, Duas Caras (2007).

Mas público e crítica foram arrebatados pelo folhetim livremente inspirado em Rei Lear, escrita em 1605 por Willian Shakesepeare e que apresentou a história de Comendador (Chay Suede/Alexandre Nero). Embora com duas novelas diferentes na primeira e na segunda fase, a novela ganhou elogios constantes e, ainda hoje, é considerada umas das melhores produções feitas por Aguinaldo Silva nos últimos anos.

Império com altos e baixos

Império consagrou Aguinaldo Silva e autor fez as pazes com crítica depois de Fina Estampa

Analistas da época consideraram Império uma trama de altos e baixos, mas recebeu notas elogiosas em muito maior quantidade na comparação com as novelas de Aguinaldo Silva nos últimos, tanto Fina Estampa quanto O Sétimo Guardião (2018). Além do público ter se apaixonado pelo casal Comendador e Maria Marta (Lília Cabral), vários personagens foram elogiados e o desempenho do elenco foi considerado acima da média.

Diferente de outras histórias do mesmo autor, acusadas de se perderem e caírem no exagero do popular em muitos momentos, Império foi feita com outro tom e ganhou ares de superprodução. Para os críticos que assistiram a produção à época, parte disso se deveu à mudança de direção promovida pela Globo. Depois de uma parceria de sucesso com Wolf Maya, Aguinaldo iniciava com um novo diretor, Rogério Gomes, o Papinha, muito elogiado por seu desempenho na condução da história.

Com a reprise de Império, público e crítica poderão ter a chance de rever a narrativa policial criada por Aguinaldo Silva e que fugia do universo estabelecido em obras anteriores do mesmo novelista, ao menos era isso que os críticos disseram enquanto o folhetim esteve no ar pela primeira vez.

Império e a consagração de Aguinaldo Silva

Império consagrou Aguinaldo Silva e autor fez as pazes com crítica depois de Fina Estampa

Considerado como o autor mais popular do Brasil entre os anos 80 e início dos 2000, coroa entregue para Walcyr Carrasco na última década, Aguinaldo Silva nunca se deu muito bem com as críticas e chegou a bater boca nas redes sociais. Enquanto Fina Estampa esteve no ar em 2011, quebrando recordes, o novelista rebatia textos negativos contra a novela, e chegou a dizer que a jornalista Patrícia Kogut não entendia nada de novela. Recebeu como resposta que ele não entendia nada de crítica.

Com Império foi tudo diferente e eles chegaram a fazer as pazes, graças aos elogios à novela. Por fim, o roteirista fechou com chave de ouro este trabalho ao receber o Emmy Internacional de melhor de Novela, um dos últimos que o Brasil conseguiu - depois dele só Verdades Secretas e, no ano passado, Órfãos da Terra.

Depois da novela, no entanto, o autor entrou em inferno astral na Globo. Não conseguiu aprovar sua sinopse de Enquanto o Lobo não vem e foi obrigado pelo então diretor de dramaturgia, Silvio de Abreu, de levar ao ar uma sinopse feita durante uma masterclass e que foi alvo de briga judicial com os alunos, O Sétimo Guardião. O fracasso da novela e problemas de produção culminaram com a saída de Aguinaldo Silva do canal.

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