As diferenças de Haja Coração com Sassaricando: De novo fim a personagens vetados
Final alternativo, homenagem e personagens banidos foram algumas das mudanças na releitura de Daniel Ortiz
Publicado em 12/10/2020 às 05:30
Exibida em 2016, Haja Coração volta em edição especial a partir desta segunda-feira (12) no horário das 19 horas da TV Globo. Escrita por Daniel Ortiz, autor de Salve-se Quem Puder!, novela que teve a produção paralisada por conta da pandemia do Covid-19, o folhetim foi inspirado em outro sucesso da emissora, Sassaricando (1987), que atualmente está no ar pelo canal Viva.
Quem conhece a trama original, uma adaptação do filme "Como Agarrar Um Milionário" (1953), criada por Sílvio de Abreu e com direção de Cecil Thiré (1943-2020) e Miguel Falabella, tendo, ainda, Daniel Filho como diretor de núcleo, notou algumas diferenças.
Na releitura assinada por Ortiz coube ao escritor adaptar a história para os dias atuais a fim de chamar a atenção do público de casa, mas sem perder a essência e o humor, principal característica da novela .
Uma das mudanças em Haja Coração foi o protagonismo do trio formado por Tancinha (Claudia Raia/Mariana Ximenes), Apolo (Alexandre Frota/Malvino Salvador) e Beto (Marcos Frota/João Baldasserini), que ganhou destaque no remake enquanto que em Sassaricando a história principal focava em Aparício Varela (Paulo Autran/Alexandre Borges) que decidia "sassaricar" (curtir a vida) depois da supota morte da sua mulher.
Em ambas as tramas, a feirante era disputada pelos dois pretendentes. No entanto, o final da novela de Ortiz foi diferente do exibido em 1987. Com dois finais alternativos, rumores não descartam a possibilidade de a emissora escolher o desfecho original na edição especial e no qual a mocinha fica com o publicitário.
Já a ligação de Tancinha e Aparício foi mantida. A mocinha é uma das filhas do sócio italiano do empresário na Tecelagem Abdala, vivido por Carlos Zara (Ricardo de Padua) em Sassaricando, que aplicou um golpe na família e sumiu sem deixar rastro. Em Haja Coração, o papel ficou com Werner Schünemann, o personagem recebeu o nome Guido Di Marino e a empresa se transformou em um complexo gastronômico. em Haja Coração,
Casado com a espanhola Aldonza (Lolita Rodriguês) na primeira versão, no remake ela se chama Francesca (Mariza Orth) e é italiana assim como o marido. Além da mocinha que peca no português, o casal teve mais duas meninas e um menino.
A vilã Isabel (Angelina Muniz), que virou a invejosa Carmela (Chandelly Braz), e a caçula Juana (Denise Milfont), que se transformou na doce e ingênua Shirlei (Sabrina Petraglia), personagem que tem uma deficiência na perna vivida por Karina Brum em Torre de Babel (1998), homenagem a outra novela de Silvio de Abreu.
O único homem da casa era Guel (Edson Celulari), um trambiqueiro que vivia de aplicar golpes enquanto mentia para a família que cursava medicina. Em Haja Coração, ele virou Giovanni, um ex-presidiário interpretado por Jayme Matarazzo.
Fedora se transformou em influencer digital
O núcleo dos Abdala foi quase todo mantido. Teodora (Jandira Martini/Grace Gianoukas) era a chefona da família e fazia da vida de Aparício um inferno. Dona da riqueza, a megera não perdia uma oportunidade para jogar na cara do marido que ele só se casou para dar o golpe do baú.
O casal era pai de Fedora (Cristina Pereira/Tatá Werneck), uma garota mimada e cujo os caprichos eram todos atendidos pela mãe da garota. Assim como em Sassaricando, ela se casava logo no início da trama com Leonardo Raposo (Diogo Vilela/Gabriel Godoy).
Ladrãozinho de porta de cadeia, ele planeja matá-la para ficar com a herança. Só que acaba se apaixonando de verdade e juntos o casal protagoniza as cenas de amor mais bizzarras e toscas da televisão brasileira.
Na trama dos anos 80, a personagem era exagerada, usava figurinos excêntricos e não abria mão das jóias e do luxo. Para se enquadrar nos dias atuais, a moça continua ligada à moda, mas se transformou em uma influencer digital. Com muitos seguidores, ela não perde a oportunidade de tirar selfies e postar nas redes atrás de likes.
Completando o núcleo temos Lucrécia (Maria Alice Vergueiro/Claudia Jomenez), irmã de Teodora. Casada com Aprígio (Laerte Morrone) em Sassaricando, na nova versão o marido se chama Agilson e é interpretado por Marcelo Médici.
O casal é pai de Camila (Maitê Proença/Aghata Moreira). Na versão original, a personagem era uma fotógrafa muito gente boa que morava sozinha, não ligava para dinheiro e mantinha um caso com Guel, bem diferente da versão atual, uma rebelde sem causa, mal-humorada, que muda o comportamento no decorrer dos capítulos.
O mordomo Ariovaldo (Marco Miranda/Duda Mamberti) continua no remake, já a terceira irmã de Teodora, Fabíola (Ileana Kwasinsky), e o filho dela, Tavinho (Alexandre Lipiani), foram cortados.
Caçadoras de bons partidos
Um dos núcleos mais divertidos de Sassaricando e que foi mantido em Haja Coração é o das amigas, caçadoras de bons partidos, encabeçado por Rebeca (Tônia Carreiro/Malu Mader), amor da juventude de Aparício, e que foi abandonada por ele para que se casasse com Teodora.
Em seguida temos Penélope (Eva Wilma/Carolina Ferraz), mãe de Beto e que se apaixona pelo sócio do seu filho, Tadeu (Roberto Bataglin) em Sassaricando e Henrique (Nado Rodirgues) em Haja Coração.
O romance dos dois vai dar o que falar e provocar muitos atritos entre ela e o publicitário que não aceita a matriarca de caso com um garotão, principalmente porque o rapaz é seu amigo.
A diferença entre a personagem atual e a de 1987 é que além do publicitário ela também tem uma filha, Tamara (Cleo Pires). A moça irá se interessar por Apolo e se juntar ao irmão para separar o caminhoneiro de Tancinha, já que ele está de olho na feirante e ela no fortão.
A terceira era Leonora Lamar (Irene Ravache/Ellen Roche). Na primeira versão, ela era uma atriz decadente em busca de entrar na Globo e ser reconhecida. Agora, uma ex-BBB atrás da fama.