Justiça marca audiência sobre autoria de O Sétimo Guardião; Walcyr Carrasco será testemunha
Aguinaldo Silva e Silvio Cerceau devem se encontrar pela primeira vez após imbróglio
Publicado em 13/03/2020 às 12:05
Aguinaldo Silva ficará frente a frente com Silvio Cerceau no próximo dia 21 de maio, na 6ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, no julgamento do processo em torno da autoria da sinopse e o primeiro capítulo de O Sétimo Guardião (2018). Entre os as testemunhas convocadas estão o autor Walcyr Carrasco e o diretor de dramaturgia Globo, Silvio de Abreu.
Na justiça carioca correriam dois processos, em ambos, Aguinaldo Silva e Silvio Cerceau são réus e autores. O ex-escritor da Globo processou seu antigo aluno, que fez a reconvenção. Como os dois casos se tratavam dos mesmos assuntos, eles foram unificados na 6ª Vara Empresarial, que está apta a julgar processos de direitos autorais, de número 02.661.17324.2017.8.19.0001.
A audiência não será de reconciliação, mas de instrução e julgamento. Nomes conhecidos participarão da audiência como testemunhas. Silvio de Abreu, diretor de dramaturgia da Globo, Mônica Albuquerque, o advogado Sylvio Guerra diretora de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico do canal, o autor Walcyr Carrasco e ex-alunos da Masterclass promovida por Aguinaldo são algumas das pessoas que foram convocados como testemunhas pela defesa de Silvio Cerceau.
Ele acusa o ex-roteirista da Globo de ter apresentado a sinopse e o primeiro capítulo da novela sem dar os créditos a ele. Sentindo-se injustiçado, Cerceau pediu o reconhecimento da sua participação na criação da história, o que acabou ocorrendo durante a trajetória da trama.
Em entrevista concedida ao NaTelinha em setembro de 2018, o roteirista afirmou que 99% de O Sétimo Guardião é derivada da sinopse criada durante a Masterclass 3 por ele e mais 25 alunos. "Basta comparar a sinopse juntada no processo com as inúmeras matérias de divulgação da novela, principalmente a divulgação vinda da Rede Globo. É importante esclarecer que a sinopse é o mapeamento e o resumo da obra, não existe novela sem sinopse, e os capítulos sejam 100 ou mais, vão narrar a vida dos personagens criados na sinopse, tudo está na sinopse, inclusive sugestão de cenários. A emissora não compra novela. A emissora compra sinopse", destacou.
Durante a exibição de O Sétimo Guardião, a Globo creditou os alunos da seguinte forma: "Sinopse desenvolvida pelo autor Aguinaldo Silva com a colaboração dos alunos do curso Master Class", aparecendo na tela os nomes dos 26 alunos em ordem alfabética logo abaixo, de forma estática.
Durante a coletiva de imprensa de O Sétimo Guardião, promovida na cidade cenográfica dentro dos Estúdios Globo no dia 30 de outubro de 2018, um dia depois de Cerceau entrar com a liminar na Justiça, Aguinaldo Silva foi questionado sobre a ameaça da novela não estrear devido ao imbróglio.
O novelista negou a existência da liminar e explicou que está processando Cerceau por uma quebra de cláusula de confidencialidade de um contrato. "Eu tenho na Globo 150 roteiristas que posso chamar para ser meus colaboradores. O que eu fiz foi um curso. Eu era o professor e eles, os alunos. Então eu acho que há um certo exagero nessas declarações. As pessoas estavam lá pra aprender comigo, pagaram por isso. Não podem dizer 'nós fizemos tudo', e o professor ficou sentado escutando tudo? Tem coisa aí que não combina. São 26 alunos, por que só um diz isso?", questionou aos jornalistas.
Polêmicas de O Sétimo Guardião
Além dos protestos de Cerceau e o processo de Aguinaldo contra seu ex-aluno, a antiga novela das nove da Globo ficou marcada pelas confusões. A protagonista Marina Ruy Barbosa entrou em conflito com José Loreto ao ser acusada de ter sido a pivô do fim do relacionamento dele com Débora Nascimento.
Bruno Gagliasso sofreu com problemas de saúde e precisou se afastar das gravações. Na época, ocorreram rumores que a direção da emissora não gostou da decisão do ator de fazer a cirurgia, o que teria estremecido a relação entre eles, apesar de ambas as partes negarem.
Outra notícia que ganhou as manchetes foi a suposta discussão entre Lília Cabral e Marina Ruy Barbosa, além da insatisfação do elenco com o rumo de alguns personagens – Silvio de Abreu se reuniu com os atores para se desculpar sem a participação de Aguinaldo. No fim, a produção terminou com baixa audiência e sem repercussão.