Chegada ao Brasil

Disney+ restringe acesso em TVs com mais de 5 anos e revolta usuários

Serviço está disponível desde a semana passada


Serviço Disney+
Divulgação

Serviço lançado no dia 17 de novembro, o Disney+ impôs limitações técnicas em televisores mais antigos das principais marcas do país. Apenas TVs com quatro anos de lançamento podem carregar o App. A decisão vem ocasionando críticas de usuários que reclamam que não conseguem acessar ao novo serviço por streaming. Com essa restrição de disponibilizar o aplicativo, o conglomerado reduz a cobertura no país, elitiza o produto e fica distante de bater a liderança da Netflix no país.

A Samsung, empresa sul-coreana que utiliza o sistema Tizen para seus televisores, dedicou uma área do seu site para explicar que o aplicativo Disney está disponível apenas nos modelos de TVs fabricados para o Brasil a partir de 2016. Isto é, nos aparelhos de cinco anos para trás, o usuário não consegue acesso à plataforma.

O mesmo ocorre com a LG, que tem o sistema WebOS. Somente aparelhos com data de fabricação a partir de 2016 conseguem entrar no Disney+. Televisores da Panasonic, Philco e AOC também não possuem acesso ao aplicativo nem nos modelos mais recentes. No caso da Sony, somente nas próximas semanas a plataforma estará disponível, mas ainda não existe informações sobre restrições.

Confira algumas reclamações na internet:

A casa do Mickey tem uma seção de ajuda em seu site sobre como assinar o Disney+. Há instruções de se adquirir o serviço e o usuário vê em quais dispositivos está disponível, como o próprio navegador, Android TV, Apple TV, PlayStation, Xbox, Roku, Amazon Fire TV, ou TVs LG e Samsung, mas nos dois últimos casos, não está explícito quais modelos são compatíveis. Porém, no caso da Apple TV, o Disney+ não é compatível com dispositivos de 1ª, 2ª e 3ª geração. Diferente da Netflix.

"O Disney+ causa espanto no mercado desde quando foi anunciado pela primeira vez. As aquisições agressivas, a nova política de licenciamento para TV e as parcerias com players regionais chamam atenção. Contudo, a incompatibilidade com aparelhos mais antigos acaba por restringir o alcance da plataforma porque desconsidera um hábito do nosso mercado, pois são muitos os brasileiros que demoram a trocar de aparelho receptor e só o fazem por ocasião de uma Copa do Mundo. Ao mesmo tempo, o anúncio do Disney+ Star, com conteúdos mais adultos, frustrou a uma parcela do público que tinha assinado o Disney+ na esperança de ter todo o conteúdo do grupo. Vamos ver como a Disney vai lidar com tantos fatores", analisa Fernando Morgado, professor de mercado audiovisual das Faculdades Integradas Hélio Alonso.

Netflix mais democrática

Ao passo que o acesso do Disney+ surge com ressalvas, a Netflix segue na liderança do mercado do streaming de maneira mais "democrática". Até mesmo em televisores da década passada, muitas vezes é possível baixar seu aplicativo e da Prime Video. O NaTelinha apurou que o Disney+ segue o padrão tecnológico internacional e que outros países da América Latina também estão sofrendo com a situação.

O mercado de vendas de TVs cresceu 3% em 2019, vendendo 12,4 milhões de aparelhos, enquanto o deste ano já havia crescido 4% entre janeiro e julho, de acordo com a revista Exame. A alta está alinhada com o aumento no consumo de videogames nos últimos meses. 

Procurados para comentar o assunto, a LG emitiu a seguinte nota: "A LG Electronics disponibiliza o app de Disney+ em diversos modelos de TV lançados a partir de 2016, nas linhas LG Smart, UHD, NanoCell e OLED. Todas são equipadas com o webOS, a plataforma de Smart TV da LG. Com a integração ao app, a LG oferece o que tem de melhor em termos tecnológicos para que consumidores tenham uma experiência avançada de entretenimento. Porém, a compatibilidade de aplicativos com determinados modelos da marca obedece a critérios técnicos, que são definidos pelos desenvolvedores".

A Disney+ não se manifestou.

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