Coluna do Sandro

Com R$ 13,6 bilhões, Globo tem fome e força para liderar no digital

Grupo Globo fatura R$ 16,4 bi em 2024, cresce no digital e expande Globoplay


Montagem com o logo da Globo
Globo faturou R$ 16,4 bi em 2024 e se firma como empresa mediatech - Foto: Montagem/NaTelinha

O Grupo Globo anunciou ao mercado, na última quarta-feira (02), os principais indicadores financeiros de 2024. Sua receita alcançou R$ 16,4 bilhões, representando um crescimento de 8% em relação a 2023. O lucro líquido do ano totalizou R$ 1,99 bilhão, um aumento de 138%. Com um caixa de R$ 13,6 bilhões, a empresa vem investindo no ambiente digital, e seus números mostram que 2024 foi o período de consolidação como empresa mediatech.

Colabora para isso o crescimento de 41% na base de assinantes do Premiere Play, acompanhado de um aumento de 42% nas assinaturas do Globoplay em apenas um ano. Além disso, a Globo adquiriu 75% da participação acionária na Eletromidia, maior empresa brasileira de mídia out-of-home (OOH), com previsão de alcançar 100% até 2025. Esses investimentos passaram a compor o balanço consolidado da empresa.

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Com esses números, mostram que além de dominar o mercado de TV aberta, o grupo também avança no digital. No caso do Globoplay, virou a única plataforma de streaming brasileira que faz frente aos grandes estúdios americanos.

De acordo com os dados da Kantar Ibope Media, em fevereiro, o Globoplay alcançou 1,9% de participação no consumo de vídeo online, um percentual superior ao da Prime Video, com 0,8%, da plataforma Max, com 0,4%, e da Disney, que registrou 0,3%.

O avanço digital da Globo em 2024 também se refletiu no aumento da distribuição de seus canais pagos. Apesar de ser uma concorrente, o grupo passou a disponibilizar para comercialização seus 18 canais ao vivo, como GloboNews e Multishow, dentro da plataforma da Prime Video.

“O mais importante é que todos esses componentes, quando somados, indiquem evolução e crescimento e mostrem que estamos avançando na transição entre modelos de distribuição [do tradicional para o digital."

Manuel Belmar, diretor de produtos digitais, finanças, jurídico e infraestrutura da Globo

Manuel Belmar é o executivo mais prestigiado na Globo

Aliás, nos bastidores da Globo, Belmar é considerado o principal responsável pelos resultados alcançados em 2024. Atualmente, ele é o executivo de maior prestígio dentro da cúpula do grupo.

Em fevereiro do ano passado, já ocupando o cargo de diretor de Finanças, Jurídico e Infraestrutura, sua avaliação positiva como administrador levou a Globo a convocá-lo para assumir a liderança de Produtos Digitais e Canais Pagos da empresa, posição responsável, entre outras atividades, pela gestão dos canais de TV por assinatura e do Globoplay. A Globo quer atingir o equilíbrio operacional no caixa da sua plataforma de streaming, o break even point.

Globo aposta na TV digital 3.0 

Em 2025, o maior grupo de comunicação do país já se prepara para a chegada  da TV digital 3.0. Internamente, existe uma aposta que essa nova tecnologia vai permitir a TV Globo competir de igual para igual pela publicidade regional e customizada. Uma fatia do mercado publicitário que hoje é dominado pelo Google.

No ano de 2023, em entrevista ao NaTelinha, Raymundo Barros, diretor de Tecnologia e Estratégia da Globo, explicou as inovações tecnológicas da TV 3.0, bem como as transformações comerciais que o sistema trará.

"Assistir TV passa a ser uma experiência logada e com isso haverá sistemas de recomendação de conteúdo, como hoje já acontece no digital, e as emissoras poderão oferecer conteúdos regionalizados, por exemplo. A decisão de escolha estará literalmente nas mãos do público. A expectativa é que o usuário tenha uma experiência mais próxima daquilo que gosta e deseja e também oferecer ao mercado publicitário ofertas mais assertivas e segmentadas para o público-alvo das marcas."

Raymundo Barros, diretor de Tecnologia e Estratégia da Globo]

Nos Estados Unidos, emissoras como NBCUniversal, Disney-ABC Television Group e CBS têm se destacado como mediatech ao integrar tecnologia para expandir suas plataformas digitais, como streaming e personalização de conteúdo. No Brasil, a Globo segue o mesmo caminho, para garantir relevância, competitividade no mercado de mídia brasileiro e a liderança que sempre teve com sua TV aberta, que completa neste mês 60 anos. Os números indicam que as recentes decisões estratégicas do grupo têm sido acertadas.

Os principais indicadores do balanço da Globo em 2024

Com R$ 13,6 bilhões, Globo tem fome e força para liderar no digital

  • Receita de vendas: R$ 16,4 bilhões, um crescimento de 8% em relação a 2023.

  • Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda): R$ 1,55 bilhão, alta de 26% em comparação ao ano anterior.

  • Lucro líquido: R$ 1,99 bilhão, 138% acima do registrado em 2023.

  • Aumentos nas bases de assinantes: Globoplay: crescimento de 42% em relação a 2023/ Premiere Play: aumento de 41% no mesmo período. 
  1. Aquisições
    • Eletromidia: elevação da fatia acionária de 27% para 75%, com previsão de compra dos 25% restantes em 2025.
    • Telecine: controle total adquirido por meio da compra das participações remanescentes dos estúdios Amazon, Paramount e NBC Universal.
  • Margem Ebitda: 9%, superior aos 8% registrados em 2023.

  • Posição de caixa: R$ 13,6 bilhões ao fim de 2024, mesmo após pré-pagamento de dívidas.
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