Opinião

Globo prepara show de hipocrisia no Mês do Orgulho LGBTQIA+

Ações contra homotransfobia não condizem com decisões recentes da emissora


Priscila Sztejnman e Regiane Alves na novela Vai na Fé, da Globo
Romance entre Helena e Clara é desenvolvido de forma velada, sem beijos, em Vai na Fé - Foto: Reprodução/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 02/06/2023 às 12:50,
atualizado em 12/06/2023 às 16:09

A Globo prepara um show de hipocrisia em sua programação de junho, quando se celebra o Mês do Orgulho LGBTQIA+. No próximo dia 26, a emissora leva ao ar, tarde da noite, um episódio do especial Falas de Orgulho, voltado ao tema. Outras ações devem aparecer em programas de entretenimento e jornalísticos do canal.

Só que as ações contra a homotransfobia não condizem com decisões recentes da emissora. O caso mais evidente é o da novela Vai na Fé, no ar às 19h. O romance entre Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Sztejnman) teve um beijo vetado em maio. O caso alcançou grande repercussão e críticas nas redes sociais, mas nada mudou no encaminhamento da história.

Depois, foi a vez da série Aruanas, original do Globoplay, que agora passa nas noites de terça-feira na TV aberta, após Terra e Paixão. Também em maio, outro beijo lésbico, entre Olga (Camila Pitanga) e Ivona (Elisa Volpatto), presente na versão original do episódio, foi ao ar com cortes na televisão. As atrizes, inclusive, se pronunciaram sobre o veto.

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O mais curioso é que beijos gays já não são uma novidade na emissora há cerca de 10 anos, quando foi exibida Amor à Vida (2013/14), com o momento de afeto entre Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) no último capítulo. Depois, novelas de todos os horários, incluindo Malhação, mostraram o momento de afeto entre pessoas do mesmo sexo.

Desde então, também houve A Força do Querer (2017), com sensível abordagem sobre pessoas trans. Outros personagens que também compõem a sigla aparecem com frequência em novelas, como assexuais em Travessia (2022/23).

Presume-se que ambos os cortes. em Vai na Fé e Aruanas, busquem agradar uma parcela conservadora e preconceituosa da audiência. É de se espantar o retrocesso, já que a Globo despontava entre as emissoras de TV pelo discurso progressista – ainda é adotado, mas só na teoria. Na prática, o que tem ido ao ar é algo bastante paradoxal.

Nas redes sociais, a discrepância foi notada nessa quinta-feira (1º), logo que a programação de junho foi divulgada no Twitter, com a presença do especial Falas de Orgulho. Veja algumas reações:

Globo prepara show de hipocrisia no Mês do Orgulho LGBTQIA+

O NaTelinha entrou em contato com a assessoria da Globo sobre as críticas elencadas acima, mas não obteve retorno até a publicação desta coluna. Caso haja uma resposta, o texto será atualizado.

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