Opinião

Boninho atirou para todos os lados, mas não conseguiu livrar BBB 23 do fracasso

Edição foi a única a ter juntos Casa de Vidro, paredão falso, Quarto Branco, intercâmbio e repescagem


Paula e Gabriel na Casa de Vidro; Domitila no Quarto Branco; e Dania Mendez no "intercâmbio" do BBB 23
O BBB 23 repetiu antigas dinâmicas: Paula e Gabriel na Casa de Vidro; Domitila no Quarto Branco; e Dania Mendez no "intercâmbio" - Foto: Reprodução/Globo

O BBB 23 nem mesmo tinha começado, mas Boninho já parecia prever que haveria um desafio pela frente. Se, entre 2020 e 2022, o reality show da Globo foi “impulsionado” pela pandemia da Covid-19 – o confinamento em casa fez com que mais pessoas se ligassem no confinamento da TV –, desta vez o programa precisava de um gás para manter o interesse do telespectador, especialmente diante da fraca edição no ano passado.

Antes mesmo de a temporada estrear na Globo ou de serem anunciados os nomes do elenco, o BBB 23 já havia começado com a Casa de Vidro. A dinâmica teve grande repercussão nas redes sociais e serviu para aumentar as expectativas para a nova edição. Já estava evidente, ali, que desta vez Boninho não queria correr o risco de apresentar um jogo morno, como no BBB 22.

Isso ficou ainda mais claro na primeira semana do programa. Os participantes tiveram que passar os primeiros dias do confinamento em duplas, já dando início aos primeiros conflitos. Além disso, logo o primeiro paredão resultou em uma falsa eliminação: Fred Nicácio e Marília deixaram a casa, mas o médico retornou dois dias depois, após informações privilegiadas em um quarto secreto.

Os paredões falsos costumam aparecer no BBB lá pelo meio da temporada. No ano passado, houve um erro crucial: a dinâmica ocorreu na reta final do jogo, favorecendo Arthur Aguiar e antecipando, aos demais brothers e também à audiência, que o ator era o favorito para levar o prêmio principal poucas semanas depois. Realizando a brincadeira no início da edição, não havia esse risco.

MC Guimê e Cara de Sapato
Em meio à repetição de fórmulas, expulsão de MC Guimê e Cara de Sapato foi principal assunto do BBB 23 - Foto: Reprodução/Globo

Enganou-se quem achava que Boninho já havia queimado todo cartucho naquele início. As semanas seguintes ainda tiveram a volta do Quarto Branco, que não aparecia desde o BBB 20 e manteve o interesse do telespectador com a inimizade desenvolvida entre Domitila Barros e Fred. Logo em seguida, houve o "intercâmbio" que resultaria na maior polêmica da edição – mas esta fugiu completamente do roteiro.

A expulsão de Cara de Sapato e MC Guimê, após assédio à convidada mexicana Dania Mendez, foi de longe o principal assunto do BBB 23. De quebra, rendeu mais uma aposta da direção: para preencher a lacuna deixada pelos dois, foi promovida a Casa do Reencontro, com uma repescagem que dividiu opiniões entre os fãs da atração e trouxe Fred Nicácio e Larissa Santos de volta à competição.

Atirando para todos os lados, Boninho conseguiu manter o jogo longe do marasmo e sempre dinâmico, é verdade. Só que nem tanta movimentação livrou a edição do fracasso: a média de 19 pontos na Grande São Paulo, segundo o Kantar Ibope, é a menor já registrada pelo programa. Um sinal vermelho para o diretor, indicando que não basta a repetição de antigas dinâmicas para manter o telespectador ligado.

Há críticas à própria estrutura do jogo, especialmente nesta reta final, dada a insatisfação do grande público ao ver o resultado de cada paredão ser definido por fã-clubes e não pela vontade da maioria da audiência. Resolver esse impasse será o grande desafio da próxima edição. Para o BBB 24, a palavra de ordem deverá ser “reinvenção”.

Quem deve ser a grande campeã do BBB 23?

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