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TV Gazeta investe em esportes e negocia novos campeonatos após a Copa Paulista, afirma executiva

Emissora inicia nova fase histórica em 2025, ano que completa 55 anos da inauguração


Juliana Algañaraz usando uma camisa preta e com braços cruzados tendo o  logo da TV Gazeta ao fundo
Juliana Algañaraz assumiu a superintendência da TV Gazeta em setembro - Foto: Divulgação

A TV Gazeta está passando por uma reestruturação profunda desde maio, quando demitiu, de uma só vez, três de seus principais executivos. Em setembro, a emissora iniciou uma nova fase ao contratar Juliana Algañaraz como superintendente e Lucas Gentil, ex-SBT, como diretor artístico. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, a dupla compartilhou seus planos para o futuro da emissora, com destaque para os investimentos em esportes.

“O esporte está no nosso DNA, afinal, aqui nasceu a primeira mesa redonda de futebol do Brasil, e a Gazeta voltará aos gramados com força cada vez maior. Trazemos novidades como a transmissão da Copa Paulista e seguimos em negociação para que, até 2026, possamos exibir jogos ao vivo de maior relevância”, revelou Juliana Algañaraz, Antes de assumir a TV Gazeta, ela foi CEO da Endemol Shine Brasil e teve passagens pela Discovery Channel, Porta dos Fundos, Fox e Animal Planet.

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“Nossos pilares continuam sendo esporte, jornalismo e programas femininos, como o Mulheres, que é uma marca histórica da Gazeta”.

Juliana Algañaraz - Superintendente da TV Gazeta

As mudanças na TV Gazeta acontecem no ano em que a emissora completa 55 anos. Nesta semana, o NaTelinha visitou a sede do canal, localizada na Avenida Paulista, e percebeu um clima de entusiasmo, inclusive entre os funcionários mais antigos.

Em conversa com a reportagem, o executivo Lucas Gentil, que atuava no SBT como supervisor artístico e foi responsável pela direção geral do programa Bake Off Brasil e integrou a equipe de direção dos realities Ídolos e Casa dos Artistas, falou sobre suas metas para o canal.

“Queremos que a Gazeta seja percebida como uma contraposição ao “mais do mesmo”, contou.

"Ainda não podemos divulgar nomes, mas já estamos em conversas para trazer pessoas que ajudem a fortalecer essa nova fase da emissora."

Juliana Algañaraz, Superintendente da TV Gazeta

Confira a entrevista exclusiva na íntegra:

Qual é a principal missão da nova fase da TV Gazeta? Como você imagina a emissora daqui a 10 anos?

Juliana Algañaraz - A principal missão, neste momento, é resgatar o brilho e a inovação que a marca Gazeta sempre representou para o jornalismo e para a comunicação brasileira. Nosso primeiro passo é olhar para dentro, entender os ajustes necessários, valorizar nossos pontos fortes e trabalhar nas oportunidades de melhoria.

Pensando no futuro, imagino a Gazeta em 10 anos como uma referência em conteúdo, não apenas em televisão. A TV aberta continuará sendo um dos nossos braços, mas nosso objetivo é sermos reconhecidos pela qualidade em diferentes plataformas, atuando como um verdadeiro hub de conteúdo.

O que deve mudar na programação de imediato?

Juliana Algañaraz - Já estamos avaliando mudanças na grade. Ajustes de horário e de duração de programas serão feitos sempre com foco em inovação.

Lucas Gentil - Nossa meta é apresentar ao público uma proposta diferente, inspirada em referências internacionais e em canais menores que se destacam pela ousadia criativa. Queremos que a Gazeta seja percebida como uma contraposição ao “mais do mesmo”.

A TV Gazeta sempre teve uma identidade paulistana forte. Essa característica será mantida ou haverá uma expansão de foco nacional?

Juliana Algañaraz - Nosso DNA paulistano é muito forte. Estamos na Avenida Paulista, 900, e acreditamos que tudo o que acontece ali precisa estar na Gazeta, seja um show, uma manifestação ou qualquer movimento.

São Paulo é uma cidade plural, que acolhe pessoas de todas as regiões, e por isso é, ao mesmo tempo, local e nacional. Então, manteremos esse vínculo com a Paulista, mas sempre com olhar para o Brasil.

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Que tipo de inovação pretende trazer para a programação, especialmente no horário nobre? Os horários alugados irão permanecer?

Juliana Algañaraz - A principal inovação está na linguagem. O público mudou e a televisão precisa acompanhar esse novo comportamento, trazendo formatos tão atrativos quanto os que já circulam no digital, esse é um desafio que o Lucas Gentil tem liderado de perto na direção artística.

Além disso, temos uma novidade já em andamento: estamos voltando com a transmissão de jogos. No curto prazo, a Gazeta já está transmitindo a Copa Paulista, e nossa meta é expandir esse movimento até 2026, trazendo competições maiores e consolidando ainda mais nossa vocação esportiva.

O esporte está no nosso DNA, afinal, aqui nasceu a primeira mesa redonda de futebol do Brasil, e a Gazeta voltará aos gramados com força cada vez maior.

Os horários alugados ainda irão permanecer. Mas, a longo prazo, o ideal é termos uma grade cada vez mais ocupada por produções originais e independentes, alinhadas à nossa linha editorial.

Quais são os pilares editoriais e de conteúdo que vocês pretendem priorizar nos próximos 12 meses?

Juliana Algañaraz - Nossos pilares continuam sendo esporte, jornalismo e programas femininos, como o Mulheres, que é uma marca histórica da Gazeta.

Mas queremos ampliar esse olhar para atender a família em suas mais diversas formas. Além disso, vamos fortalecer o jornalismo, com o compromisso de manter a independência, algo que só uma fundação sem fins lucrativos como a nossa pode garantir.

Já no esporte, trazemos novidades como a transmissão da Copa Paulista e seguimos em negociação para que, até 2026, possamos exibir jogos ao vivo de maior relevância.

Há planos para investir em formatos digitais, como streaming ou redes sociais, para ampliar o alcance da emissora?

Lucas Gentil - Mais do que planos, isso já é uma prioridade. O nosso futuro está no digital, porque entendemos que hoje é o público quem escolhe a plataforma.

Nosso conteúdo será adaptado a cada canal: uma receita pode ter versão curta para o TikTok, intermediária para o Instagram e mais longa para o YouTube, por exemplo. Esse modelo vale também para jornalismo e esporte.

Ao mesmo tempo, reconhecemos o papel social da TV aberta, que continua essencial em um país onde muitos ainda não têm acesso ao streaming.

Vocês pretendem fazer novas contratações?

Juliana Algañaraz - Sim, sempre buscamos novos talentos. Há muita gente qualificada no mercado que procura espaços sem tantas amarras, e queremos que esses profissionais façam parte dessa transição conosco. Ainda não podemos divulgar nomes, mas já estamos em conversas para trazer pessoas que ajudem a fortalecer essa nova fase da emissora.

A Gazeta sempre teve uma tradição em jornalismo e programas femininos. Esses gêneros continuarão sendo prioridade?

Juliana Algañaraz - Absolutamente. Jornalismo, esportes e programas femininos fazem parte da nossa identidade e vão continuar sendo prioridade. O Mulheres e o Gazeta Esportiva, por exemplo, são marcas históricas da emissora e da TV brasileira.

Mas queremos ir além: vamos fazer crescer o jornalismo. Temos uma faculdade, a Cásper Líbero, que é uma das maiores faculdades de comunicação do país e formou boa parte dos grandes jornalistas brasileiros. Esse DNA reforça a nossa credibilidade e nosso compromisso em aproveitar jovens talentos e investir cada vez mais em jornalismo de qualidade.

E temos um outro diferencial importante: somos uma fundação sem fins lucrativos. Isso significa que não temos compromissos políticos e que todo resultado é reinvestido em inovação, produção de conteúdo e fortalecimento da comunicação. Nosso objetivo é crescer como referência em inovação e relevância para o público.

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