Jovem Pan perde 2 patrocinadores após campanha de desmonetização
Movimento cobra de empresas que financiam o canal, acusado de propagar discurso de ódio
Publicado em 23/12/2022 às 14:37,
atualizado em 23/12/2022 às 14:44
A Jovem Pan está sendo alvo nas redes sociais de uma campanha de desmonetização. O movimento Sleeping Giants Brasil, que atua contra o financiamento do discurso de ódio e das fake news, vem cobrando de empresas que patrocinam a rede de notícias, envolvida em diversas controvérsias, principalmente desde a estreia da Jovem Pan News, em outubro de 2021, na TV a cabo.
De acordo com o movimento, a Jovem Pan já perdeu dois patrocinadores desde o início da campanha: Tim e Quinto Andar. As marcas cobradas estão presentes não apenas na programação do canal da TV paga, mas também nos sites vinculados à rede, conforme verificado pelos ativistas.
As publicações da página utilizam uma hashtag dizendo “Desmonetiza Jovem Pan”. O objetivo é levar as palavras de ordem até os Trending Topics, assuntos mais comentados da rede social. Em uma das postagens, o perfil elenca todas as marcas que financiam o canal de notícias e propõe a cobrança de um posicionamento diretamente a essas empresas.
“Ano passado, cinco pessoas morreram após terroristas invadirem o Capitólio [nos EUA] para atacar a eleição. Recentemente, Brasília mostrou que seremos reféns de um novo Capitólio enquanto a Jovem Pan lucrar com discursos golpistas. Nos ajude a salvar a nossa democracia”, diz uma das postagens do perfil Sleeping Giants Brasil, no Twitter.
Ao NaTelinha, Leonardo Leal, diretor executivo do Sleeping Giants Brasil, explicou a campanha de desmonetização da Jovem Pan: "O problema da desinformação se tornou maior e atingiu mais pessoas quando foi abraçada pela Jovem Pan. A população passou a ter acesso à mentiras sobre a Covid-19 e o processo eleitoral pela televisão, pelo rádio e pela transmissão online. Temas como o artigo 142 da Constituição Federal ou alegar fraude eleitoral sem provas são apenas a ponta do iceberg".
"É na Jovem Pan que comentarista e convidados incentivam que pessoas peguem em armas e iniciem uma guerra civil. O perigo disso já vimos com os atentados de 12 de dezembro em Brasília, quando terroristas colocaram fogo em ônibus e tentaram invadir a sede da Polícia Federal."
Leonardo Leal, Diretor Executivo do Slepping Giants Brasil
E completou: "Em dois dias de campanha, já tivemos duas respostas de empresas importantes: a Tim e a QuintoAndar. Ambas deixaram explícito que não compactuam com o tipo de conteúdo golpista veiculado pela Jovem Pan".
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Jovem Pan foi desmonetizada pelo YouTube em novembro
Em novembro, o YouTube resolveu desmonetizar o canal da Jovem Pan, que deixou de ganhar dinheiro com os conteúdos postados na plataforma. A decisão foi tomada pelo próprio site, sem solicitação do judiciário brasileiro, a partir de uma análise minuciosa dos vídeos compartilhados no canal.
A conclusão foi de que o programa Pingos no Is cometeu um desserviço ao informar fake news. Incluindo “questões polêmicas e eventos sensíveis, atos perigosos ou nocivos, além de outras políticas de monetização”. O comunicado conclui: “Desta forma, suspendemos a monetização do respectivo canal e dos outros que integram a rede Jovem Pan no YouTube”.
Apesar da resolução da plataforma de vídeos não ter nada a ver com o decisão judicial, a Jovem Pan também está sendo investigada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), órgão responsável pelas eleições brasileiras, pelo suposto tratamento privilegiado que a emissora deu a Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha nos dois turnos.
