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Estreia de "O Rico e Lázaro" mostra domínio da RecordTV em produções bíblicas

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Divulgação/RecordTV
Esta segunda-feira (13) foi de estreia na RecordTV. A emissora levou ao ar sua nova novela, “O Rico e Lázaro”, logo após o fim de “A Terra Prometida”, e não fez feio.
 
Com quase uma hora e meia no ar, “O Rico e Lázaro” mostrou suas armas, e elas não são nada modestas. Com técnica impressionante e atuações dignas de nota, a trama, com ares de superprodução, mostrou bem a que veio.
 
Com roteiro rico e permeado por passagens bíblicas, manteve-se fiel à Bíblia sem perder o dinamismo e a eficácia da linguagem. Mais um ponto pra RecordTV, que mostra estar dominando o filão de novelas épicas.
 
A linguagem cinematográfica que marca as produções da emissora desde a abertura do Mar Vermelho em “Os Dez Mandamentos” foi enfatizada e, em alguns momentos, estava difícil distinguir as cenas da trama daquelas de filmes que se passam nos tempos antigos.
 
Câmeras “viajando” pelo cenário, cortes abruptos, enquadramentos incomuns em novelas, mas bastante presentes em grandes produções de Hollywood fizeram o primeiro - e longo - capítulo da trama.
 
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Logo no início, a leitura de céu e inferno me trouxe apreensão quanto aos efeitos de computação gráfica. Bem forçados e, por vezes, incompreensíveis, tornaram confusa uma passagem que poderia ser um excelente cartão de visitas.
 
Com o desenrolar da trama, percebe-se a falta de cuidado com os elementos visuais inseridos na mesma. Cenários mais limpos e brilhantes que o chão do estúdio do “Programa do Gugu”, muitas vezes, passando a clara impressão de madeira pintada (obviamente o é, mas a ideia era passar-se por construções de pedra - e convencer o público disso) e, em alguns momentos, a texturização da inserção em computação gráfica deixava claro que a cena não se tratava de fiel representação da realidade.
 
O figurino, com cores muito vivas, parecia recém saído do guarda-roupas, mesmo após uma sangrenta batalha. Personagens limpos, sem cicatrizes, sem sujeira, sem poeira, remeteu a jogos de batalhas no computador, tornando-se um ponto baixo para a excelente trama.
 
No quesito atuações, a novela foi 9,5. Apesar de algumas sofríveis (o que é natural diante da quantidade de falas e personagens), tivemos outras tantas brilhantes, como da menina Maitê Padilha, que interpreta a personagem Joana na trama.
 
 
Maitê conseguiu se destacar pela veracidade que passa a cada cena, e foi bastante exigida, com sequências que passaram por descontração pura, paqueras e situações de adolescentes e até indignação pela percepção de que o profeta Jeremias (Vitor Hugo), a quem defende com unhas e dentes, pudesse ser morto pelo rei.
 
Em todas as situações, a carga emocional, o empenho e a leveza de sua atuação foram impressionantes e pertinentes. Certamente um dos maiores destaques em atuação.
 
No quesito audiência, “O Rico e Lázaro” registrou 14,5 pontos, de acordo com os números prévios do Ibope na Grande São Paulo. Não foi uma estreia arrebatadora, mas também não fez feio e tem tudo para crescer após este primeiro capítulo.
 
A trama agrada, tem leveza, dinamismo e, se corrigir o pequeno porém em torno da veracidade da linguagem, tende a ser efetivamente mais uma superprodução da emissora dos bispos.


Helder Vendramini é formado em Rádio e TV e pesquisa esse meio há vários anos. Aqui no site, busca fazer análises aprofundadas dos mais variados temas que envolvem a nossa telinha.
 
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