Desempregada, Marina Miranda passa o Natal sem ceia; filha desabafa
"Estamos passando por necessidades. No final de ano, minha mãe só queria um panetone, ela ficou muito triste"
Publicado em 26/01/2017 às 10:55,
atualizado em 21/09/2021 às 16:25
Um ícone do humor pede socorro. Desempregada e sem ajuda da classe artística, a comediante e atriz Marina Miranda, de 86 anos, passa por uma grave crise financeira desde que seu contrato vitalício foi rescindido pela diretoria da RecordTV, em 2015.
A artista, que iniciou sua carreira cantando ópera na Rádio Nacional há 64 anos e ganhou fama através do bordão "Ô crioula difícil", passou o último Natal sem ceia. "Estamos passando por necessidades. No final de ano, minha mãe só queria um panetone, ela ficou muito triste", desabafa sua filha, a jornalista Sylvia Miranda, com exclusividade ao NaTelinha.
Buscando um caminho para tentar aliviar as dificuldades em casa, Sylvia, que também está sem emprego, se tornou camelô nas ruas do Rio de Janeiro.
"Eu como jornalista formada, falando quatro línguas, estou camelo. Fazer o quê? Estou correndo atrás. As pessoas que nós ajudamos, todas viraram as costas. A gente não teve ceia e nem ano novo. Isso é muito triste para nossa família. Estão matando minha mãe. Quando ela fechar os olhos vão dizer: 'Ah, Marina Miranda era uma grande artista'. A gente não vai querer nada. As homenagens têm que ser em vida e mostrar que ela é querida. Depois que fechar os olhos, o que interessa sair na televisão?", brada.
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Sylvia Miranda revela que, no ano passado, descobriu que uma pessoa pegou R$ 10 mil de uma fã da sua mãe se passando por assessor, sem sua autorização. "A gente só soube quando o fã escreveu na página da minha mãe: 'Ué, vocês estão fazendo vaquinha para a Marina? Minha mãe doou 10 mil reais para ela'. Neste momento, ele passou a conta do cara, e eu respondi: 'A gente não conhece, nem sei quem é'. O fã ficou de abrir um BO e ficamos com a promessa dele repassar o dinheiro quando conseguir recuperar. Mas sabemos que isso demora. Mas esse dinheiro podia mudar nossa vida", conta.
Segundo a filha de Marina Miranda, recentemente a humorista gravou uma matéria para o "Vídeo Show", mas a Globo decidiu não exibir. "Gravamos o dia todo, ela falou que queria ver o Faustão e falar com o Otaviano Costa, mas eles arquivaram, disseram que ela não era uma artista que estava na mídia. Isso acabou com minha mãe", diz.
As dificuldades na vida de Marina Miranda começaram no dia 22 de novembro de 2015, quando a atriz foi informada sobre o fim do seu contrato vitalício com a RecordTV, no encerramento das atividades dos estúdios do Recnov. "Quando eu cheguei na Record, vi que estava tudo revirado e tinham móveis no meio da rua, achei estranho. O Rancoleta (Fernando Rancoleta, diretor de elenco) foi muito gentil e ficou com medo de me dar a notícia. Queriam medir até minha pressão. Então, prevendo o que viria, comecei a perguntar o que estava acontecendo. Foi quando ele me disse que a Record no Rio estava fechando e por economia eu estava sendo despedida", contou a artista em entrevista ao NaTelinha no ano passado.
Marina Miranda ganhou fama nos anos 80, ao lado de Tião Macalé
A humorista ainda explicou que todos os documentos da rescisão estavam prontos e assinou tudo sem a presença de um advogado."Quando eu cheguei em casa eu pensei: 'Meu Deus, eu não era vitalícia? Meu Deus, pra que eu fui assinar se era vitalícia?'", disse, desapontada.
Na mesma entrevista, Marina Miranda desabafou: "Eu achei que foi uma coisa sem coração. Se eu tivesse uma emissora nunca mandaria embora alguém com 85 anos e com contrato vitalício. No dia que completei 10 anos de emissora eles me mandaram embora".
Marina Miranda atuou em produções como "Dona Xepa" (1977), "Dancin'Days" (1978), "Vereda Tropical" (1984), "Mandala" (1987), "Os Trapalhões" (1979 - 1987), "Prova de Amor" (2005), "Caminhos do Coração" (2007), "Os Mutantes - Caminhos do Coração" (2008), "Promessas de Amor" (2009) e "Balada, Baladão" (2010).
Ganhou fama nos anos 80, ao lado do humorista Tião Macalé com o Bordão "Ô crioula difícil".